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A Honda CBX Strada 200 chegou ao mercado brasileiro inaugurando uma nova categoria de motos. O modelo foi precursor de um nicho que depois movimentou os motociclistas, com a CBX 250 Twister e a concorrente Yamaha 250 Fazer.

Strada 200: potência e consumo

Lançada em 1993, a Strada 200 herdou linhas e alguns componentes da antecessora CBX 150 Aero. Da antiga 150, a novidadade guardava o desenho do tanque, guidão e painel de instrumentos. A base do motor também era a mesma, mas  ele foi retrabalhado (e com pistão maior, bem como suas medidas de diâmetro e curso) na nova moto.

Com uma série de pequenas inovações na baixa cilindrada, a Strada é uma moto que marcou época

O motor foi destaque nos primeiros testes da Strada 200,  especialmente pelo maior torque e seu impacto nas medições. Agora ele gerava 1,7 kgf.m a 7.000 rpm, ante os 1,27 kgf.m a 8.500 rpm da 150. Além disso, a potência subiu dos 16 cv a 9.500 rpm da Aero para 19 cv a 8.500 rpm na CBX 200.

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A CBX 150 Aero, antecessora da CBX 200 Strada

A diferença dos números é pequena, mas tinha um efeito considerável na prática. Enquanto a Aero levava 33,3 segundos para ir dos 40 km/h aos 100 km/h, a Strada levou apenas 16,7 segundos. Na aceleração, onde a antecessora preceisava de 15,6 segundos para ir de 0 a 100 km/h, enquanto a Strada fazia o mesmo em ‘apenas’ 11,3 segundos.

No teste com a Strada 200 ela surpreendeu. Atingiu 135 km/h de velocidade máxima e seu consumo ficou acima dos 38 km/litro

As medições também aferiram a velocidade final. No lançamento do modelo, o ‘top speed’ da Strada 200 foi de 135 km/h, algo quase surpreendente para a época. Além disso o consumo também agradou. Na ocasião, rodou 38,1 km/litro a 80 km/h constante.

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Design by anos 1990

Vamos voltar à relação da CBX 200 Strada com sua antecessora. O novo modelo tinha uma série de pequenas diferenças na estética, com destaque para linhas mais arredondadas e suaves, uma tendência de estilo nos anos 1990. Também por isso, recebeu farol redendo (ao invés do retangular, formato popular à época) e com lente em plástico, substituindo o vidro.

Seu design é puro saudosismo. O painel é praticamente idêntico ao da CBX 150 Aero e conta com conta-giros e marcador de combustível

Mas a Strada 200 era mais do que estilo e design renovado. A motocicleta trazia uma série de equipamentos e componentes inéditos para a categoria. Amortecedores traseiros pressurizados a gás e balança traseira de seção retangular são bons exemplos. Além disso, o modelo contava com contagiros eletrônico, comum em automóveis, mas que era pouco visto em motocicletas pequenas.

Os pneus Pirelli MT 65 que equipavam a Strada eram desenvolvidos especialmente para o modelo. Algo novo para o mercado neste nicho. Do mesmo modo, nenhuma outra moto nesta faixa de cilindrada era equipada com rodas de liga leve – bastante resistentes no caso da 200, aliás.

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Strada 200 em material publicitário da época

Pontos positivos da CBX Strada 200

Nos pontos positivos podemos ressaltar o desempenho do motor de um cilindro, OHC, arrefecido a ar e 196 cm³. Levando-se em consideração sua proposta, o motor não deixava a desejar na cidade ou mesmo na estrada, com boa velocidade final e torque suficiente para ultrapassagens comedidas.

Strada 200 sendo usada em moto escola, no início dos anos 2000

A facilidade de manutenção do conjunto também é um ponto a favor, o que abria margem para que os mais atrevidos fizessem uma série de modificações no modelo, compartilhando peças da Twister, CG e outras motos. A partida elétrica e o marcador de combustível eram outros diferenciais para a época.

Pontos negativos

Até pode ter entusiasta das duas rodas que goste, mas o barulho da relação da Strada até hoje não passa despercebido. Algo que já é uma característica da construção do modelo. Além disso, a CBX tende a gerar bastante calor no motor, fazendo baixar um pouco mais rápido o nível de óleo. Outro ponto negativo é a vibração excessiva produzida pelo propulsor, especialmente em médias rotações.

Então, vale a pena comprar uma Strada 200 hoje?

Calma. Para quem está decidido a comprar uma Strada 200 o primeiro desafio é encontrar uma unidade em boas condições, já que a imensa maioria delas estão sucateadas. Isso porque a motocicleta já deixou o mercado há 17 anos (em 2003) e geralmente as motos passaram por várias modificações ou rodaram centenas de milhares de quilômetros.

Pobre Strada, sofreu todas as modificações possíveis e imagináveis ao longo dos anos. Encontrar unidade uma em boas condições é missão (quase) impossível

Entretanto, caso surja uma CBX 200 Strada em condições razoáveis, ela pode ser sim uma boa e interessante opção. Segundo a FIPE, o modelo 1993 tem preço médio de R$ 1.664, valor que sobe para R$ 3.596 em seu último ano de vendas. Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda CBX 200 Strada, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Honda CBX 200 Strada

Motor
Tipo 4 tempos, 1 cilindro
Cilindrada 196
Arrefecimento Ar
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 19 cv a 8.500 rpm
Torque Máximo: 1,7 m.kgf a 7.000 rpm
Alimentação: Carburador
Partida: Elétrica
Transmissão: 5 marchas
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, 120 mm de curso
Suspensão traseira:
Dois amortecedores pressurizados a gás, 92 mm de curso
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: Pirelli MT 60 2.75-18
Pneu Traseiro: Pirelli MT 60 60/100-18
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 119 kg
Comprimento: 1936 mm
Largura: 742 mm
Altura do Banco: 781 mm
Distância entre Eixos: 1319 mm
Capacidade do tanque: 10 litros
Preço (FIPE, dezembro de 2020)
1993: R$ 1.664,00
2003: R$ 3.596,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza