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O projeto Sahara Solar Breeder Project, projeto reprodutor solar saariano, planeja extrair sílica de alta pureza da areia, construir usinas espalhadas pelo deserto do Saara e eventualmente, após um certo número de anos e de usinas, gerar uma célula solar de 100 kW e uma usina solar de pelo menos 100 gW em 2050, energia equivalente a 50% da total necessidade energética humana.

Projeto ambicioso? Põe ambicioso nisso.

Mas os cientistas da Université des Sciences et de la Technologie d’Oran, da Universidade de Tóquio, do Instituto Nacional de Ciências de Materiais da Universidade de Hirosaki, do Instituto de Tecnologia de Tóquio, e da Universidade de Chubu, com o apoio do Ministério japonês de Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia (JST) e da Japan International Cooperation Agency, (JICA), agência japonesa de cooperação internacional, não desacreditam no projeto e reconhecem que, no fim das contas, ele dependerá de um sério esforço mundial, principalmente entre os países do norte da África.

O líder das pesquisas, Hideomi Koinuma, que deu o nome de Super Apollo ao projeto, em referência tanto ao deus grego da luz e do Sol como ao projeto Apolo que colocou o homem na Lua, diz que “Desenvolver tecnologia para usar a areia do deserto para fazer apenas uma tonelada de sílica por ano, ou mesmo para construir uma usina no deserto, fará termos de enfrentar todo tipo de problema, como tempestades de areia.”

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O custo do projeto, em sua estimativa, será de 100 milhões de yen, ou logo abaixo de US$ 2 milhões por ano durante cinco anos, mas talvez isso não seja suficiente para completá-lo e sim para estabelecer a tecnologia básica. E fornecer a solução final para os problemas energéticos do mundo.

Koinuma acredita piamente na filosofia de dar ao homem não um peixe, que ele vai comer em muito pouco tempo e novamente ficar sem nada, mas sim dar-lhe uma vara de pesca que vai durar por toda sua vida. Ele quer primeiro treinar cientistas e engenheiros dos países em desenvolvimento, e desde o início colocá-los a trabalhar lado a lado com seus colegas de países desenvolvidos.

“A tecnologia para se fazer sílica a partir da areia do deserto e daí usá-la na fabricação de células solares ainda não está definida. Nosso objetivo é trabalharmos juntos desde o estágio básico de pesquisa, para assim podermos descobrir e alimentar cientistas e engenheiros talentosos na África.”

Por José Luis Vieira

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