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É quase unanimidade entre os motociclistas sonhar em conhecer (ou em retornar a) cartões postais da América do Sul como o Deserto do Atacama e a Cordilheira dos Andes, no Chile, ou a Patagônia e Ushuaia, na Argentina. A viagem para estes destinos, entretanto, pode ficar ainda mais inesquecível com uma parada em um lugar que garante, além de descanso, uma viagem no tempo e na história de nosso continente… Que tal, São Miguel das Missões?

São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, é um lugar que encanta pela sua história e simplicidade... um ótimo destino para uma viagem de moto! Foto: Lenize Reis

São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, é um lugar que encanta pela sua história e simplicidade… um ótimo destino para uma viagem de moto! Foto: Lenize Reis

A cidade abriga o Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo. Suas ruínas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, jogam vida à história das missões jesuíticas na América e possibilitam uma experiência sensorial de como eram aqueles tempos quando, nos séculos XVI e XVII, Espanha e Portugal definiam seus territórios por aqui ao mesmo tempo em que europeus e índios guaranis vivam pacificamente sob o mesmo teto.

São Miguel das Missões: rota de motociclistas aventureiros

Localizada no noroeste do Rio Grande do Sul, a pequena cidade de 7 mil habitantes está em uma importante rota que leva ao Atacama, Cordilheira dos Andes e Patagônia, por exemplo, e por isso vale uma parada durante a viagem. De preferência, um dia inteiro para descanso e curtir os atrativos do lugar. O acesso ao município (distante 480 km de Porto Alegre) se dá pela RS-285 (e BR-386, para quem sai da região metropolitana do RS), que corta o Rio Grande do Sul estabelecendo uma linha da fronteira com Argentina até a divisa com Santa Catarina.

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Cidade fica no noroeste gaúcho. Por isso, pode ser rota para quem vai ao Chile ou à Argentina

Cidade fica no noroeste gaúcho. Por isso, pode ser rota para quem vai ao Chile ou à Argentina

Assim, o destino pode atender tanto aqueles que partem do RS e SC em direção ao Chile e Argentina, quanto motociclistas do Paraná ou do Sudeste que desejam ingressar nestes países desviando do Paraguai. Mais do que apenas uma noite de sono, São Miguel pede um dia inteiro para visitação de pontos turísticos e históricos. Do mesmo modo, é válido como um destino àqueles que buscam por um lugar aprazível, histórico e diferente em solo (hoje) brasileiro.

Viagem de XTZ 250 Lander

Inicialmente esta viagem seria realizada com uma moto maior, mas quis o destino que usássemos uma moto mais “caseira”, digamos assim. Então aproveitamos que a Yamaha XTZ 250 Lander estava disponível e a colocamos na estrada. Partimos – este escriba, a fotógrafa na garupa e a Lander – da cidade de Igrejinha (80 km de Porto Alegre) em direção a São Miguel das Missões, num roteiro que completou 1.124 km somando ida e volta.

Mais de 1.100 km nesta viagem com a XTZ 250 Lander. Modelo é destaque pela robustez... mas viajar com este banco estreito é um teste vertebral

Mais de 1.100 km nesta viagem com a XTZ 250 Lander. Modelo é destaque pela robustez… mas viajar com este banco estreito é um teste vertebral

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A Lander está no mercado brasileiro há mais de 10 anos e, desde então, teve pouquíssimas alterações significativas. O resultado desta conhecida receita é uma moto confiável, robusta e versátil, como observamos no teste do modelo, especialmente em estradas de terra e trilhas… mas como ela se sairia no asfalto? Apesar de não contar com ‘mimos’ como bolha e o grande tanque da irmã XTZ Ténéré 250, mais voltada ao uso rodoviário, a irmã on/off-road apresentou ótimo desempenho dentro de suas características.

Suspensões da Lander ajudam

Suspensões da Lander ajudam

Em muitos trechos, o asfalto da BR-386 e da RS-285 não é dos melhores. Ainda bem que a suspensão da Lander tornou a viagem mais confortável

Caminhões e mais caminhões

Caminhões e mais caminhões

Alguns trechos da viagem são repletos por caminhões, que escoam a produção local de soja e milho. Aliás, quanta soja há pelo caminho!

As suspensões foram eficazes na função de absorver os impactos do asfalto das rodovias da região – que, em alguns trechos, estão longe de ser um tapete, com diversas fissuras e alguns buracos. O conjunto motor e câmbio transmitiu segurança nas ultrapassagens sobre (os infinitos) caminhões e até conforto, com baixo nível de vibração. A presença de uma sexta marcha diminuiria a rotação do motor em velocidade de cruzeiro, ganhando em economia e conforto, por isso o apelo por ela por parte dos fãs é antigo – porém, nunca ouvido pela Yamaha. Mesmo assim, sinceramente, não dá para reclamar do câmbio atual com 5 marchas. Bem escalonado, ele extrai o melhor de um motor de números modestos, com aproximadamente 21 cv e 2,1 kgf.m de torque, e faz a moto se sair bem em qualquer situação, de trilhas até rodovias. Portanto, versatilidade é sua maior virtude.

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sao-miguel-portico-1O consumo também agradou, principalmente por se tratar de um modelo 2008. Na única medição feita na viagem, mesmo com garupa e mala num trecho de ‘acelera e reduz’ entre caminhões, sobe e desce ladeiras, a Lander registrou média de 30,5 km/l. O grande porém – como era de se esperar – ficou por conta do banco, projetado para o uso fora de estrada. Esguio, sem níveis e com camada fina de espuma, está longe de ser um sofá e colocou à prova a saúde vertebral da minha querida companheira e fotógrafa, Lenize Reis.

Sítio é Patrimônio Cultural da Humanidade e a mais conservada das missões na América do Sul

É impossível conhecer São Miguel das Missões, vivenciar sua história e voltar para casa da mesma forma. Foto: Lenize Reis

É impossível conhecer São Miguel das Missões, vivenciar sua história e voltar para casa da mesma forma. Foto: Lenize Reis

O grande atrativo turístico da cidade é, indiscutivelmente, o Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo, e por isso é importante relembrarmos o que foram as missões. A partir do século XVI, padres jesuítas espanhóis participavam de um grandioso programa com o objetivo de espalhar a doutrina católica pelo mundo (especialmente pela Ásia e América) e quando instalavam-se em algum lugar construíam as reduções (ou missões). Era algo quase utópico, que buscava somar a pureza dos índios aos princípios cristãos, buscando uma religião, digamos, sem ‘vícios’. Portanto, reuniam numerosos povos indígenas para disseminar costumes europeus e católicos, ligados tanto a religião quanto aos hábitos sociais. Fundaram no continente, assim, o que ficou conhecido como “Os 30 Povos das Missões”.

Projeção da fachada

Projeção da fachada

Observando a planta é possível identificar a fachada das ruínas e elementos que não existem mais, como o telhado e os arcos na entrada

Cruz missioneira

Cruz missioneira

Um dos símbolos dos jesuítas, os dois braços da cruz missioneira representam a fé redobrada. Foto: Lenize Reis

Patrimônio da Humanidade

Patrimônio da Humanidade

Unesco prestou o reconhecimento às ruínas em 1983. Foto: Lenize Reis

Torre dos sinos

Torre dos sinos

A torre tem 23 metros de altura e é, por lei, a edificação mais alta da cidade (note o homem lá dentro). Ela guardava os sinos da redução, ditando o horário de cada atividade. Foto: Lenize Reis

Saguão principal

Saguão principal

Aqui eram realizadas as celebrações. Antes dos saques, havia ouro e pedras preciosas em altares e símbolos. Foto: Lenize Reis

Um lugar para sentir

Um lugar para sentir

A cada passo, uma história. São Miguel proporciona uma verdadeira viagem no tempo. Foto: Lenize Reis

Pedra sobre pedra

Pedra sobre pedra

A edificação não utilizou qualquer tipo de argamassa, apenas a sobreposição de pedras. Foto: Lenize Reis

Aconteceu que os jesuítas obtiveram grande êxito em muitas de suas reduções instaladas no território que hoje pertence ao Brasil, Argentina e Paraguai, especialmente relacionados aos índios guarani, montando aldeamentos com avançado índice de organização. As maiores reduções incluíam, por exemplo, a construção de residências, templos, pomares, criação de animais, ensino de música e confecção de instrumentos musicais. Os núcleos também eram notórios pelo número de índios que concentravam, afinal, apenas a redução de São Miguel Arcanjo concentrava aproximadamente 7 mil guaranis (isso por volta do ano 1700!).

As reduções no Brasil são chamadas de Sete Povos das Missões e incluem também São Francisco de Borja, São Nicolau, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio (atual município de Santo Ângelo, onde uma catedral foi restaurada e atende normalmente como paróquia católica). Muitas destas reduções guardam ruínas e vestígios do que foram as comunidades em seu auge, mas dentre todas elas (incluindo as fora do território nacional) a de São Miguel é a com melhor nível de conservação e por isso foi tombada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1983. Na Argentina, a mais conservada é a missão de San Ignácio Míni, também reconhecida pela Unesco, em 1984. Aliás, dada toda a importância histórica dos locais, a Unesco reconhece o Circuito Internacional Integrado das Missões Jesuíticas dos Guarani como uma das quatro rotas de turismo cultural internacional mais importantes do mundo.

Maquete passa uma dimensão na grandiosidade do que eram as reduções jesuíticas. Ao fundo, a igreja (hoje em ruínas) ao lado do que era a escola, o pomar e outras construções. À frente, uma praça (onde aconteciam os eventos públicos) e dezenas de casas dos índios guaranis - tudo em estilo europeu

Maquete passa uma dimensão na grandiosidade do que eram as reduções jesuíticas. Ao fundo, a igreja (hoje em ruínas) ao lado do que era a escola, o pomar e outras construções. À frente, uma praça (onde aconteciam os eventos públicos) e dezenas de casas dos índios guaranis – tudo em estilo europeu

Resumidamente, o declínio das missões se deu após o ano de 1750, quando foi assinado o tratado de Madri. Este definia os limites das colônias espanhola e portuguesa em solo sul-americano, concedendo à Portugal a região a leste do Rio Uruguai (que até então pertencia à Espanha), onde estavam instaladas as missões. Diante do decreto para deixar o lugar e do curtíssimo prazo para tal (aproximadamente um ano), os índios resistiram aos comandos da corte portuguesa e foram perseguidos pela mesma, dando origem à Guerra Guaranítica (não é difícil imaginar quem mais sofreu nesta disputa entre flechas e armas de fogo), dizimando milhares de indígenas. Após esse conflito, outros aconteceram em paralelo com a retirada dos padres sob mando da corte espanhola, que findaram de vez com as comunidades indígenas. Depois, por volta de 1801, outro conflito armado possibilitou a Portugal anexar oficialmente o Rio Grande do Sul ao Brasil.

sao-miguel-das-missoes-ruinas-7Durante todo este período de enfraquecimento – até o fim – das reduções guaranis, diversos saques levaram muito da história da região. Invasores levaram desde imagens de santos esculpidas em madeira pelos índios no século XVI até o ouro presente em alteres e paredes… nem mesmo as pedras, usadas nas casas e outras construções, ficaram – tudo o que restou está no Sítio.

O que fazer em São Miguel

Visitar o Sítio Arqueológico

No  primeiro lugar da lista, claro, está a visitação ao Sítio, administrado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Na ocasião da nossa visita, em fevereiro de 2018, ingresso custava R$ 5,00 e dava livre visitação ao local. Recomendo que o visitante adquira um áudio guia (por mais R$ 5,00), que explica detalhadamente a história de cada um dos pontos e alas das ruínas, possibilitando uma experiência muito mais densa no conhecimento da redução e de como era o cotidiano entre guaranis e padres espanhóis. Além da narração, efeitos sonoros conduzem a viagem no tempo.

Guia de áudio

Guia de áudio

Por R$ 5,00 o visitante aluga o guia e tem uma experiência muito mais profunda no sítio

Visitação todos os dias

Visitação todos os dias

O Sítio é administrado pelo IPHAN e a visitação ocorre diariamente, mas atenção com os horários de expediente

Museu das Missões

Museu das Missões

Abriga a maior coleção pública da arte sacra missioneira. Aqui, uma pia batismal

Artigos do museu

Artigos do museu

Espaço conta com reproduções de imagens e fotos da redução, além esculturas dos séculos XVI e XVII

Junto do Sítio, bem próximo às ruínas, está o Museu das Missões. Ele abriga a maior coleção pública da arte sacra missioneira, com esculturas, fragmentos arquitetônicos das reduções e objetos datados de aproximadamente 300 anos atrás. Sua visitação se dá através do mesmo ingresso do Sítio.

Assistir ao Som e Luz

Também é imprescindível assistir ao Espetáculo Som e Luz. Nele, a história das Missões é contada em primeira pessoa por dois personagens fundamentais desta odisseia: a igreja e a terra (cuja posse motivou todas as disputas), que contam com a participação de vários outros atores sociais no decorrer da atração. A narração é estrelada pela atriz Fernanda Montenegro e todos os efeitos sonoros e visuais (daí o nome Som e Luz) conduzem à uma viagem de como eram aqueles tempos, a política, a relação harmoniosa de índios e padres, a arte, a guerra. É uma experiência sensorial inesquecível, indispensável àqueles que buscam presenciar a história.

O Som e Luz é indispensável para quem visita a região. Se você fechar os olhos por um instante, as narrações e efeitos sonoros lhe levarão de volta às missões em seu auge e você se sentirá caminhando por entre jesuítas, construções e guaranis

O Som e Luz é indispensável para quem visita a região. Se você fechar os olhos por um instante, as narrações e efeitos sonoros lhe levarão de volta às missões em seu auge e você se sentirá caminhando por entre jesuítas, construções e guaranis

Para uma melhor compreensão do contexto, aconselho que primeiro o visitante vá às ruínas, em uma experiência racional, e à noite possa fazer parte do espetáculo, numa vivência emocional. O espetáculo ocorre em português todas às noites (às 21h30 durante o horário de verão e às 20h no restante do ano), tem duração aproximada de 50 minutos e seu ingresso, na ocasião, custava R$ 25,00 para adultos.

Conhecer monumentos

Outros pontos históricos também chamam a atenção dos turistas e, ainda que modestos, todos têm grande valor histórico. Um deles é o Monumento ao Bandeirante, construído em forma de protesto contra os homens que vinham de outras regiões para capturar índios e fazê-los escravos longe de sua terra natal. Por isso, a figura que ilustra o bandeirante está abaixo do nível da rua, enterrada até os ombros e com a face voltada à torre das ruínas, como se estivesse condenada a passar a eternidade admirando a obra dos guaranis que tentou escravizar.

Pórtico

Pórtico

Distante 16km do centro da cidade, o pórtico presta uma homenagem a padres, índios e outros protagonistas da história missioneira

Fonte Missioneira

Fonte Missioneira

Local era usado pelos guaranis como captação de água. Foto: Lenize Reis

Fonte Missioneira II

Fonte Missioneira II

Atração é simples, mas vale a visita. Fica a cerca de 1km das ruínas. Foto: Lenize Reis

Monumento Anti-Bandeirante

Monumento Anti-Bandeirante

Os bandeirantes capturavam índios na região. Por isso, monumento é um protesto, com um bandeirante enterrado até os ombros e de frente para as ruínas

Monumento Anti-Bandeirante II

Monumento Anti-Bandeirante II

Local é de fácil acesso, mas a sinalização é precária. Também fica na região central da cidade

Outros locais que ‘valem a passada’ são a Fonte Missioneira, ponto onde os índios buscavam água para consumo na redução, e o Manancial Missioneiro, local que mantém acervo doado pela comunidade e que busca manter rituais religiosos das reduções. Recepcionando os visitantes, até mesmo o pórtico da cidade conta um pouco sobre a história local, prestando uma homenagem aos guaranis, jesuítas e todos que participaram da colonização. Ele possui esculturas que representam São Miguel Arcanjo, Padre Jesuíta, a família Guarani e o líder dos índios durante os conflitos contra as cortes, cacique Sepé Tiaraju. No centro está escrito (na linguagem guarani) a frase de Sepé que marcou a resistência indígena ‘esta terra tem dono‘ (co yvy oguereco yara).

Conhecer o Museu Militar Brasileiro

Saem os arcos e flechas e entram aviões, canhões e metralhadoras. A Associação Cultural Museu Militar Brasileiro conta com aproximadamente 160 viaturas em seu acervo, incluindo carros de combate (tanques de guerra), canhões antiaéreos, caminhões para o transporte de tropas, ambulâncias e arsenal bélico, como canhões e armas. Os itens mais badalados do acervo são, certamente, os três aviões dispostos no pátio: dois Boeing 737-300 (ambos restaurados e um com espaço para até 72 lugares para exibição de filmes da 2ª Guerra Mundial e biblioteca) e um Buffalo C115, aeronave adquirida pela Força Aérea Brasileira em 1968 e utilizada como lançador de paraquedistas e transporte de cargas leves.

Museu possui um grande acervo, incluindo veículos de combate e três aviões. Foto: divulgação

Museu possui um grande acervo, incluindo veículos de combate e três aviões. Foto: divulgação

O Museu, autodenominado como o maior do Brasil, está localizado às margens da RS-285 em Panambi, na rota para São Miguel e distante aproximadamente 120 km da cidade. O ingresso custa R$ 20,00 para adultos (com entrada livre para crianças de 0 a 5 anos) e R$ 15,00 para crianças e jovens com idades entre 6 e 15 anos, dando direito à visitação de todos os espaços e também a entrar em algumas viaturas, bem como nos três aviões. De segunda à sábado o local atende das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18h, enquanto em domingos e feriados a visitação ocorre das 10h às 12h e das 13h30 às 18h.

Onde ficar

Optamos – e fomos muito bem recebidos – pela Pousada das Missões, filiada ao Hostelling International. Ela tem três diferenciais a destacar: é temática, está localizada a aproximadamente 200 metros das Ruínas e desenvolveu tato pelos motociclistas. Acostumada a hospedar quem viaja sobre duas rodas, a pousada criou um estacionamento coberto exclusivo para motos, está planejando uma área para camping e oferece um reforçado café da manhã, afinal, pegar a estrada de barriga vazia não dá. Estes fatores, certamente, contribuem para a grande visitação de motociclistas existente, que cobrem vidros e janelas do estabelecimento com adesivos de suas expedições ou motoclubes.

Pousada das Missões é filiada ao Hostelling International

Tato pelos motociclistas

Tato pelos motociclistas

Acostumada a receber quem viaja de moto, local busca compreender as prioridades deste público... como ter um local seguro e privado para guardar suas motos

Day Use

Day Use

Toda a estrutura da pousada, incluindo área de lazer com piscina, também pode ser aproveitada numa diária sem pernoite, o Day Use

Jardim

Jardim

As flores espalhadas por todo o pátio contribuem para a presença - e o cantar - de pássaros, em qualquer momento do dia

Sustentabilidade

Sustentabilidade

Investimento em painéis de luz solar vão ao encontro da palavra 'preservação', que dita as regras na região

Vizinha das Missões

Vizinha das Missões

Apenas 200 metros de distância separam a porta da pousada da entrada do Sítio Arqueológico

Estrutura

Estrutura

Há vários espaços de convívio e um novo está em desenvolvimento: uma área para campistas

Continuando o sonho guarani

Continuando o sonho guarani

Os guaranis queriam uma torre para observar o céu na redução, mas não houve tempo de construí-la. Agora, oParque Astronômico das Missões quer retomar este sonho

Com muitos materiais gráficos e conhecimento da história da região, a Pousada também acaba por cumprir um papel quase que de guia turístico local, o que eu, particularmente, achei muito bacana – deixo, inclusive, um agradecimento especial ao prestativo responsável pelo marketing da casa, Marcelo Ribas. Além disso, me chamou a atenção detalhes do lugar, como as paredes com quadros e figuras ilustrando aspectos do cotidiano dos índios e nomes personalizados (em guarani, claro) para cada quarto. Ainda, notei os extensos painéis solares e a preocupação com o meio ambiente, ainda mais importante em uma região onde a palavra ‘preservação’ dita as regras.

Pousada recebe muitos motociclistas, e eles deixam adesivos de suas expedições e motoclubes em janelas e portas

Pousada recebe muitos motociclistas, e eles deixam adesivos de suas expedições e motoclubes em janelas e portas

Como atrativo, o local também oferece aluguel de bicicletas e Day Use – uma hospedagem sem pernoite na qual o contratante pode utilizar toda a infraestrutura da pousada, incluindo a área de lazer com piscina, sombra natural e artificial, mesas, chuveiros e alojamento para descanso. Em breve, haverá mais uma atração ligada à Pousada: o Parque Astronômico das Missões. O empreendimento terá um observatório astronômico (para apreciar estrelas, lua e outros corpos celestes), plataforma para observação a olho nu, planetário e área pedagógica. O local ainda está em construção e é idealizado por investidores em comum com os da Pousada. É interessante lembrar que o templo de São Miguel Arcanjo (hoje, ruína) teria uma segunda torre, oposta a do relógio, dedicada à observação do céu, mas o projeto de sua construção foi interrompido devido aos conflitos – infelizmente.

Onde comer

Como é de se esperar de uma pequena cidade com 7 mil habitantes, São Miguel tem poucas opções gastronômicas e uma vida noturna, digamos, silenciosa. Mesmo assim, há restaurantes, lancherias e lojas de conveniência e souvenirs. Também é possível encontrar um lugar de boa comida e ambiente agradável, rol onde destaco o Café do Leitor. Ele reúne, além de livros, cafés especiais, hambúrgers gourmet e pratos especiais, bem como vinhos locais e cervejas artesanais… tudo de bom para aquele descanso após uma longa viagem!

Contatos:

Pousada das Missões: www.pousadadasmissoes.com.br / (55) 3381 1202 / (55) 98454 5722 / Rua São Nicolau, 601
Café do Leitor: www.cafedoleitor.com.br / (55) 3381-1030 / [email protected] / Avenida Antunes Ribas, 1771
Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo e Museu das Missões: (55) 3381-1291 / [email protected]
IPHAN (responsável pelo Espetáculo Som e Luz): (55) 3381-1399 / [email protected]
Museu Militar Brasileiro: (55) 3375.0310

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza