A XT 660 R foi uma motocicleta de uso misto lançada como um dos produtos de ponta da Yamaha, focada no segmento on-off road. O modelo derivava da série XT original, linha de motos inspiradas nas usadas no rali Dakar. Daí surgia seu vínculo com a irmã, a XT 660 Z Ténéré.
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Yamaha XT 660 R
A Yamaha XT 660 R, apesar de completamente diferente, carregava consigo toda a história construída pelos modelos antecessores – XT 600Z Ténéré e XT 600 E, da qual foi sucessora. Entretanto, a 660 não compartilhava sequer um parafuso com a velha XT 600 E. Tudo ali era novo e aperfeiçoado para oferecer ao público um produto atualizado ao mercado.
Oferecida com a praticidade de ser uma uso misto, a XT 660 R não tirava nota dez no trânsito urbano. A altura da moto ajudava a superar obstáculos na cidade, mas a largura do guidão prejudicava as manobras. Apesar disso, no meio dos carros ela impunha respeito, não apenas pelo porte, mas pelas respostas rápidas e imediatas do seu motor.
De modo geral a XT 660 R era boa de estrada. Rodar com a motocicleta em rodovias era uma aventura sem sustos ou exageros. Diga-se de passagem, sua ciclística era de característica mais voltada a terrenos ruins, e ela se virava bem em pisos regulares. Mas a sua vocação era mesmo a do “quanto pior melhor” em termos de solo.
Motor
O monocilíndrico, de exatos 659 cm³, tinha comando simples no cabeçote, com 4 válvulas, bem compacto, O propulsor fazia o conjunto da Yamaha XT 660 R atingir potência máxima de 48 cv a 6.000 rpm. Já o toque, bastante elogiado pelos entusiastas, garantia pico máximo de 5,95 kgf.m a 5.250 rpm. Nada mal considerando a época de lançamento, 2005.
Fim da produção
A Yamaha encerrou a produção no Brasil da XT 660 R em 2018. O fator principal para isso foi a legislação e os custos de fabricação da moto. A resolução do Contran número 509 exigia que todas as motocicletas de média ou alta cilindrada produzidas no Brasil (ou importadas) deveriam ter ABS, coisa que a XT não tinha. Assim que a norma começou a vigorar, em 2016, seu calendário foi aposentando modelos do mercado, até chegar na 660 R, que não foi atualizada pela fabricante.
Pontos positivos
O uso de injeção eletrônica, novidade trazida ao Brasil pelo modelo, acabou com os “buracos” que havia nos motores carburados. Por esse motivo, na XT 660 R podia-se deixar o giro cair e acelerar a vontade que o motor então respondia sem engasgos. E se a faixa de rotação caísse abaixo do ponto ideal de torque, bastava um pequeno toque na embreagem e um giro no acelerador. A moto não deixava o piloto no aperto.
A Yamaha XT 660 R oferecia maneabilidade e agilidade, além de uma satisfatória postura e ergonomia. Coisas que uma moto de cross proporciona no trânsito e, claro, a versatilidade para a estrada e off-road. Sua estabilidade inspirava segurança e permitia acompanhar com bom ritmo rodovias sinuosas.
Fechando o pacote e referendando todo o destaque ao conforto, estavam as longas suspensões. Na dianteira estava o garfo telescópico de 43mm diâmetro e 225 mm de curso. Já na traseira havia suspensão monoamortecida, com 200 mm de curso.
Pontos negativos
O ronco forte e compassado do motor podia inspirar lembranças e empolgar os entusiastas mais afeitos. Entretanto, a vibração forte do monocilíndrico incomoda bastante, especialmente em viagens.
Falando em motor, em trânsito lento ele praticamente trabalha o tempo todo com a ventoinha do radiador ligada. Assim o conjunto opera com a temperatura do líquido de arrefecimento próxima do limite, incomodando à medida em que o ar quente é soprado para as pernas do piloto.
O conjunto que parece regra ‘moto de uso misto e banco duro’ aqui mais uma vez se faz presente. A experiência de pilotagem é um pouco desconfortável na cidade, graças ao assento duro e estreito. Mas isto é típico de motos off-road, o que já apresentamos em modelos como XR 250 Tornado e XT 600E.
O painel com visor digital pequeno e sem marcador de combustível deixa muito a desejar em um produto do porte da Yamaha XT 660 R. Além disso, claro, o modelo carecia de freios ABS, motivo de sua aposentadoria.
Yamaha XT 660 R vale a pena?
Quer andar de Meiota? A gíria e o apelido ganharam destaque nacional a partir do funk, gerando ainda mais visibilidade ao modelo, precursor no uso da injeção eletrônica em motos no Brasil.
Graças ao conjunto de resposta rápida e imponência no trânsito, a moto até hoje é adorada por entusiastas. Entretanto, assim como chama a atenção dos motociclistas, a XT 660 també faz a cabeça dos meliantes, sendo comum em ocorrências policiais e elevando o preço do seguro.
Aliás, XT e CB 600F Hornet representavam, sozinhas, mais de 40% das motos de alta cilindrada roubadas no país, segundo levantamento do Grupo de monitoramento Tracker, ainda em 2013.
Apesar disso, a moto se mostra uma escolha eficiente para a estrada e também trânsito. Segundo a FIPE, o modelo 2005 tem preço médio de R$ 17.120. Já o preço de uma 2018 é de aproximadamente R$ 31.920. Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Yamaha XT 660 R, acesse o Guia de Motos!
Ficha técnica Yamaha XT 660 R |
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Motor | |
Tipo | 4 tempos, 1 cilindro |
Cilindrada | 659 cc |
Arrefecimento | Ar |
Combustível | Gasolina |
Potência Máxima: | 48 cv a 6.000 rpm |
Torque Máximo: | 5,95 kgf.m a 5.250 rpm |
Alimentação: | Eletrônica |
Partida: | Elétrica |
Transmissão: | 5 marchas |
Suspensão e rodas | |
Suspensão dianteira: | Telescópica, 225 mm de curso |
Suspensão traseira: | Monoamortecida, 200 mm de curso |
Chassi: | Aço |
Pneu Dianteiro: | 90/90-21 |
Pneu Traseiro: | 150/70.18 |
Dimensões e capacidades | |
Peso a seco: | 165 kg |
Comprimento: | 2240 mm |
Largura: | 845 mm |
Altura do Banco: | 820 mm |
Distância entre Eixos: | 1500 mm |
Capacidade do tanque: | 15 litros |
Preço (FIPE, dezembro de 2020) | |
2005: | R$ 17.120,00 |
2018: | R$ 31.920,00 |