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João Tadeu Boccoli e Divulgação

Pela apresentação, já com uma moto coberta pelo pano negro, ficou aquele sabor de “já sabia” … nos jornais, e em diversos blogs e fóruns, um punhado de imagens invadiam nosso espaço e nosso imaginário.

A bem da verdade é que em alguns dias anteriores ninguém apostaria em mais um lançamento, porém já sabíamos que seria um scooter. Mas uma coisa é ler um texto, e outra é ter o contato !

As duas primeiras abordagens foram sobre a CB300R (um reforço a tudo visto em Manaus) e XRE 300 com mais informações técnicas e outros detalhes. Na seqüência, o pano cai e o scooter LEAD 110 surge … realmente algo novo para quem tinha deixado a mercê da concorrência o filão dos scooters desde o término de comercialização das 2209 unidades do SPACE 125, entre 1993 e 1995.

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Vamos agora tentar convidá-los a acompanhar a evolução desse segundo dia de TestRide …

CB 300 R

Um reforço nas nossas impressões e as devidas confirmações na pilotagem sob um percurso maior. Realmente a sexta marcha não faz falta e a dirigibilidade está melhorada, sem termos o que acrescentar sob vistas da matéria publicada anteriormente, CB 300 R e XRE 300 – Cobertura do Lançamento.

XRE 300 Fizemos um percurso pelas redondezas acompanhando os instrutores do Centro Educacional de Transito da Honda e verificamos que a moto realmente traz grandes evoluções, principalmente estradeiras; partindo da Tornado 250.

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Seu motor acompanha as alterações feitas na CB300R, onde apenas a bomba de combustível, que por problema de espaço, ficou presa no chassi.

A adaptação do motor se dá melhor nessa moto do que na CB, pois para uso em terra, o torque maior adicionou facilidade em pilotar, mesmo que a potência numericamente maior em termos práticos, permanece a mesma. Se ganha em controle porque se muda menos marchas e a aceleração se tornou mais elástica.

Resultado surpreendente também é a maneabilidade em qualquer tipo de terreno. Como interpretamos na foto do chassi observada anteriormente em Manaus, à geometria tornou a moto mais rápida para mudança de direção mas nem por isso cria instabilidade na terra. As suspensões e banco mais macios do que na Tornado proporcionam uma viagem mais confortável mesmo nas estradas acidentadas e ainda permite um posicionamento em pé digno de uma autêntica off-road.

A garupa agora conta com um degrau no banco para se ter uma posição mais confortável, no caso,mais alta que o condutor. Por outro lado, na pilotagem solo em terra, o piloto percebe as protuberâncias do banco para o garupa, além das laterais mais largas ao lado do tanque, dando ai limites aos movimentos mais radicais do uso fora de estrada. Nada que prejudique o uso a que ela se propõe; é uma autêntica Adventure Touring em quase tudo.

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Falamos isso porque pela visão de seu posicionamento no mercado, nos parece uma proposta meio forçada. Com a ausência da Falcon na linha da Honda, que era uma 400cc que mantinha facilmente velocidades acima de 100 km/h em longos percursos, a XRE sofrerá para acompanhar aquelas aventuras que o motor maior podia obter.

Possivelmente, quem tinha uma Falcon vai sentir que andou para trás ao fazer a troca pela nova XRE 300; do mesmo jeito que quem tinha a Tornado e que era do tipo “trilha no domingo e trabalho na segunda”, vai achá-la um tanto quanto domesticada; nada que se apresente na estética da moto, tecnologia, funcionalidade, economia e acabamento; apenas verifica-se que o motor de maior cilindrada, sem as limitações causadas pelas restrições anti-emissões tem um rendimento mais condizente com a proposta “Adventure Touring” em estradas asfaltadas ou não. Quem sabe não está nesse nicho mais um futuro lançamento da marca?

LEAD 110

Desafio vindo da China, esse scooter é fabricado lá e no Vietnam há mais de 20 anos, e agora será produzido no Brasil, a ser comercializado no início de agosto deste ano, com muitas novidades.

É um veículo estritamente urbano com grande vocação para o transporte cotidiano, pois traz versatilidade, economia, conforto e mais praticidade do que uma moto para esse tipo de uso.

As soluções técnicas é o que mais favorece essas condições, vamos analisá-las:

O motor monocilíndrico de quatro tempos é OHC de duas válvulas, com 108 cm3 de cilindrada, conta com refrigeração líquida; além de ser alimentado pelo moderno sistema de injeção eletrônica de combustível PGM-FI, que garante melhor desempenho e confiabilidade. O propulsor gera potência máxima de 9,2 cv a 7.500 RPM, e torque de 0,97 kgf.m a 6.000 RPM.

O chassi construído em tubos de aço proporciona leveza e rigidez, difícil de encontrar num scooter dessa faixa de cilindrada, ofertando uma estabilidade diferenciada e que coloca o piloto numa condição de bastante tranqüilidade ao enfrentar as ruas esburacadas de nossas cidades.

Mesmo com as dimensões reduzidas das rodas as suspensões dão conta do recado, pois são auxiliadas pela estrutura estável, de pouca flexão e como conseqüência elas trabalham com poucos movimentos secundários. Na região da plataforma, onde se aloja o tanque de gasolina há uma estrutura bem triangulada associada à região do escudo frontal que faz com que este chassi tenha rigidez excepcional, somada a um baixíssimo centro de gravidade.

Na traseira notamos o posicionamento interessante do amortecedor, colocado bem na ponta do braço oscilante (motor e transmissão); o que se reflete no baixo nível de forças a serem absorvidas pela estrutura traseira. O amortecedor cumpre 100% do curso da roda e dessa forma sua construção é bastante facilitada pois o controle da roda se faz numa relação direta, sem alavancas.

Os freios estão bem dimensionados e o modelo até conta com freio de estacionamento acionando uma pequena trava na frente do punho esquerdo durante o acionamento do mesmo.

Como todo bom scooterista sabe, por conta de diferenças de massas, sempre se começa a frenagem de um scooter pelo freio traseiro; e a Honda apresenta a LEAD com um dispositivo que ao apertar o freio traseiro (manete esquerdo) um cabo adicional aciona também o freio dianteiro hidráulico, proporcionando assim uma frenagem equilibrada parando o scooter com segurança em quase todas as situações. Vale ressaltar que o freio dianteiro é independente, e nessa situação continua disponível sempre para as paradas que exigirem mais potência e controle … evidentemente os condutores menos habilidosos agradecem. A transmissão de velocidade constante (CVT) tem esse nome por que proporciona velocidade do motor constante enquanto a velocidade da moto se altera, da seguinte forma:

São duas polias, a primária e a secundária que contam com dispositivos acionados pela força centrífuga agindo sob pequenos pesos. Quando a velocidade do motor aumenta os pesos se movem acionando mecanismos de forma que a correia sobe para a periferia da primária e desce para o centro da polia secundária.

Assim a rotação do motor permanece quase constante nas condições ótimas de RPM e a velocidade do scooter aumenta gradativamente pela aceleração que ele sofre quando há mudança da posição da correia em relação ao diâmetro das polias. Na condição parada há na polia traseira umas sapatas parecidas com as de freio a tambor que fazem o papel da embreagem; que são acionadas também pela força centrífuga quando a rotação do motor sobe dando partida ao movimento da transmissão.

É um sistema utilizado há bastante tempo, mas nessa aplicação algumas características como a lentidão de resposta da transmissão ao acelerador ficaram reduzidas, seja pela rapidez de resposta da injeção eletrônica ou seja pela construção refinada da transmissão. O fato é que essa transmissão responde mais rápido do que a maioria das outras aplicações. A Honda afirma que essa correia tem a durabilidade de perto de 20 mil Km. Praticamente falando, somamos ai detalhes importantes de uso diário repetitivo, com destaque ao grande espaço sob o banco que chega a acondicionar dois capacetes dependendo de suas dimensões; a facilidade de se abrir o banco com o simples pressionamento da chave numa determinada posição do bloco de contato, porta luvas no painel frontal, alça para sacolas, dois pinos suportes de capacetes sob o banco para o caso do compartimento estar cheio, e um bagageiro cujo formato incorpora as alças para o garupa

Uma grande vantagem para o consumidor ficou meio que esquecida, mas para quem já teve outros scooters sabe que, caso se furasse um pneu, se tinha uma atividade pouco aceita nas borracharias, que era a necessidade de se remover o escapamento … no LEAD 110 isso acabou!

Com um design moderno mas dentro de linhas conservadoras, temos um produto com dimensões, iluminação de posicionamento e painel plausíveis para o modelo, e não poderíamos deixar passar em branco a adoção das pedaleiras do garupa escamoteáveis em alumínio, que realmente colaboram para o conforto e segurança. E falando nesta,diferente da grande maioria de suas concorrentes, a LEAD não vem com apoio lateral, o que num primeiro momento pode parecer estranho, mas é uma forte opção na prevenção de acidentes, pois estando ela no cavalete central, em qualquer alteração de aceleração não teremos movimento !

Com um bom acabamento e com boa tecnologia embarcada, a Honda parece estar se redimindo pelo abandono de 14 anos desse segmento, com um produto apto a concorrer com os mais tradicionais modelos europeus nessa faixa … Especificações Técnicas

CATEGORIA

Scooter

MOTOR

108cc, OHC, monocilíndrico, 4 tempos, 2 válvulas, arrefecido a líquido

POTÊNCIA MÁXIMA

9,2 cv a 7.500 RPM

TORQUE MÁXIMO

0,97 kgf.m a 6.000 RPM

DIÂMETRO X CURSO

50,0 x 55,0 mm

ALIMENTAÇÃO

Injeção eletrônica de combustível PGM-FI

RELAÇÃO DE COMPRESSÃO

11,0 : 1

SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO

Forçada, por bomba trocoidal

SISTEMA DE IGNIÇÃO

Eletrônica

BATERIA

12V – 6 Ah

FAROL (ALTO/BAIXO)

35/30W

SISTEMA DE PARTIDA

Elétrica

CAPACIDADE DO TANQUE

6,5 litros (1,8 litro de reserva)

ÓLEO DO MOTOR

0,8 litro (0,7 litro para troca)

TRANSMISSÃO

V-Matic tipo CVT

EMBREAGEM

Automática centrífuga (tipo seco)

SUSPENSÃO DIANTEIRA

Garfo telescópico com 90 mm de curso

SUSPENSÃO TRASEIRA

Monoamortecida com 84 mm de curso

FREIO DIANTEIRO

Disco simples de 190 mm de diâmetro

FREIO TRASEIRO

A tambor com 130 mm de diâmetro

PNEU DIANTEIRO

90/90-12 44J

PNEU TRASEIRO

100/90-10 56J

CHASSI

Monobloco com “underbone”

ALTURA DO ASSENTO

740 mm

ALTURA MÍNIMA DO SOLO

115 mm

DIMENSÕES (C x L x A)

1.838 mm x 668 mm x 1.125 mm

ENTRE-EIXOS

1.274 mm

PESO SECO

109 kg

CORES

Preta, vermelha metálica, bege metálica e prata metálica

PREÇO

R$ 6.250,00

REFERÊNCIAS DO MOTONLINE NO YOUTUBE YT_INST_CB300R QYT_INST_XRE300 YT_INST_LEAD YT_INST_10_CEHT

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.