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A Yamaha fez reviver o motor de dois tempos na década de 80. Então foi além disso e de repente recuperou o título de rainha no segmento das superesportivas. Tudo isso veio com a RZV 500R, uma mega versão da “RD 500” que apenas sonhamos de longe aqui no Brasil.

Yamaha RD 500, a RZV 500R

A Yamaha RZV 500R foi projetada exclusivamente para o mercado doméstico japonês. Embora algumas unidades tenham sido exportadas, de forma privada – para ser preciso, apenas 3.700 saíram da terra do sol nascente. O modelo teve vida curta também, somente dois anos de fabricação.

Além disso, contava com peças atualizadas, não encontradas nas RD 500 LC e RZ 500 padrão. Uma das diferenças era sua estrutura de alumínio soldada à mão, significativamente mais leve que as versões regulares de aço. No painel pode-se notar uma luz vermelha, montada dentro da carcaça do tacômetro, que acende aos 88 km/h. Dispositivo de época que marcava o limite de velocidade máxima no Japão.

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Tamanha raridade da RZV 500R faz da moto quase uma edição limitada, e poderia ser. O modelo nasceu quando a Yamaha estava ficando para trás no segmento das superesportivas de grande porte. Com isso, a marca desenvolveu uma réplica da YZR500 das pistas, dando à luz a nova moto em 1984.

YZR500 utilizada nos mundiais de motovelocidade

 

RZV 500R

A sigla ‘V’ à frente do RZ indentificava a configuração do motor da RZV 500R. E foi a engenhosidade dele que chamou a atenção. Mesmo se tratando de um simples 2 tempos – sem acionamento de válvula mecânico, como uma moto de 4 tempos -, o modelo tem uma estrutura única. Também pudera, se tratava de um motor de 4 cilindros tipo V da moto de GP mundial, a YZR500.

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O propulsor tinha um layout de quatro carburadores no bloco em V. Dois cilindros dianteiros como válvulas de palheta do cárter e dois cilindros traseiros como válvulas de pistão. Como resultado, uma usina 2 tempos inédita. A diferença é que a moto de GP possuía um ângulo de V a 40 graus e a RZV 500R um estreito V de 50 graus.

RZV 500R utilizava componentes mais leves que as regulares RD 500

Com isso, o 2 tempos em V de 4 cilindros refrigerado a água, com YPVS, despejava potência máxima de 64 cv a 7.500 rpm e torque máximo de 5,7 kgf.m a 8.500 rpm. Tudo isso acoplado a um câmbio de 6 velocidades.

O motor foi ajustado para cumprir a legislação japonesa, restringindo o diâmetro interno dos tubos de escape e alterando o jato do carburador. Mesmo assim, com a moto pesando apenas 173 kg, as coisas ainda eram bem interessantes.

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Pacote de luxo RZV 500R

As qualidades na “réplica” da YZR500 agregavam ainda um garfo dianteiro a ar, com ajuste de amortecimento de retorno. Freio traseiro e as alavancas de câmbio fundidos em alumínio, assim como o guidão tipo clip-on. Modificações que resultaram em uma economia de peso de 9,1 kg.

Tamanha inovação tinha um preço excepcionalmente alto para a época. Comparada com as rivais com mais cilindrada, Kawasaki GPZ 750 e Honda VF750F, a moto da Yamaha era mais leve e poderosa… e mais cara também… Nos dias de hoje é um item de colecionador.

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]