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O segmento nacional de motocicletas levou três anos para superar os efeitos da crise econômica de 2008. Porém, a recuperação, alcançada apenas em 2011, já está ameaçada. Sentindo mês a mês os efeitos do aumento das restrições ao crédito, anunciado no quarto trimestre de 2011, o mercado já acumula, em 2012, perdas de 13,1% nas vendas no atacado e de 9,7% na produção, em comparação com o mesmo período (janeiro a maio) do ano passado.

Segundo dados divulgados pela ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, foram comercializadas 151.316 unidades em maio deste ano, 22,5% abaixo das 195.307 vendidas no mesmo mês de 2011 e 9,2% acima do volume registrado em abril (138.608). No acumulado, 2012 registra 758.417 motocicletas comercializadas, ante 872.689 unidades de 2011.

Já com relação à produção, foram fabricadas em maio deste ano 171.739 motocicletas, 15,8% a menos do que o alcançado no mesmo mês de 2011. Apesar da baixa no comparativo ano a ano, os números são 17,9% maiores do que os registrados em abril, quando foram fabricadas apenas 145.697 unidades. No período entre janeiro e maio, saíram das unidades fabris 826.981 motocicletas, ante 915.584 no ano passado.

“A queda na produção só não foi maior porque as exportações acabaram ganhando espaço, superando as nossas expectativas”, conta Marcos Fermanian, presidente da ABRACICLO. De acordo com a entidade, foram exportadas, em maio, 10.238 motocicletas, 16,3% acima do registrado em abril (8.804). No comparativo com o mesmo mês do ano passado, quando foram comercializadas ao mercado externo 6.725 unidades, o avanço é de expressivos 52,2%. O acumulado do ano (41.515 unidades) já está 56,6% superior ao alcançado em 2011 (26.517).

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As vendas para o consumidor final (emplacamentos) também registram queda no comparativo com o ano passado. Em maio foram emplacadas 149.871 motocicletas, 12,7% abaixo dos dados do mesmo mês de 2011 (171.681). Porém, no acumulado do ano, as perdas nesta categoria foram mais suaves, da ordem de 4,2%, com 724.584 emplacamentos em 2012 ante 756.371 em 2011.

“Infelizmente, já estamos tendo que rever a nossa previsão inicial feita para 2012, que era de um crescimento da ordem de 5%. Caso o cenário não se modifique, o mais provável é que vivamos uma retração ou, na melhor das hipóteses, uma estagnação do mercado”, completa Fermanian.