Comentários:
Minha Strada é modelo 2000/2001, possuo-a desde 2007, já rodei mais de 20 mil quilômetros e nunca fiquei a pé por quebras. Uso-a diariamente como meio de transporte, revezando com o carro.
Levo a moto a cada 5 meses para oficina para substituição do óleo, regulagem de corrente e execução de consertos necessários
Prós:
Uma Street bem equilibrada, não deixa de ser uma moto feita para uso cotiano, como as CGs, mas tem um tino mais esportivo, em todos os aspectos. É um dos modelos de melhor custo-benefício que se pode encontrar no mercado, exemplares bem conservados e acima do ano 2000 podem ser encontrados por pouco mais de 3mil e você leva uma moto com um belo visual, rodas de liga-leve (muito resistentes e bonitas), partida elétrica, painel completo e freio à disco dianteiro, além de ser um modelo confiável de manutenção barata e mecânica conhecida. No quesito modernidade, não fica muito atras das 125 e 150 novas oferecidas no mercado, cuja principal vantagem é a injeção eletrônica.
Ótima para uso urbano, uma moto de ótima manobrabilidade e desempenho adequado para um modelo antigo. consumo é melhor que da CBX 250 Twister, ficando na média urbana de 23 Km/L (aceleração moderada e trocando de marcha na casa dos 5,5 mil giros), mas fica abaixo das CG, que conseguem facilmente alcançar a casa dos 30 km/L Há quem diga que é uma moto um tanto cansativa de se guiar por longos períodos na cidade, assim como a Twister, devido à posição de pilotar mais esportiva. Na cidade não tem acelerações tão vigorosas como a Twister e nem é muito potente que uma CG 150, mas sua grande vantagem (e essa ventagem faz muita diferença) é que tem um torque surpreendente, encarando subidas íngremes em baixa rotação, sem pedir redução de marcha, algo que uma CG não consegue fazer. Resumindo, o torque da Strada é comparável ao da Twister, mas a potência é significativamente inferior. Os freios são satisfatórios e bem superiores aos freios a tambor que se encontra nas CGs, mas a roda traseira tem tendência a travar.
Na rodovia é uma moto gostosa de se guiar até cerca de 120 Km/h, a partir daí fica muito barulhenta, vibra demais e passa a transmitir insegurança devido ao balanço e progressiva instabilidade. lembrando que instabilidade em altas velocidades é uma característica marcante das moto Street, pois são leves e projetadas para uso urbano. Já consegui médias de 34 Km/L na rodovia. Viajei por um percurso de 97 Km acompanhando um amigo numa Twister em um percurso com muitas curvas e serras. Devido ao torque satisfatório da Strada, foi fácil acompanha-lo nos aclives, mas nas ultrapassagens ficava evidente a maior potência da Twister. Nas curvas a moto tem um ótimo comportamento. Lembrando que a "velocidade de cruzeiro" para esse modelo fica na casa dos 95 km/h, nessa velocidade o motor trabalha com torque máximo (perto de 5,5 mil rpm), portanto consegue-se minimizar o consumo, mantendo facilmente a velocidade em subidas e deixando a moto está pronta para dar um "gás" extra para ultrapassagens. O tanque de 14 litros (2 de reserva) garante boa autonomia.
É uma moto de manutenção fácil e barata, embora um tanto periódica, até por se tratar de um modelo descontinuado há mais de dez anos. Peças originais são mais caras e difíceis de se encontrar, porém mais confiáveis e sempre recomendadas. Encontra-se grande diversidade de peças paralelas, com todos os níveis de qualidade e preço. É bom ficar atento ao comprar peças paralelas, geralmente preço é um bom indicativo da qualidade.
Além das qualidades relatadas anteriormente, é uma moto muito bonita, surpreendente para um modelo lançado em 1993. A Strada foi a moto que trouxe de volta a moda do farol redondo no Brasil, numa época em que as esportivas naked estavam fazendo muito sucesso no exterior. Pessoalmente, acho-a mais original que a Twister, que em termos de estilo é só uma atualização da Strada, e mais bonita que a CB 300, que tem um design controverso, principalmente pelo farol e pela forma do tanque. Também acho a Strada mais bonita que as 125 e 150 atuais, devido ao estilo mais esportivo.
Contras:
O principal defeito da Strada e que vem desde a Turuna 125, passando pela CBX 150 Aero, até chegar nas CBX 250 Twister e CB 300, é a famigerada "bateção de corrente". Esse é um defeito crônico dessa linha de modelos da Honda e que não se resolve com manutenção, nem com adaptações de acessórios. Embora não seja indicativo de manutenção desleixada, ou má conservação, pois como foi dito, é um defeito crônico, pode ser minimizado com manutenções periódicas (lubrificação e regulagem de folga da corrente e substituição da relação, caso necessário).
O painel é uma peça que deve-se prestar bastante atenção na hora da compra. O painel original é de boa qualidade, mas motos já acidentadas (que são a maioria) às vezes tem o painel substituído, geralmente por um paralelo de baixa qualidade. O painel original é díficil de encontrar e é caro, tenha isso em mente. O painel tem 6 luzes de iluminação noturna e as luzes espia, leve a moto para um canto escuro e confira se tudo está funcionando perfeitamente, se o painel não estiver legal, tente negociar com o vendedor um desconto, ou substituição. O marcador de combustível raramente funciona direito, seja por defeito no painel, seja por defeito na boia (que por sinal é cara), nem espere encontrar exemplares à venda cujo marcador de combustível funcione corretamente, isso é algo que você vai ter que consertar depois de comprar a moto, ou deixar como está.
A Strada é barulhenta, isso é uma das primeiras impressões que se tem ao andar nela. As fontes de barulho são a corrente, o motor de concepção antiga, eventuais vibrações de peças da carenagem. Lembrando que é uma moto que vibra demais. O barulho excessivo e a vibração ficam bastante evidentes, ao ponto de irritar, acima das 6,5 mil rpm. A vibração atrapalha em viagens, ao ponto de deixar mãos e pés formigando, quando se anda em altas rotações por períodos maiores que uma hora.
Mas a principal dica e que vale não só para a Strada, mas para qualquer moto usada: fuja, nem vá ver, exemplares com aparente má conservação, evidente mente acidentados, ou com procedência duvidosa. Comprar uma moto com mais de dez anos e cuja procedência não se pode confiar, é incômodo na certa.