Ágil para o trânsito urbano e receptiva a preparações, a RD 135 é uma motocicleta que marcou época no Brasil. Em muito, a fama cresceu pelo bom despenho do motor 2 tempos e 132 cm², que fazia com que a Yamaha andasse lado a lado de motos com quase o dobro desta capacidade cúbica – desde que 4 tempos, claro. Relembre sua história, preços, ficha técnica e mais.
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Yamaha RD 135
A RD 135 surgiu em 1987, como evolução da RD 125. Nasceu, então, da reformulação que a Yamaha Motor do Brasil fez em seus modelos de baixa cilindrada e permaneceu à venda até 2000, último ano em que a marca comercializou motos com motores 2T homologadas para as ruas por aqui.
Irmã menor da esportiva RD 350, a vocação para acelerar já estava no nome, afinal RD significava Road Developed – desenvolvido para estradas, em tradução livre. Já o desempenho ficava a cargo do motor de 132 cm³, motocilíndrico, que entregava 16 cv a 9.000 rpm e torque de 1,74 kgfm a 8.500 rpm.
Comparando com a antecessora, no visual as atualizações foram sutis, baseadas apenas em grafismos e cores. Assim, as principais evoluções eram mecânicas, sobretudo pelo aumento da cilindrada gerado pelo pistão que cresceu 2 mm – com 58 mm.
A esportiva RD 135Z
Assim como na gama da antiga RD 125, o modelo 135 ganhou uma versão ‘mais apimentada’ e com apelo esportivo, a Yamaha RD 135Z. A versão recebia novo escapamento e regulagem do carburador, modificações que possibilitavam ao modelo Z entregar 18 cv e 1,74 kgfm, nas mesmas rotações.
Como era a versão topo de linha das street da Yamaha na época, a RD 135Z também tinha outros mimos. Além de visual exclusivo, se distanciava da versão de entrada pelo freio a disco na roda dianteira e característica carenagem em torno do farol. A esportiva teve vida curta, produzida apenas de 1990 a 1993, quando a Yamaha decidiu investir apenas na RD 135, mais acessível e com melhor desempenho nas concessionárias.
Fim da era 2 tempos
Na segunda metade dos anos 1990 já era clara a defasagem dos motores dois tempos. A esportividade não compensava o som estridente que saía pelo escapamento, tampouco o maior número de visitas ao posto de combustível, fruto do maior consumo em comparação a motos da mesma cilindrada e quatro tempos.
Além disso, em breve o Brasil lançaria seu programa de controle emissões de ruídos e poluentes, o Promot, que daria exterminaria com os 2T das ruas. Desta forma, a produção da RD 135 foi encerrada em 1999, já como modelo 2000, após 13 anos de mercado. Aliás, a 135 foi a penúltima motocicleta de rua equipada com motor 2 tempos no Brasil, antecedendo a despedida da Yamaha DT 200, que aconteceria em 2000.
Pontos positivos
Até o início dos anos 2000 o Mundial de Motovelocidade utilizava apenas motos 2T – e a MotoGP ‘se chamava’ 500cc -, então é impossível negar a ligação entre estes motores e a esportividade. Como uma boa representante da classe, a RD 135 tem no desempenho seu principal argumento de vendas.
Seu motor de 2 tempos surge cheio e opera em altas rotações, garantindo excelentes retomadas no trânsito urbano – e também para quem quer mostrar aos demais que é o mais rápido da rua. Além disso, é reconhecida pela fácil manutenção, barata e simples.
Pontos negativos
O desempenho cobra seu preço na bomba de gasolina. Mesmo com um motor pequeno, de apenas 132 cm³, o consumo da RD 135 era de aproximadamente 24 km/litro, bem acima das concorrentes. O número piorava em tocada esportiva e pode ser ainda mais baixo atualmente, já que as motocicletas têm mais de 20 anos de uso.
Além disso, outros detalhes tentavam apagar o brilho da ágil 135. Entre eles a pedaleira do carona fixa na balança, que se ocupava de transmitir o movimento da suspensão aos pés do carona, e a falta de freio a disco – dois detalhes corrigidos na Z. Aos que não admiram seu perfume, o cheiro de óleo 2T impregnado nas roupas também gera incômodo. A vibração excessiva, outra característica desta arquitetura de motores, também tirava pontos do modelo.
Yamaha RD 135 vale a pena?
As pequenas motos Yamaha com motor 2 tempos deixaram saudades em uma geração saudosistas. Mesmo com suas limitações, o modelo ainda cumpre bem sua função de street, além de poder ser usado para passeios de final de semana regados a lembranças.
Pelo apelo esportivo, geralmente as RD são apreciadas pelo público jovem, o que fez com que a grande maioria de unidades sobreviventes passassem por modificações ou preparações. Por isso, encontrar uma moto original e em boas condições está cada vez mais difícil… E quando acontece, claro, ela tem valor elevado.
Por isso, os preços médios sugeridos pela FIPE dificilmente irão condizer com os pedidos por vendedores. Segundo a tabela, o modelo 1990 tem preço médio de módicos R$ 1.365, enquanto um 2000 sai por aproximadamente R$ 2.471. Por favor, se você ver uma RD em boas condições e nestes preços nos avise.
Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Yamaha RD 135, acesse o Guia de Motos!
Ficha técnica Yamaha RD 135 |
|
Motor | |
Tipo | 2 tempos, 1 cilindro |
Cilindrada | 132 cc |
Arrefecimento | Ar |
Combustível | Gasolina |
Potência Máxima: | 16 cv a 9.000 rpm |
Torque Máximo: | 1,74 kgfm a 8.500 rpm |
Alimentação: | Carburada |
Partida: | Pedal |
Transmissão: | 5 velocidades |
Suspensão e rodas | |
Suspensão dianteira: | Garfo telescópico |
Suspensão traseira: | Braço oscilante triangular |
Chassi: | Aço |
Pneu Dianteiro: | 2,75s X 18′ |
Pneu Traseiro: | 3,25s X 18′ |
Dimensões e capacidades | |
Peso a seco: | 100 kg |
Comprimento: | 1970 mm |
Largura: | 690 mm |
Distância entre Eixos: | 1300 mm |
Capacidade do tanque: | 16 litros |
Preço (FIPE, fevereiro de 2021) | |
1990 | R$ 1.365,00 |
2000 | R$ 2.471,00 |