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Foto: Chegada do Mundial mostra que mercado começa a retomar força

Foto: Chegada do Mundial mostra que mercado começa a retomar força

O início de 2008 foi preocupante para o setor motociclistico no país. Com a crise financeira assolando as principais empresas do mundo e a retração do público consumidor nas compras a prazo, a venda de motocicletas caiu significativamente, assustando as grandes marcas do mercado.

O resultado disso pode ser visto no esporte, onde o investimento das grandes marcas diminuiu sensivelmente. A Honda, principal patrocinadora do esporte a motor no país, deixou de patrocinar o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade e a Pro Tork, principal empresa de motopeças da América Latina, saiu do Campeonato Brasileiro de Motocross.

Além disso, o principal nome do esporte no país, o piloto Jorge Balbi, teve dificuldades para fechar suas cotas de patrocínio pelo primeiro ano em sua carreira desde que se tornou a maior estrela do esporte no país. O piloto conseguiu fechar o seu orçamento e ingressar em uma equipe no AMA Motocross somente no mês de maio. Em anos anteriores, ele tinha tudo fechado no máximo em fevereiro.

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Se o início do ano foi preocupante, o mercado já começa a dar mostras de que está se reaquecendo e disposto a voltar a investir no esporte. O balanço divulgado pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) mostra que, apesar de uma queda significativa em relação ao ano passado, o mercado está dando mostras de reaquecimento.

–O mercado brasileiro do setor duas rodas está começando a se recuperar. Ainda estamos muito aquém dos números registrados em 2008, mas vislumbramos um fechamento de ano com números semelhantes aos de 2007, o que já será um bom resultado–, afirmou Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo.

Os emplacamentos, que demonstram a venda para o consumidor final, apresentaram aumento de 8% com relação ao mês passado. Mais de 140 mil motos nacionais foram emplacadas somente no mês de julho.

A Lei sancionada pelo presidente Lula no final do mês passado, que libera uma verba de R$ 100 milhões para financiamento de motocicletas para uso profissional e regulariza as atividades de motofrete e mototáxi deve dar um impulso ainda maior no reaquecimento do setor.

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Grande parte das motos emplacadas em 2009 é composto pelas motos off-road, que ganham um número cada vez maior de entusiastas pelo país. A ótima qualidades das motos nacionais somadas ao baixo custo e as facilidades de pagamento fizeram o sonho de ter uma moto de competição ficasse muito facilitado.

Este ano, mais uma vez, a Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) bateu recorde no número de pilotos filiados. Além disso, a etapa de Indaiatuba mais uma vez bateu recorde de inscritos, com mais de 500 pilotos participando da primeira prova do campeonato nacional.

O aumento do número de motos off-road é mais um fator que aquece o mercado de motos. Isso porque, ao entrar para o off-road, além da moto, o piloto tem que comprar uma série de equipamentos. –Para competir, é necessário o uso de bota, camisa, calça, capacete, luva, tornozeleira, entre outros equipamentos. Muitos destes equipamentos eu troco a cada a corrida. Isso sem contar os pneus, que é um jogo por corrida. Se fizer as contas, acho que o valor gasto com equipamentos pode ficar muito próximo ao valor de uma moto nacional–, comenta o piloto Jorge Balbi que aposta na profissionalização cada vez maior dos pilotos e também num maior acesso de pilotos estreantes no esporte.

Nos esportes a motor, o otimismo parece estar de volta e as grandes empresas já começam a retomar os investimentos. Uma delas, a Mobil, garante que investirá alto neste segundo semestre neste segundo semestre de 2009.

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Outra boa notícia para os aficcionados de motociclismo é que o Grupo Lance!, o maior grupo de midia esportiva da América Latina, decidiu investir pesado no esporte e comprou os direitos de realização da etapa brasileira do FIM Motocross World Championship que será realizado no tradicional motódromo de Canelinha, Santa Catarina, em 12 e 13 de setembro.

O contrato firmado entre a Youthstream, que organiza o campeonato mundial de motocross e o grupo LANCE! garante o Mundial no Brasil por cinco anos. Trata-se de um megaevento esportivo com investimento total estimado em mais de R$ 4 milhões, público esperado de 30 mil espectadores, com transmissão ao vivo para mais de 130 países e audiência estimada de 500 milhões de telespectadores em todo o mundo.

–As principais empresas do segmento no país e notamos que o discurso do otimismo realmente está voltando. Conseguimos alguns parceiros importantes que fizeram com que o Mundial de Motocross voltasse ao Brasil e acreditamos que, em 2010, teremos ainda mais empresas conosco neste grande evento–, comentou Rafael Rocha, gerente do grupo LANCE!.

O Gerente de competições da Honda, Wilson Yasuda, um dos responsáveis pela realização do mundial em Santa Catarina, também se mostra entusiasmado com o futuro do motocross brasileiro –o fato do Brasil voltar a sediar o mundial, nos credencia a realizar o Motocross das Nações, a copa do mundo do motocross–. A Honda investiu alto para trazer o Campeonato Mundial de Motocross de volta ao país e assumiu a cota naming rigths do evento.

O Honda GP Brasil de Motocross, realizado pelo Grupo LANCE! e Youthstream, é patrocinado pela Honda, com o apoio do Governo do Estado de Santa Catarina. Conta ainda com a parceria de mídia do Grupo RBS e será transmitido ao vivo para todo o Brasil pela ESPN. É supervisionado pela FIM-Federação Internacional de Motociclismo, Confederação Brasileira de Motociclismo e pela Federação Catarinense de Motociclismo.