Mais barata não só ao comprar, mas depois da metade de sua vida útil, digamos 100 mil quilômetros. Os pesquisadores escolheram para comparação a moto elétrica mais vendida nos Estados Unidos, a Zero S, da californiana Zero Motorcycles, e a Kawasaki 250, a mais próxima da Zero em tamanho, peso e desempenho. A Zero faz 120 km/h de máxima e precisa recarregar suas baterias a cada 100 km – números excelentes para uma moto elétrica.
Mas, no fim de 10 anos (média de uso anual de 10 mil quilômetros), qual das duas será mais economicamente interessante? E qual delas terá sido mais amigável ao meio ambiente, do poço às rodas, quando o custo carbono da geração da eletricidade for levado em consideração?
Os pesquisadores sabiam que há enormes variáveis nisso tudo, mas tentaram chegar aos resultados mais corretos possíveis. Começaram estabelecendo a fórmula matemática de propriedade dos veículos: custo total = preço de lista + quilômetros vezes número de quilômetros por energia x preço por unidade de energia até chegar ao X quilômetros + custos de manutenção e conservação.
Os 100 mil quilômetros vieram da quilometragem em que haverá a probabilidade de precisar substituir as baterias da Zero.
Preço de compra:
A Zero custa US$ 10 mil, sem contar nisso os subsídios federais e estaduais, e a Kawasaki custa US$ 5 mil;
Custos de energia:
Começaram com a Kawasaki, que faz média de 24 km/litro de gasolina, que hoje custa em média nos Estados Unidos US$ 3,10 por galão, ou 82 cents por litro – US$ 3.300, ou cerca de R$ 5.370 em 100.000 km;
No UDDS (Urban Dynamometer Driving Schedule, ciclo de uso urbano em dinamômetro) da EPA (agência federal americana de meio ambiente), a zero roda 69 km com baterias completamente carregadas (3,9 kWh). O custo direto de eletricidade varia tanto quanto o preço da gasolina nos postos, com média em 2010 de US$ 11,58 por kWh. A recarga na Zero custa US$ 0,45 – e em 100.000 km totaliza US$ 979, cerca de R$ 1.566.
Totais:
O resultado é que após 100.000 km, a Zero teria custado o equivalente a US$ 10.680 (cerca de R$ 17 mil) e a Kawasaki US$ 10.498 (R$ 16.800) – diferença ínfima. Se você rodasse 60 quilômetros por dia, levaria cinco anos para acumular esta quilometragem. Isso nos Estados Unidos, onde a gasolina é das mais baratas do mundo adiantado, e sem levar em conta a vantagem dos subsídios. Na Inglaterra, por exemplo, onde a gasolina custa 2,5 vezes mais e a eletricidade é 1,6 vez mais cara, a Zero apareceria ainda melhor.
A moto elétrica é popularíssima em países orientais como a China e está começando a ser comercializada no Ocidente, onde também já demonstra vantagens significativas.