O piloto da Yamaha Rafael Paschoalin conquistou o segundo lugar em sua categoria no IPPHC – International Pikes Peak Hill Climb, uma das competições mais difíceis e emblemáticas do cenário motociclístico mundial, que neste ano completou 101 edições. A bordo de uma Yamaha MT-07, Rafael Paschoalin competiu na categoria Middleweight, uma das mais disputadas da competição, na qual é permitido utilizar motores de dois ou quatro tempos que não excedam quatro cilindros e que tenham entre 501 e 750 cilindradas.
O que torna o IPPHC tão peculiar é seu grau de dificuldade. Trata-se da subida de uma sinuosa estrada em Colorado Springs (EUA), com nada menos que 156 curvas em um percurso total de 20 km. Sua largada acontece a cerca de 2300 m de altitude e a chegada a mais de 4.300 m, colocando pilotos e máquinas à prova em função do ar rarefeito. Embora seja sua segunda participação – ele foi o primeiro sul-americano a participar no Pikes Peak. Em 2016, Paschoalin tentou, mas teve problemas com os pneus.
Para participar dessa incomum competição, não basta apenas pagar a inscrição e correr. É preciso passar por uma criteriosa seleção que leva principalmente em conta as experiências do competidor. Nesse quesito, o piloto brasileiro foi aprovado “com louvor”, pois já disputou as provas mais desafiadoras do planeta, como o TT Isle de Man – onde também entrou para a história do motociclismo nacional e mundial como primeiro piloto brasileiro na prova – e o GP disputado nas ruas de Macau, na China.
Na participação deste ano, Rafael Paschoalin conseguiu o tempo de 10:42.793, 4 segundos atrás do vencedor da categoria Middleweight, no ano passado. Apesar dos esforços do brasileiro, o alto grau de intimidade do americano Codie Vahsholtz com o traçado, foram determinantes para que ele cravasse 10:34.967 no relógio e conquistasse a vitória.
Codie não só mora “no pé” de Pikes Peak, como vem de uma das famílias mais vencedoras da competição. Seu avô já foi competidor, seu pai é o piloto que mais venceu a corrida – disputando categorias destinadas a carros – este ano venceu pela 23ª vez –, sem dizer que ele próprio já havia vencido outras duas edições Pikes Peak.
Segundo Rafael, Codie foi merecedor da vitória. “Ele fez uma corrida impecável e se mostrou experiente e bastante estrategista escondendo seu potencial nos treinos e tomadas de tempo que ocorreram antes da corrida”. Para o brasileiro, o que faltou de sua parte foi um pouco mais de experiência e conhecer melhor o trajeto, já que da parte de sua máquina, tudo correu bem. Segundo palavras dele próprio, “a Yamaha MT-07 foi simplesmente perfeita”.
A MT-07 do Pikes Peak
Ao contrário do que muitos pensam, a moto utilizada por Rafael Paschoalin no Pikes Peak é basicamente a mesma MT-07 que qualquer um pode adquirir em uma concessionária Yamaha. Além da retirada de itens como suporte de placa, piscas, espelho e farol, a motocicleta foi preparada com sutis mudanças no cabeçote e mapeamento do sistema de injeção eletrônica, ganhando também um filtro de ar esportivo e um escapamento de maior vazão.
No que se refere às suspensões, a dianteira ganhou fluido mais viscoso para tornar o funcionamento mais rígido e atender a demanda de uma utilização extrema. Na traseira, um novo amortecedor deu lugar ao original também buscando um funcionamento mais rígido. Por fim, pneus homologados para corridas completam o pacote de preparação da moto de Rafael Paschoalin, cuja principal diferença fica por conta do composto mais macio e a quase que total ausência de sulcos.