Texto de Geovanni “Giggio” Di Bello
Motociclista é um dos agentes mais frágeis do trânsito depois do pedestre e do ciclista. Como se não bastasse a carga que esta fragilidade nos trás – estar atento a tudo e a todos, pilotar dentro das regras e das leis de trânsito e mesmo assim, saber que só isso não garante que vamos chegar a nosso destino – ainda dependemos de muitos fatores que fogem ao nosso controle,
Motoristas estressados, bêbados, falando ao celular ou distraídos em uma conversa com outros passageiros – isso quando todos esse fatores não aparecem juntos numa mesma ocasião e no mesmo individuo – possuem grande potencial para se transformarem em perigo e ameaça à paz no trânsito. Não há como o motociclista exercer controle nestas situações, por mais que se tenha experiência ou uma atenção fora do comum. São surpresas desagradáveis que podem acontecer, algumas até catastróficas.
No meio desse universo selvagem, onde o inimigo parece estar à espreita em cada arbusto ou em cada esquina, ainda temos que lidar com as condições precárias das vias urbanas, rurais e expressas, além da fraca ou inexistente sinalização de trânsito em muitos casos.
Algumas cidades no Brasil têm exemplos de encher os olhos. São Paulo é um bom exemplo onde existem placas em cada esquina, nas grandes avenidas, nas vias marginais, todas são bem visíveis. Dentro dos bairros elas são grandes e fáceis de encontrar. Porém, quando se vai saindo para a periferia, ou próximo da área rural, este quadro muda drasticamente.
Não é possível apontar uma única razão: descaso da prefeitura, vandalismo, motivo natural (tempestade, galhos de árvore, ferrugem e etc). O fato é que lé estão elas, as placas apagadas, encobertas por árvores ou pelo mato, caídas porque alguém achou legal derrubá-la ou porque um veículo a derrubou.
Em algumas cidades distantes de grandes centros urbanos, a sinalização de trânsito parece ser uma coisa “opcional”. Faixas de pedestres são tão raras quanto uma mosca branca. Semáforo, quando tem, é só em cruzamentos e locais realmente perigosos ou perto de órgãos públicos, como aqueles próximas a escolas. O argumento de que no interior não tem tantos carros assim nunca foi válido, muito menos nos dias de hoje.
Então qual é a desculpa? Do lado do poder público, as de sempre: falta de verba, falta de mão de obra, blablabla… aquele descaso. Mas e do lado de cá, de quem precisa daquela sinalização, motoristas, motociclistas, nós mesmos, alguém faz alguma coisa? Difícil.
É comum perceber que poucas pessoas estão atentas a esse tipo de coisa, seja perto de sua própria casa, na sua cidade ou mesmo noutras regiões. Só se dão conta e sentem falta quando algo acontece, uma curva perigosa, uma sinalização de solo que não estava lá, uma placa indicativa de direção inexistente que o levou para o caminho errado. Aí vem a reclamação clássica: “Que lugarzinho mal sinalizado esse!” Então mude de costume e reclame. Aqui deixo uma orientação muito útil.
Para solicitar uma placa de sinalização de trânsito, você deve fazer um pedido por escrito à companhia de trânsito de sua cidade solicitando a sinalização que julga ser necessária. Nesta carta, deverá constar o endereço do local a ser sinalizado. É importante também a especificação do motivo pelo qual a sinalização está sendo solicitada. A companhia de trânsito enviará para o reclamante o protocolo da solicitação. Guarde este número, pois é por meio dele que você poderá consultar o andamento do seu pedido.
Mas atenção: apenas o pedido não garante que a sinalização seja aprovada. Um engenheiro irá até o local a fim de estudar se a sinalização realmente é necessária. Assim que a verificação for feita, o reclamante receberá uma resposta da companhia de trânsito. Por isso, não se esqueça informar o seu nome e endereço completo.
Com esse tipo de atitude você pode ajudar o trânsito a ser mais simples e seguro. Lembre-se dos ensinamentos do CFC (Centro de Formação de Condutores) que você cursou quando foi se habilitar para pilotar moto. Muitas coisas foram mostradas lá e podem ter “escapado”. Agora é a hora de lembrar delas para prevenir acidentes.