Texto de Raul Fernandes
O ano de 2012 não foi dos melhores para o mercado brasileiro de motocicletas. Porém, apenas em âmbito geral. Enquanto as vendas das motos pequenas e de maior volume sofreram muitas perdas, o segmento premium teve um leve incremento. Dizemos isto, pois, se considerarmos o número de vendas de motos acima de 500 cm³, houve um crescimento de 6,87%, passando de 45.767 para 48.651 unidades comercializadas.
Quando falamos de motos de baixa cilindrada, a Honda conta com mais 79% do mercado. Contudo, devemos destacar que a Harley-Davidson e a BMW tiveram um forte crescimento! A empresa de Milwaukee subiu 58,39% e marca bávara aumentou o seu volume em 32,37%, seguidas da sempre forte Honda, com 19,58%. Em contrapartida, as japonesas Suzuki e Kawasaki tiveram um declínio de 40,78% e 5,93%, respectivamente.
Para não ficarmos falando apenas do nosso país, vale a pena fazer um comparativo com os maiores expoentes da Europa: Itália e França, respectivamente 1º e 2º lugares em vendas de motos do velho continente. Como todos nós sabemos, a Comunidade Europeia não vive um de seus melhores momentos econômicos. Contudo, as empresas de motos sempre fazem um grande investimento de produtos e marketing nesta região. Com certeza, podemos estar nos beneficiando disto, pois a nossa condição econômica é favorável. Creio que o mundo motociclístico brasileiro está amadurecendo, especialmente pelo número de motos acima de 500 cm³. Outro ponto importante é a chegada de novas fabricantes em Manaus, como é o caso da inglesa Triumph e da italiana Ducati.
Na Itália, uma marca local está na ponta: a Piaggio foi a líder em 2012, graças a uma venda de quase 15.000 unidades do scooter Liberty 125 para o Serviço de Correios Italiano. Se não fosse isto, a Honda seria a primeira colocada, deixando a Piaggio na vice-liderança. Já a Yamaha ficou com o terceiro posto. As marcas taiwanesas continuam surpreendendo, com a Kymco em 4º lugar e a SYM na sétima posição.
Assim como vem ocorrendo no Brasil no segmento acima de 500 cm³, a Suzuki está em forte declínio na Itália também. Lá, em 5 anos, a marca japonesa perdeu muito espaço! Caiu mais de 83,1% e passou de 13.279 unidades em 2008, para 2.249 motos em 2012. Muitos analistas e revendedores da marca creditam este fato à falta de lançamentos e renovações de sua gama de produtos. Vale lembrar que não foi apenas a Suzuki a grande perdedora, porque as 4 grandes marcas da Terra do Sol Nascente sofreram bastante.
Na média, a queda foi 70,1%. A que menos recuou foi a Honda, com perda de 54,6%. Entretanto a Kawasaki caiu 76,5% e a Yamaha, 72,5%. Contudo, a participação total das japonesas na Itália não se alterou tanto. Em 2008 eles representavam 47,3% do mercado e em 2012 fecharam com 40,49%, mas em 2011 chegaram a 36,16%! Esperamos que este reflexo não chegue ao Brasil, mas, desta forma, há uma forte tendência pela frente.
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Como no Brasil temos um grande volume de vendas das motos com características “naked de trabalho”, vide Honda CG e Yamaha YBR, os scooter sempre são vistos como um produto secundário. Ao contrario, na Itália, o maior volume de vendas advém dos scooter, que são bem mais práticos. Entretanto, ao compararmos os números de vendas de nossos líderes nesta categoria, percebemos que estamos bem. O Honda Lead 110, número 1 no Brasil, vendeu mais que os campeões na Itália e na França. Além do mais, a Piaggio conseguiu um bom número porque entregou quase 15 000 unidades para o Correio Italiano. Mas, devemos descrever que tanto na Itália quanto na França, o Yamaha TMax 500/530 vende muito. Na França, por exemplo, é o líder! Em nosso país, o único scooter de maior cilindrada que tem um grande volume de vendas é o Dafra SYM Citycom 300.