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Veja a parte 1 desta matéria.

Lembra-se que o proprietário da moto ficou com a sensação de que não houve a revisão dos 1.000 km ou que a mesma não foi efetuada corretamente? Bingo!

Num domingo ensolarado, em plena rodovia dos Bandeirantes ficou sem câmbio. Estava em 6ª marcha e no momento que necessitou reduzir, a alavanca estava “boba”. Isso aos 1.500 km.

Levou a moto para local seguro, onde ficam os polícias rodoviários no primeiro pedágio, e pode constatar que o parafuso que prende a alavanca do câmbio tinha se soltado, ficando preso pela borrachinha (guarda-pó???). Ao menos, havia ferramenta que propiciou o aperto.

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De volta à concessionária, a mesma se eximiu da responsabilidade, afirmando que a fábrica, na montagem da motocicleta, não usou a trava química. Tá! E o consumidor com isso? E a segurança? Se a fábrica não faz, qual o papel da concessionária nas revisões?

Talvez os leitores não saibam, mas existe uma lei, a 6729//79 que dispõe sobre a concessão comercial entre produtores e distribuidores de veículos automotores de via terrestre, ou seja, um regulamento que trata sobre os direitos e deveres do fabricante e do concessionário.

Em seu artigo 16 determina que “a concessão de marca compreende o resguardo da integridade da marca, independentemente do que foi convencionado (eu que faço essa afirmação) caso a caso entre marca/fábrica e concessionário, nos termos dos artigos 18 e 19 quanto o atendimento em pós-vendas e em garantia do produto, a concessionária deve tomar todos os cuidados necessários para zelar pela marca”, especialmente, com a existência da Lei 8078/90 – Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

É inadmissível uma falha dessa magnitude numa marca como a Yamaha, por sua tradição histórica mundial de fabricar produtos de qualidade.

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Enfim, chegou o momento da revisão dos 10.000 km e a concessionária que atendeu a FZ6 foi de grande profissionalismo. O proprietário reclamou de algo irregular na suspensão dianteira e optou pelo desmonte e troca do fluído das bengalas. Outra surpresa: a mola da bengala direita estava invertida.

Lembrando que a revisão dos 10 mil km também é gratuita, o consumidor teve de arcar com R$ 150,00 da mão de obra e do óleo. Pergunta: quem deve arcar com esse ônus? Pela Lei 6729/79, obviamente, a fábrica, já que a montagem ocorre dentro da fábrica. Pela Lei de Defesa do Consumidor, certamente, não é o consumidor e sim a marca.

Após a revisão, a FZ6 N ficou muito, mas muito melhor, já que passou a fase do amaciamento e por incrível que possa parecer, o acerto na suspensão dianteira mudou pouca coisa, mas para um piloto sensível, o suficiente para absorver com perfeição as irregularidades do piso.

Para quem não sabe a FZ6 saiu de linha, para ser substituída pela FZ8 que teve seu lançamento mundial em março passado. O mais engraçado neste caso é que muitas pessoas perguntam ao proprietário da FZ6 se ela é o novo lançamento da Yamaha. Mais engraçado ainda é a surpresa quando ele afirma que a FZ6 até já saiu de linha.

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Pelo que se pode notar a FZ6 entrou e saiu do mercado brasileiro sem ser percebida. Em 2008 era importada, em 2009 foi nacionalizada e em 2010 saiu de linha.

Em pequena nota, o consumidor relata: “Apesar dos pequenos percalços com o pós-vendas, essa moto me dá 100% de satisfação, seu funcionamento é como um relógio suíço. A Yamaha deve aprimorar seu atendimento em pós-vendas, pois o produto existe e é bom, mas o consumidor brasileiro está amadurecendo e sua exigência aumentará. O quesito atendimento em pós-vendas certamente contará importantes pontos no momento de definir qual motocicleta e marca comprar. A venda de uma motocicleta zero km começa na oficina de uma concessionária.”

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