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Decimo terceiro dia: Santiago (CH)

Dessa vez o café da manhã foi mais robusto, mas nada que se compare ao do Brasil. Saímos do hotel com a intenção de conhecer mais Santiago. A ideia inicial era tentar ir ver a neve, em Valle Nevado, a aproximadamente 75 km do centro, mas desistimos, pois queríamos dar um descanso para as motos. Então seguimos a pé até um centro de informações turísticas e pegamos um mapa com indicações de lugares para visitar.

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A vista de Santiago com as cordilheiras ao fundo é de tirar o fôlego de qualquer mortal

A vista do mirante de Santiago com a cordilheira é de tirar o fôlego de qualquer mortal

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Seguimos de metrô até a região de Bellavista, onde subimos de Funicular (bonde sobre trilhos) para o mirante do Santuário de la Inmaculada Concepción. Uma bela vista de toda a cidade, com a cordilheira e seu topo coberto de neve ao fundo.

A cidade de Santiago com a magnífica cordilheira ao fundo

A cidade de Santiago com a magnífica cordilheira ao fundo

De la seguimos por uma trilha no meio da mata até chegar no Parque de Las Esculturas, um museu ao ar livre, com belas obras contracenando com espaço urbano da grande cidade. Almoçamos por ali mesmo e seguimos a pé para o Parque Bicentenario, onde se encontra a enorme escultura La Busqueda.

No centro de Santiago um espaço permanente para mostra da arte chilena

No centro de Santiago um espaço permanente para mostra da arte chilena

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Voltamos a pé para o hotel e enfim descansamos. Naquela noite voltamos ao restaurante italiano para mais uma noite de massas, prontos para encarar o dia seguinte, o inicio da volta para casa.

No Parque Bicentenario, onde se encontra a enorme escultura La Busqueda.

No Parque Bicentenario, onde se encontra a enorme escultura La Busqueda.

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Decimo Quarto dia: Santiago (CH) a Mendoza (AR)

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Saímos de Santiago ansiosos com a expectativa de passar por outro ponto bem desejado da viagem, os Caracoles, uma série de curvas no meio da Cordilheira, já na fronteira com a Argentina.

Chegando nos Caracoles; passamos do mirante e não tiramos fotos

Chegando nos Caracoles; passamos do mirante e não tiramos fotos

Ate chegar nos Caracoles, nossa viagem foi presenteada com uma bela vista da cordilheira se aproximando a cada quilômetro, com seu topo todo branco de neve. Nessa hora bateu um arrependimento de não ter insistido na visita ao Valle Nevado, eu queria ver a neve mais de perto. Mas parece que vai ficar para uma próxima vez…

Los Caracoles - foto: Adriano Vanderstapen (aparece na foto)

Los Caracoles – foto cedida por Adriano Vanderstapen (aparece na foto)

Passamos pela última cidade antes da fronteira, Los Andes, e começamos a subir a cordilheira. Logo mais chegaram as curvas, Os Caracoles. Começamos a subida devagar, enfrentando cada curva com calma, sem precisar deitar a moto, aproveitando para apreciar o visual da montanha coberta de neve, bem pertinho. Foi tanta emoção que acabamos passando do ponto da foto com as curvas dos Caracoles e não conseguimos mais voltar… vamos ter que contentar apenas com o prazer de já ter feito aquele percurso e com as fotos de outas pessoas pela internet. Pelo menos um vídeo do trajeto eu consegui fazer.

Após as curvas aparecem os túneis. Com o gelo derretendo e escorrendo por entre o teto. Em seguida passamos pelo primeiro ponto da aduana chilena, onde pegamos um papel, com um número, que indica o número de passageiros por veículo. Meu papel continha o número 2, só isso.

No túnel antes da fronteira com a Argentina

No túnel antes da fronteira com a Argentina

Era tão sem graça que eu o chamei de papel de pão. Não subestime a importância desse papel de pão pela sua aparência, ele será carimbado por várias vezes logo mais a frente, e você vai precisar dele para entrar na Argentina.

Voltamos a ser crianças brincando na neve

Voltamos a ser crianças brincando na neve

Antes de chegar na aduana de fato, passamos por um local que me encheu de alegria, era neve, ali bem ao lado da rodovia. Muita neve. Paramos as motos e fomos, bem , eu, fui brincar. É estranho, é diferente. Está calor, mas a neve está ali, não derretia, ou não parecia derreter.

Parecia ser firme, mas não era. Pisava e ela afundava, com um pouquinho de esforço dava até para deslizar. Tirei as luvas e peguei. Era fria, gelo mesmo. Mas se desfazia facilmente com o calor das mãos. Tentei fazer um boneco de neve, mas me faltou habilidade. Voltei a colocar as luvas, estava muito gelado. Com as luvas fazer bolas de neve é mais difícil, pois não há calor o suficiente para fazer que com os flocos derretam e se fixem. Brinquei um pouco com a minha esposa, fizemos fotos e seguimos. Ainda tínhamos uma aduana para enfrentar. A saída do Chile acabou sendo em grande estilo.

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A neve na beira da estrada, ao alcance das mãos

Chegando na aduana, fila. Havia um grupo de motociclistas chilenos na nossa frente. Eles estavam indo apenas almoçar em Mendonza. Só quem é motociclista sabe como é enfrentar os tramites das estradas só para um passeio.

Alguns minutos aguardando e empurrando as motos e logo chegou a nossa vez. Deixamos as motos paradas ali mesmo na fila, mas já dentro do galpão e seguimos com a papelada em mãos para os guichês. Apresentamos aquele formulário com os dados da moto e os outros dois com os dados dos passageiros que pegamos na entrada do Chile, e os passaportes. Ah, e o papel de pão.

Na aduana da fronteira saindo do Chile e entrando na Argentina

Na aduana da fronteira saindo do Chile e entrando na Argentina

Os formulários com os dados dos passageiros ficaram nesse primeiro tramite, o outro com os dados da moto e o papel de pão seguiram para o próximo. Mais carimbos, e agora estou apenas com o papel de pão, todo carimbado. Esse papel deverá ser apresentado a 15 km dali, para a polícia da Argentina.

Novamente o orgulho de desfraldar a bandeira do Moto Clube Harpias das Gerais no meio de tanta neve

Novamente o orgulho de desfraldar a bandeira do Moto Clube Harpias das Gerais no meio de tanta neve

Nem ao menos olharam as motos, que ficaram lá na fila. Guardamos tudo de volta nos baus, deixamos o papel de pão para fácil acesso e seguimos. 15 km depois, lá estavam os policiais, que nem chegaram a pedir nada, só apresentamos o papel de pão e seguimos. Já estávamos de volta à Argentina.

Chegamos em Mendonza e fomos procurar hotel. Mais uma vez chegamos no dia de uma convenção, todos os hotéis lotados. Acabamos encontrando um que possuía um quarto com 3 camas, uma de casal e duas de solteiro. Serve.

Deveríamos ficar um dia a mais em Mendonza, para visitar alguma vinícula, passear e descansar. Mas à noite, quando saímos para jantar, dia de jogo, Brasil e Argentina, comemos uma pizza não tão boa, e a saudade bateu. Decidimos que dali mesmo voltaríamos para o Brasil, direto, bem rápido. A viagem terminou, hora de voltar.

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Decimo quinto dia: Mendonza (AR) a Villa Maria (AR)

De acordo com a nossa rota, hoje seria o dia de seguir até Rio Quarto, mas como a nossa vontade de voltar logo para o Brasil era grande, seguimos mais além, até Villa Maria. Rodamos bem nesse dia, foram 620 km, com estradas boas, clima bom, desenvolvemos uma boa velocidade de cruzeiro e chegamos antes de anoitecer. Nesse dia não tiramos fotos, foi só estrada mesmo.

O roteiro do 15º dia

O roteiro do 15º dia

A velha rotina de buscar hotel. Os preços não justificavam a qualidade da cidade. Não estou desmerecendo, mas realmente não justificavam. Pagamos aproximadamente 250 reais em um hotel simples, com um café da manha mais simples ainda e garagem separada.

Deixamos as motos no estacionamento, tomamos um banho e saímos em busca de um restaurante. Já não sei se era a vontade de chegar logo no Brasil, mas nada parecia me agradar. Acabei me atrapalhando no pedido do prato e tive que me contentar com um pedaço de frango com salada. Tudo bem, amanha estaria no Brasil e poderia atacar uma picanha na chapa.

Voltamos para o hotel e decidimos que iriamos direto dali para Uruguaiana. Para não passar o perrengue de ter que ficar buscando mais hotéis, fiz uma reserva via internet, estacionamento, café da manha, 120 reais. Ótimo.

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Decimo Sexto dia: Villa Maria (AR) a Uruguaiana (RS)

Novamente estávamos preparados para mais um dia sem fotos, o que queríamos era voltar rápido para o nosso país. Acordamos cedo e descobrimos que o café da manhã atrasaria. Houve algum problema com o forno da padaria que trabalha para o hotel e não haveria entrega dos pães. Enquanto isso fomos lubrificar as motos e prender os baus. Voltamos para o hotel e nada dos pães. Vamos tomar só um copo de café mesmo e tá bom.

Enquanto tomávamos o café com leite, uma outra funcionária do hotel aparece com alguns pães amassados e croissant. Ótimo. Já dá para encarar os 760 km da volta. Deixamos o hotel e seguimos forte em direção ao Brasil. Nenhuma novidade na estrada bem pavimentada, pedágio em alguns pontos, sem sustos, e com tempo bom.

No 16º dia um dos trechos mais longos da viagem

No 16º dia um dos trechos mais longos da viagem

Quando estávamos quase chegando na última cidade da Argentina, Paso de Los Libres, fomos parados pela primeira vez pela polícia. Paramos nós três no acostamento e esperamos pelas instruções. Só a habilitação. Precisa ser a PID? Não só a habilitação. O policial olhou, tudo certo, e desejou-nos boa viagem.

Menos de 10 km depois fomos parados outra vez. Agora a farda do policial era diferente, não havia posto policial, apenas um cone no meio da pista e uma viatura parada no acostamento. Desci já pegando a habilitação. Mas logo estava montando na moto de novo. O policial nem chegou a vir falar comigo ou com a moto de trás, o papo ficou somente com a primeira moto.

Logo mais a frente quando paramos perguntei o que rolou. O policial já parou pedindo ajuda, um dinheirinho. O que nos salvou da propina foi dizer que estávamos terminando a viagem e que não tínhamos mais efectivo, viajávamos apenas com a tarjeta. Ele deve ter visto a minha câmera no guidão da moto e nem chegou a tentar o mesmo papo comigo, dispensou ali mesmo.

Mais alguns quilômetros e chegamos na aduana, na cidade Paso de los Libres. Deixamos as motos no estacionamento e apresentamos os passaportes e o documento da moto para vistoria. Passaportes novamente carimbados, tivemos que apresentar para uma outra fiscal na saída do prédio. Tudo certo. Voltamos às motos, atravessamos a ponte e estávamos de volta ao Brasil.

Dessa vez não precisamos buscar por hotéis, pois eu já havia reservado. Paramos as motos já dentro do estacionamento do hotel. Tomamos aquele banho e fomos mais que depressa buscar um restaurante com self service. Uma pena que era domingo à noite e não havia muitos restaurantes naquela região. Mas encontramos um que servia a tão querida picanha na chapa, bem servida com uma guarnição de arroz, outra de salada, outra de maionese e uma de batatas fritas. Essa fartura toda por apenas 35 reais. Ah meu Brasil…

Voltamos mais que satisfeitos para o hotel e dormimos, muito bem.

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Decimo Sétimo dia: Uruguaiana (RS) a Passo Fundo (RS)

Acordamos e aproveitamos do belo café da manhã típico dos hotéis brasileiros. Seria mais um dia de muita estrada e nenhuma foto. De Uruguaiana seguimos a viagem para Passo Fundo. Antes de pegar a estrada tivemos que passar no centro para um dos amigos resolver um problema com o cartão de crédito. Esse problema apareceu no primeiro dia em San Pedro de Atacama, e não pode ser resolvido até que ele chegasse aqui no Brasil. Foram várias ligações para a agência, gerente, banco e nenhuma solução. Como segurança, tenha um segundo cartão, de preferência de outro banco para esse tipo de emergência, além, é claro, de habilitar o internet banking no seu celular para demais atividades, como transferências.

O percurso do 18º dia: Uruguaiana a Passo Fundo

O percurso do 17º dia: Uruguaiana a Passo Fundo

Não tomamos muita chuva nesse dia, mas o estado das rodovias estava lamentável. Foi o pior trecho de estrada que pegamos até o momento. Pior até que o trecho em obras no Chaco Argentino. Aliado a isso existia o cansaço acumulado da viagem, e esses últimos dias foram complicados. Eu sentia muita dor nas costas, minha vontade era de chegar, não havia mais aquele prazer ao pilotar.

Chegamos em Passo Fundo sem reservar de hotéis. Seguimos ao centro e encontramos um bem confortável com o um preço justo, mesmo pagando o estacionamento à parte. Não encontramos o tão querido restaurante com self service, e tivemos que encarar um delicioso sanduíche.

Não perca amanhã a parte final da viagem e muitos
conselhos úteis para quem quer viajar também

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O motonliner Danne Meira Castro Aguiar enviou este relato através do “Você no Motonline”. Mande você também o seu texto e o compartilhe com milhares de leitores que, como você, também amam as motos.