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Design agressivo, bom nível de acabamento, materiais de qualidade (especialmente em componentes como suspensões) e potência suficiente para encarar o trânsito urbano e pequenas viagens. Isso é o que a HaoJue DR 300 promete entregar e, também, o que o consumidor dessa categoria – que em sua maioria está saindo das motos de entrada, na faixa dos 150 cm³ – procura.

Então, sim, gostaríamos de ver a DR 300 rodando no Brasil. Aqui, o modelo poderia pegar carona no sucesso de sua irmã menor a DR 160, com visual ainda mais esportivo, e também na linha crescente da montadora no país. A HaoJue chegou no território nacional em 2017 e, em três anos, sua produção anual saltou de 2.372 para 12.195 unidades. Saiba mais números do nosso mercado aqui.

A HaoJue DR 300 (ou Suzuki GSX-S300) deu as caras pela primeira vez em 2018 e, enfim, chega ao mercado

A HaoJue DR 300 (ou Suzuki GSX-S300) deu as caras pela primeira vez em 2018 e, enfim, chega ao mercado

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HaoJue DR 300 (ou Suzuki GSX 300) no Brasil

Antes de falar do modelo precisamos discorrer sobre a marca. Vale lembrar que a HaoJue é uma empresa chinesa que possui parceria (uma joint venture) com a Suzuki, sendo responsável pelo desenvolvimento das motos de baixa cilindrada da japonesa. Por isso, em alguns mercados a DR 300 muda seu nome para Suzuki GSX-S300, por motivos comerciais.

A parceria entre Suzuki e HaoJue já originou modelos como a Suzuki Inazuma, vendida aqui entre 2014 e 2016. Aliás, seu motor serviu de base para o da DR 300

A parceria entre Suzuki e HaoJue já originou modelos como a Suzuki Inazuma, vendida aqui entre 2014 e 2016. Aliás, seu motor serviu de base para o da DR 300

Desse modo, é a HaoJue quem produz a Suzuki Inazuma, naked que teve uma passagem tímida pelo Brasil, disponível à venda por aqui entre 2013 e 2016. Também é marca a chinesa a responsável pela trail Suzuki V-Strom 250, mais um modelo que gostaríamos de ver no nosso mercado. A Suzuki Intruder 125, por exemplo, também está sob o guarda-chuvas da Hao e, atualizada, passou a se chamar Chopper Road 150.

No Brasil, a DR 300 teria dois aliados: a expansão da marca (que saltou de 2 para 12 mil unidades/ano) e a repercussão positiva da DR 160, rival de CG e Fazer 150

No Brasil, a DR 300 teria dois aliados: a expansão da marca (que saltou de 2 para 12 mil unidades/ano) e a repercussão positiva da DR 160, rival de CG e Fazer 150

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DR 300: receita refinada

A DR 300 segue a mesma receita da (para nós) conhecida DR 160, apostando em sofisticação. Assim, é equipada com sistema full-LED – inclusive com DLR, as luzes de posicionamento diurno -, suspensão invertida assinada pela Kayaba, pneus Pirelli Diablo Rosso 3 e freios ABS Bosh de dois canais.

Desse modo, os elementos reforçam a proposta esportiva apresentada pelo seu visual. Por falar nele, o design lembra as naked maiores da Suzuki, como a GSX-750, especialmente pelas linhas do tanque, escapamento e rabeta. Assim como na ‘prima mais velha’, há spoiler junto ao motor e banco bipartido.

Na eletrônica, se destacam o painel digital completo e a presença de tomada USB para carregar dispositivos. Ainda, a suspensão traseira possui sete ajustes de pré-carga, tanque de combustível de 16 litros. O peso total em ordem de marcha é 177 quilos.

Como seria a venda no Brasil

Um ditado antigo diz que brasileiro compra carro por metro e moto por cilindrada, o que pode até estar relacionado ao boom dos SUVs por aqui. Mas, independente disso, aparentemente a HaoJue DR 300 teria plenas capacidades de brigar entre as ‘300 premium’, como por exemplo Yamaha MT-03 e BMW G 310 R, exceto por dois dígitos da sua ficha técnica.

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O posicionamento da DR 300 no Brasil dependeria de duas condicionantes: preço e potência, afinal, seus 29 cv estão aquém das participantes da categoria '300 premium'

O posicionamento da DR 300 no Brasil dependeria de duas condicionantes: preço e potência, afinal, seus 29 cv estão aquém das participantes da categoria ‘300 premium’

 

Equipada com motor de dois cilindros paralelos arrefecido a líquido (que compartilha a mesma base do propulsor da antiga Inazuma), sua potência máxima é de 29 cv a 8.500 rpm – enquanto o torque máximo é de 2,8 kgf.m, a 6.500 rpm). Não é pouco e pode até ser suficiente para sua proposta, mas fica aquém dos 42 cv da MT e dos 34 cv entregues pela monocilíndrica alemã. Isso para evitar comparações (já comparando) com a naked de entrada da Kawasaki que, na mudança da Z300 para Z400, passou a gerar 48 cv.

Entretanto, suas chances de obter sucesso nas vendas cresceriam caso seu posicionamento de mercado estivesse voltado para um degrau abaixo. Assim, a HaoJue DR300 (ou Suzuki GSX-S300) iria encarar modelos como Honda CB Twister, Yamaha Fazer 250 e Dafra Next 300 que, apesar de várias qualidades, não possuem o mesmo apelo esportivo (nem a suspensão invertida, entre outros itens), da chinesa.

Preço

Contudo, seu posicionamento de mercado dependeria basicamente do preço. Na China, onde ela está para ser lançada, custa aproximadamente 35 mil yuan, algo perto de R$ 27 mil em conversão direta. Claro que a importação ou nacionalização do modelo teria seu próprio custo, mas estes números nos oferecem uma base.

Atualmente, falando nos preços sugeridos pelas montadoras, a Twister custa R$ 15.664 (versão com ABS), a Fazer R$ 16.790 e a Next R$ 15.590. A MT parte de R$ 23.690, enquanto a G 310 R custa R$ 22.250 e a Z400 inicia em R$ 23.690. Ou seja, para que a DR300 tenha um valor competitivo (e não literalmente acima de todas suas possíveis concorrentes) o preço é um fator a ser pensado com carinho.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza