Nada melhor para começar a abordagem que faremos a seguir que as sábias palavras de Sun Tzu, general, estrategista e filósofo chinês que viveu entre os anos 544 a.C. e 456 a.C. Sun Tzu ficou mais conhecido por sua obra “A Arte da Guerra”, composta por 13 capítulos de estratégias militares.
Os ensinamentos de Sun Tzu não servem apenas para militares. Eles podem e devem ser trazidos para a nossa vida cotidiana e, certamente, se os seguirmos, reduziremos as possibilidades de colocar nossa vida em risco cada vez que nos deslocamos de motocicleta. O tema é forte, as informações que verão são assustadoras, mas somente conhecendo os fatores de risco é que teremos condições de estarmos preparados para a “guerra” do trânsito, tal qual fazem os generais antes de cada batalha.
Fatores de risco – Primeira coisa a determinar: quem e quais são os nossos “inimigos” quando estamos sobre uma motocicleta?
– o trânsito, composto de outras motocicletas, os carros, os pedestres, os animais, etc, etc;
– as ruas, estradas e avenidas, as intempéries, os objetos fixos, etc, etc;
– as lesões a que estamos sujeitos e as partes do nosso corpo mais afetadas em acidentes.
Poderíamos relacionar uma infinidade de itens e fatores de risco que consideraríamos como nossos “inimigos” e assim se tornariam motivo para que os conhecêssemos melhor, determinando seus pontos fracos e aprenderíamos como evitá-los, aumentando nossas chances de “vitória” sobre eles. Se fôssemos abordar cada um dos nossos “inimigos”, este texto se tornaria muito extenso e cansativo. Portanto, vamos nos ater apenas a algumas estatísticas fornecidas pelo DENATRAN, elaboradas com dados obtidos na cidade de São Paulo, cuja análise vale considerar independente de qual seja a cidade em que o leitor more e ande de moto costumeiramente.
Isso não quer dizer que não devemos andar de moto, mas serve para termos consciência do tamanho do risco a que estamos sujeitos cada vez que saímos com nossas motos e enfrentamos a guerra que é o trânsito nas grandes cidades.
Os números nos mostram que a maior incidência de lesões decorrentes de acidentes com motocicletas está concentrada nos membros inferiores (principalmente pés e pernas), recomendando que ao pilotarmos deveremos estar protegidos por botas adequadas e caneleiras. Na sequência vem os membros superiores, recomendando o uso de luvas e proteções acopladas à jaqueta para evitar fraturas.
O item que apresenta o menor índice é a cabeça, entretanto, é o tipo mais grave de lesão em decorrência de um acidente com motocicleta e por isso merece especial preocupação na hora de comprar o capacete, privilegiando aqueles fabricados com mais tecnologia e que ofereçam maior proteção contra impactos. Saber colocar corretamente a fivela do capacete é outro item que não deve ser esquecido – se a cinta passar pelo queixo após afivelada, está colocada incorretamente.
Muitos alegam que se seguirem todas as recomendações de segurança ficarão parecido com o Robocop, ou que o calor dos acessórios de segurança é insuportável e várias outras desculpas. Devemos lembrar que o ser humano é dotado de livre arbítrio, o que quer dizer que cada um de nós é livre para adotar ou não medidas e equipamentos de segurança indicados para proteção contra os “inimigos” que enfrentamos diariamente, mas também deverá assumir as consequências decorrentes dessa decisão.
O preço que se paga em caso de omissão, esquecimento ou pela decisão de não andar equipado ao andar de motocicleta é alto e não tem parcelamento. Tem que ser pago à vista, com dor e sofrimento.
Desde 500 anos a.C. já temos registros de experiências bem sucedidas que insistem em mostrar-nos o caminho certo das coisas, sem que tenhamos que aprender por tentativas. Cabe a nós buscarmos esse conhecimento que está aí à nossa disposição, para que vivamos com mais segurança e conforto.