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Sexta à noite, ou ainda sábado bem cedo começa o tradicional check-list de quem busca pegar aquela estradinha básica.

Água, canivete, capa de chuva, casaco, luvas, capacete (mas não aquele de sempre – tem que ser o de gala), carteira de habilitação, documentos pessoais e da moto, dinheiro, cartões de credito e debito, calça, boné (bandana em alguns casos), tem também alguns que durante a semana já separaram sua seleção musical para o evento… (se pensa de tudo menos nas ferramentas básicas)

Com a sensação de trabalho feito, começa o simplesmente mais difícil; qual camiseta que seria a mais ideal para esse encontro? … Gaveta aberta, o preto é a cor predominante, mas os desenhos, temas e nacionalidades são diversos.

São tantas coisas a decidir que muitos demoram mais que suas esposas nesses preparativos! Como será que esta o nível de óleo? … a moto tá abastecida? Afff … faltou imprimir o e-mail com os detalhes do evento , pode ainda ser um dos últimos gritos ouvidos na casa.

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Enquanto o motor esquenta, o motociclista começa a vestir tudo que havia separado até a hora que começa aquela sensação de esquecimento. “Onde estão os meus óculos de sol ?” … nem vou comentar.

Já distante alguns quarteirões, mesmo de capacete, aquela voz doce ecoa languidamente aos ouvidos: “Volta amor, eu acho que você esqueceu a maquina fotográfica!” … e é ai que se percebe que se esqueceu também de pegar seu relógio. ” Vamos chegar atrasadooooooossssss …. ”

Tudo normal e tudo muito comum para o motociclista. Sou franco em assumir que a minha lista é até maior, mas a memória é convenientemente fraca.

Isso se repete há décadas e historicamente está longe de um dia acabar … já esta incorporado em nosso sangue quase de forma endêmica. Mas sempre acabamos rindo de nós mesmo, não é ? Sabemos que sempre os nossos relógios estão errados, pois os bons amigos sempre nos esperam.

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Chegamos ao ponto de encontro … antes mesmo de se desligar a moto e esperar que a garupa desça, já procuramos e focalizamos as pessoas que conhecemos. Abraços, beijos, apertos de mãos … aperto de mãos? … a maldita da luva ficou sobre o cavalete d água de novo !

Nessa estória toda, que acredito alcançar a quem até aqui leu, só existe uma pequenina diferença: Esse foi um evento HOG !

Mas antecipo que a grande diferença não reside nisso, mas sim nos minuciosos detalhes da organização. Fiquei pensando nisso saboreando o delicioso café da manhã oferecido pela organização.

Fomos convidados a participar (eu e o Bitenca) pelo Chapter Jardins com destino ao Japy Golf Club; onde saboreamos uma boa refeição sob custos plausíveis a qualquer um, porem ladeados por uma vista privilegiada.

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Não nego que até cheguei a pensar que ficaria meio que um estranho no ninho … ledo engano … aquela sensação que ninguém se importa de onde você vem, para onde você vai, e qual moto você tem, que basicamente se tem em qualquer encontro, não foi diferente por ali.

Claro, muitos vão observar, mas tem que se ter Harley … sim, mas é aceito que um membro HOG convide um amigo mesmo que a moto deste seja de outra marca.

Conforme explicado pelo Sr. Tadeo, responsável pelos Chapters, existem 3 diretores voluntários em cada Chapter, que antecipam a visitação aos locais para mapeamento, levantamento de custos, observação da qualidade dos postos de combustível e seus sanitários (não se esquecem das mulheres e crianças), distancias, pedágios, etc. . Muita tranqüilidade para quem participa, reforçada essa ainda pelo acompanhamento de um carro de apoio, com carreta.

Vale ressaltar que durante todo o trajeto urbano e dentro da estrada, o respeito às leis é uma unanimidade, tal qual acontece com a formação e a manutenção do grupo. Realmente chega a ser bonito de ver.

Os eventos podem ser locais, estaduais, nacionais, e até internacionais como é o caso do futuro Punta Del Este 2009, que ocorrerá entre os dia 3 e 5 de dezembro.

A segunda grande diferença que observei foi a participação das mulheres dos membros, sua integração, culminando ai a participação também de seus filhos mesmo que acompanhando o grupo em carros. Familiar é o rotulo desses eventos, e quem não gostaria de participar nesses moldes?

Em e se falando de participação feminina, como sempre digo, lugar de mulher é atrás de um tanque … tanque de uma moto!

Essa filosofia não é minha, mas é vivida também pela presença de mulheres motociclistas, e ainda mais pelas LADIES OF HARLEY, que alem de andar de moto têm o engajamento junto ao Grupo Izzo de promover apoio como o dado a “Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária” que terá inicio neste próximo dia 14 de novembro.

No geral e no mundo, marketing ou não, a formula aplicada pela centenária Harley Davidson funcionou, e foi alem. Eles conseguiram criar respeito pela marca e pelos seus produtos, mas conseguira também que seus clientes fossem respeitados.

Sem duvida um case que já teve tentativas de cópia, mas sem êxito. Talvez por isso (eu disse talvez), exista uma certa diferença entre os proprietários de outras marcas. Mas não se iludam, eles são pessoas normais, iguais a qualquer um, com a unida diferença de estarem sobre uma HD !

Voltando ao titulo e falando um pouco da história Em 1983, logo após o desligamento ocorrido com a AMF (que por pensar apenas em lucratividade, derrubou a qualidade dos produtos HD), quase que desesperadamente buscando resgatar a marca como símbolo de qualidade e excelência; temos como uma das ações de reconstrução da imagem, a fundação inédita do que seria o maior grupo de entusiastas com apóio de fabrica.

O uso da imagem do porco (HOG) não tem há a ver com o jogo de palavras como muitos pensam. Conforme a figura, o porco foi a mascote oficial da primeira equipe de corridas oficial, lá por 1914 … e mais um pouco de marketing enaltecendo os bons tempo foi aplicado.

Vale ressaltar que as ações deram resultado, e o povo americano mais uma vez viu sua marca preferida sendo apresentada como um produto americano de qualidade. Esse espírito re-invadiu o mundo!

Quando comecei a escrever, fruto da experiência tida, e mais o estudo feito, percebi que acabaria possivelmente escrevendo um livro. Sim estou sendo até que um pouco superficial, mas deixo assim na forma de um convite a tentarem viver essa experiência ! Viva ao menos um dia de porco em sua vida … talvez você ganhe a lavagem …. “Se preservar é tudo, divulgar é muito mais !”

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.