A mobilidade urbana é um tema frequentemente discutido em fóruns e seminários promovidos por instituições responsáveis pelo trânsito nas grandes cidades, onde busca-se formas de otimizar a convivência dos milhões de veículos, de quatro ou duas rodas, ciclistas e pedestres. Discute-se soluções para acomodar em nossas estradas, ruas e avenidas, uma frota cada vez crescente que transformou a circulação motorizada uma tarefa extremamente estressante.
Essa realidade está fazendo com que o cidadão comum busque alternativas de locomoção e o meio de transporte que ganha disparado na opção daqueles que querem mais agilidade é a motocicleta.
Com as empresas não tem sido diferente. Estas também estão adotando as motos como meio mais eficiente de transporte de baixo custo para vendas, entrega de produtos ou prestação de serviços. Muitas têm recorrido às motos adaptadas para o uso comercial, tirando proveito da sua característica de trânsito rápido, principalmente nos congestionamentos. As dimensões reduzidas das motos dão-lhes a vantagem de poder transitar nos corredores e isso se traduz em menor tempo de deslocamento.
Com isso, explodiu o número de agências de motofrete que, de olho nessa necessidade do mercado, ploriferaram de forma exponencial, criando emprego para tantos jovens brasileiros e atendendo às necessidades de logística de comerciantes e prestadores de serviços como farmácias, disque-pizza, entrega de encomendas e até mesmo como moto-taxi nas cidades do interior. Vê-se também empresas, grandes e pequenas, criando frotas de motos próprias, como os Correios, Ambev, Coca Cola e tantas outras.
Por outro lado, essa crescente necessidade de veículos especialmente adaptados ao uso comercial tem fomentado um novo mercado, o que adapta ou transforma as motos com acessórios para que atendam às necessidades específicas das empresas que as adotaram como ferramenta de trabalho. Hoje o mercado de transformações oferece desde motos com aparatos simples para o transporte de mercadorias (bauletos) como também faz modificações mais profundas, como a adaptação de side-car ou as transforma em tricíclos.
O uso da moto e suas variantes como recurso de logística é realidade em países desenvolvidos há décadas, entretanto, no Brasil somente agora é que começamos a vê-las com mais frequência em nossas ruas (exceto as de moto-frete que já estão aí há bastante tempo).
A indústria de transformação de motos no Brasil ainda está engatinhando, portanto, esperemos num futuro bem próximo o aparecimento de novos modelos que atendam aos mais variados segmentos do mercado, principalmente com o desenvolvimento de eixos traseiros dotados de sistema com diferencial (permite às rodas girarem independentemente), ainda uma raridade. Os poucos que temos no mercado chegam através de importação.