Julho, dezembro, janeiro e fevereiro são meses de férias escolares, sinônimo de crianças em casa procurando com o que brincar, e uma dessas brincadeiras, desde o início dos tempos, é soltar pipas (ou papagaio, ou pandorga). Entretanto essa inocente brincadeira de criança se tornou o terror dos motociclistas com a utilização das chamadas “linhas de cerol” que são fios de algodão impregnados com cola e vidro moido ou a “linha chilena” onde a mistura é de cola com limalha de ferro, que tem poder de corte imensamente superior ao cerol.
O objetivo dessa mistura é possibilitar os “duelos” aéreos onde cada um tenta cortar a linha que sustenta a pipa do adversário. Uma vez cortada, a linha cairá sem controle, ficando muitas vezes atravessada em ruas e estradas onde os carros e as motos passam. Apesar do seu incrível poder de corte a linha não oferece muito perigo para os ocupantes dos carros, apenas deixando marcas em peças de plástico e borracha do veículo.
Mas quando o veículo é uma moto, há grande risco da linha atingir o rosto ou pescoço do piloto, causando cortes profundos que provocam sequelas pemanentes e até mesmo o óbito quando atingem as veias jugulares da vítima. Essas linhas afetam também ciclistas e pássaros, segundo o Corpo de Bombeiros de Sorocaba.
Apesar de muitos estados e municípios terem criado leis que proíbem a fabricação e a comercialização desses produtos eles são encontrados facilmente no comércio, sendo vendidos indiscriminadamente independente da idade do comprador.
Como a polícia não consegue coibir o comércio e uso do cerol, cabe a nós motociclistas tomarmos medidas que nos protejam desse risco. A alternativa mais fácil e barata para isso é a instalação de “antenas corta pipa” no guidão da moto, de forma que fiquem posicionadas à frente e na altura do rosto do motociclista, tornando-se uma barreira ao perigo, quando o estilete existente na ponta da antena cortará a linha antes que atinja o piloto e afastará o perigo.
O mercado oferece antenas corta-pipa por preços que cabem em qualquer bolso, variando de R$ 12 as mais simples a até R$ 50 as mais sofisticadas. Portanto não há desculpa para não ter esse santo acessório equipando a sua moto. Mas não adianta só instalar, tem sim é que andar com ela esticada ou armada; vemos com frequência motos circulando com as antenas abaixadas, não oferecendo proteção.
O assunto é tão sério que o acessório deveria ser equipamento original de fábrica – com a palavra o Contran e as montadoras.
Vale também a sugestão para que as redes de televisão nacionais veiculem campanhas mostrando aos jovens os perigos que o uso do cerol oferece. A insersão do assunto na forma de merchandising nos programas direcionados para crianças e adolescentes também traria grandes resultados em termos de conscientização, já que atingiria um maior número da população-alvo.