O mito renunciou: Valentino Rossi anuncia aposentadoria

Eu sei, nós também não estamos sabendo lidar com esta informação. Valentino Rossi irá se aposentar. O piloto anunciou sua decisão nesta quinta-feira, durante um evento especialmente montado para a ocasião.

Valentino Rossi confirma aposentadoria da MotoGP

O encontro aconteceu no Red Bull Ring, na Áustria, sede da próxima etapa da MotoGP. O GP da Estíria acontece neste final de semana, válido como décima etapa de uma temporada na qual o italiano soma míseros 17 pontos e nenhum pódio. Mas ele muito mais do que apenas seu pior calendário.

Valentino Rossi no pódio, uma cena que se repetiu mais de DUZENTAS E TRINTA VEZES. Agora, o mito se retira

Antes, um lado positivo de tudo isso. Rossi deixou claro que sua aposentadoria da MotoGP não significa que ele irá deixar as pistas. Seguirá ativo como gestor de equipes em outras categorias do Mundial de Motovelocidade e também pretende disputar provas em carros. Vale lembrar que ele já é um campeão de ralis sobre quatro rodas.

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Rossi: a história do mito da MotoGP

Voltando, Valentino Rossi construiu o mais incrível dos legados na história do motociclismo. Assim mesmo, taxativo. Até sua mãe ou filha, tio ou avô que nunca andaram de moto irão reconhecer este nome. E é fácil entender o porquê.

Up there with the greatest #MotoGP stories ever told! ?@ValeYellow46, a hero, a legend, an icon! ❤️ pic.twitter.com/76dwayPHyT

— MotoGP™? (@MotoGP) August 5, 2021

Rossi está no Mundial desde 1996. Nesse ano o atual astro Marc Márquez aprendia a caminhar, enquanto o piloto sensação da temporada 2021 Fabio Quartararo sequer tinha nascido. E Valentino já estava prestes a ser campeão mundial de motovelocidade.

O primeiro título veio no ano seguinte, na extinta 125 cc, com uma Aprilia. Em 1998 estreou com um segundo lugar na 250cc, também pela marca italiana. Em 1999 foi campeão pela classe, garantindo a ascensão à categoria principal, a 500cc.

Rossi foi campeão de Aprilia, de Honda, de Yamaha, de 125cc, de 250cc, de 500cc, de 800cc, de 1000cc, de 2 tempos, de 4 tempos…

E foi na divisão principal que ele se fez conhecido em todo o mundo, inclusive entre os não motociclistas. Desbancou favoritos e faturou sete títulos. Assim, reinou em todas as eras do que hoje é a MotoGP. Venceu entre as motos 2 tempos e 500 cilindradas, 4 tempos de 800 cilindradas, 4 tempos e 1.000 cilindradas, de Honda, de Yamaha.

História na Honda terminou com o título de 2003. No ano seguinte foi campeão pela Yamaha. Isto (ser campeão em dois anos, com motos diferentes) jamais se repetiu

Rossi e Capirossi, Rossi e Biaggi, Rossi e Lorenzo, Rossi e Stoner, Rossi e Marquez

Estamos falando de mais de 20 anos no topo de um dos esportes mais populares do mundo. É um feito tão incrível que fica difícil encontrar histórias similares em outros esportes que sejam tão competitivos quanto para fazer um comparativo. Rossi é único.

Aqui, The Doctor. Irreverência e simpatia do italiano levaram a motovelocidade a todo o mundo, popularizando como nunca o esporte

Nem tudo foram flores. Para chegar aos seus números impressionantes (descritos abaixo), Valentino Rossi travou batalhas inesquecíveis. Uma das mais famosas foi a corrida com Cassey Stoner em Laguna Seca (EUA), no ano de  2008.

Antes de Marc Márquez pensar em andar de moto, Rossi já era campeão. Campeão Mundial. Aqui, o pequeno espanhol tieta o ídolo italiano

Mas houve muito mais. Rossi enfrentou os compatriotas Loris Capirossi e Max Biaggi, em batalhas que faziam a Itália deilirar. Também encarou Jorge Lorenzo, com quem foi colega de equipe, e o já citado Stoner. Ainda, acompanhou boa parte da era atual, comandada por Márc Márquez. Isto que citamos apenas alguns de seus rivais, todos campeões mundiais.

Pontos baixos da carreira

O primeiro momento delicado da carreira de Valentino Rossi aconteceu em 2003. O clima na Honda não estava bom e surgiu a tentadora oportunidade de ir à Yamaha, que estava longe de ser competitiva no início da era 4 tempos da MotoGP. Resultado? Foi campeão em 2003 pela Honda e em 2004 pela Yamaha, num feito até hoje não repetido.

Carreira de Rossi teve muitas quedas, no sentido literal e metafórico

Anos mais tarde a relação com a Yamaha estava degastada, sobretudo pela chegada do prodígio Lorenzo. Então em 2010 Rossi decidiu migrar para a arisca Ducati, numa parceria italiana que criou grandes expectativas. Porém, as duas temporadas seguintes foram catastróficas, com apenas três pódios, vários acidentes e muitos abandonos. Vale lembrar que Rossi estava em grande fase, com um título ainda recente, em 2009.

Rivalidade com Lorenzo na Yamaha contribuiu para Rossi ir à vermelha Ducati… mas as expectativas foram longe de ser atingidas

Então ele retorna para a Yamaha e faz ótimas temporadas. Assim, concluiu três temporadas na segunda posição, mesmo já tendo mais de 35 anos. Mas em 2020 surge Quartararo e a equipe de fábrica fecha com o garoto revelação, deixando Rossi sem espaço no time principal.

Eis o último episódio de Rossi como piloto da MotoGP. Atualmente corre na Yamaha Petronas SRT ao lado do pupilo Franco Morbidelli

E assim chegamos à temporada atual. Valentino Rossi corre pela equipe satélite da Yamaha, que enfrenta diversas dificuldades no calendário. Os dois pilotos sofrem, mas Rossi, por algum motivo, tem resultados inferiores aos de Franco Morbidelli. É sua pior temporada na história do Mundial. Ele decide se aposentar. Todos lamentamos.

Adeus, Valentino Ross; The Doctor, VR 46

Incrível, né? Poderíamos ficar horas, talvez dias aqui falando da carreira de Valentino Rossi na MotoGP. Já estamos aqui e nem nos aprofundamos sobre seu relacionamento com marcas como Yamaha, Monster ou Oakley, das quais se tornou ícone.

Não falamos, também, do seu carisma. Foi com ele que Vale levou o motociclismo para além dos muros dos autódromos, chegando ao senso comum, às rodas de conversa em todo o mundo. Mas chega de papo. E não podemos concluir esta reportagem sem destacar alguns números de sua carreira.

Até mais, Vale.