As motos elétricas podem ter sua autonomia (a distância percorrida antes de precisar recarregar) reduzida no Brasil. Mas calma, a gente explica. Para isso, vamos começar falando dos carros...
Há diferentes padrões de medição de autonomia para veículos elétricos mundo afora. Um dos mais usados é o ciclo WLTP (Procedimento Mundial Harmonizado de Teste de Veículos). Segundo ele, o Volvo XC40 tem 420 km de autonomia, por exemplo.
Já o Brasil possui o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). Mais rígido, ele considera um desempenho mais 'pessimista' do conjunto. Aqui, o mesmo XC40 roda apenas 357 km sem recarregar.
Agora, o Inmetro irá adotar um novo padrão ainda mais rigoroso. Via de regra, indica uma eficiência 45% menor que o WLTP... ou seja, segundo ele, o mesmo Volvo teria apenas 231 km de autonomia (dos 420 aferidos no WLTP).
Segundo o Inmetro, a ideia é proteger o consumidor de possíveis números superestimados. Assim, na teoria, a autonomia divulgada será mais próxima da encontrada pelo motorista. Mas e as motos?
Ao menos por enquanto, as motos não fazem parte da nova regra do Inmetro. Atualmente, os números de autonomia são fornecidos pelas próprias fabricantes. Mas e se elas fossem enquadradas na regra?
A elétrica mais vendida do Brasil é a Voltz EVS, com 120 km de autonomia segundo a marca. Na nova regra, seriam divulgados apenas 66 km, aproximadamente. Com duas baterias, a autonomia cairia de 180 km para 99 km.
O desempenho do veículo elétrico não muda, assim como seu motor ou bateria. A diferença é apenas no valor total divulgado da autonomia pela fabricante, que precisa atender novas regras.