Preciso confessar: as clássicas modernas estão entre minhas motos preferidas, justamente por unir o charme e nostalgia com engenharia e eletrônica de ponta. É como se pudéssemos viajar no tempo, colhendo nossos itens favoritos em diferentes décadas, e unissemos tudo numa única motocicleta. E agora os amantes deste nicho têm mais um modelo com o qual sonhar: a Kawasaki Z900 RS chegou.
O modelo foi sensação no stand da japonesa no Salão Duas Rodas, em sua primeira aparição ao público brasileiro, em novembro do ano passado. Agora, sete meses depois, a Kawasaki aproveitou o evento em que celebrou sua primeira década de atuação no País para lançar o modelo oficialmente. Assim, a clássica Z 900 RS chega às lojas a partir de 1º de julho, com preço sugerido de R$ 48.990,00.
O modelo é uma releitura da icônica Kawasaki Z1, um ícone dentre as nakeds dos anos 1970, fazendo diversas referências visuais à antecessora. Farol redondo, tanque esguio em forma de gota, traseira ‘bico de pato’, guidão alto, assento plano com detalhes na costura, espelhos circulares, painel com ponteiros analógicos. Esta tudo lá, assim como há quarenta anos. Até o motor tem elementos para imitar propulsores arrefecidos a ar. Mas basta ligar a moto para se dar conta que ali pulsa um quatro cilindros moderno (herdado da Z900 ‘moderna’, que gera 109 cv) e que o retrô limita-se ao visual.
Clássica de atitude: Kawasaki Z900 RS gera 109 cv de potência máxima
Já que falamos nele, o propulsor que equipa a Z900 RS é um DOHC de 16 válvulas e 948 cm³, concebido para o modelo. Ele foi retrabalhado para oferecer uma aceleração e entrega de potência progressiva, priorizando o torque em médias e baixas rotações (diferente da Z900 ‘naked’, construída para girar alto). Assim, a RS é forte e vívida desde o início, bem abaixo dos 7.000 rpm. O torque máximo de 9,7 kgf.m é entregue aos 6.500 rpm, enquanto os 109 cv são extraídos as 8.500 rotações.
O trabalho no motor incluiu a adoção corpos de borboleta de 36 mm complementados por sub-aceleradores controlados pela ECU, cames para tempos reduzidos de admissão (270° para 248°) e exaustão (256° para 244°), virabrequim mais pesado (com 12% mais massa) e taxa de compressão reduzida de 11,8:1 para 10,8:1. Tudo para que a Z900 RS não fosse apenas uma clássica de estética, como um hatch com ‘plásticos aventureiros’.
Junto do propulsor, há câmbio de seis marchas (com a sexta propositalmente alongada para tornar viagens mais confortáveis) e embreagem assistida deslizante. Ela tem dupla função: reduzir o esforço aplicado à alavanca e evitar o travamento da roda traseira causado por excesso de freio-motor nas reduções de marcha. O chassi em treliça foi concebido para garantir leveza ao conjunto, e pra isso teve o trail reduzido e suas linhas desenhadas da forma mais reta possível, sem ângulos, reforçando o compromisso retrô da proposta.
ABS, suspensão invertida, controle de tração (KTRC), anti wheeling…
De 1970 para cá os freios e a eletrônica mudaram muito. Por isso, a Kawasaki Z900 RS tem dois discos de freio de 300 mm (com quatro pistões opostos) na dianteira e um traseiro de 250 mm atrás, que atuam junto do ABS e pneus Dunlp GPR-300 na missão de parar a moto. A suspensão tem garfo (de 41 mm) invertido na dianteira com 10 ajustes de compressão e 12 de retorno, bem como ajuste de pré-carga de mola, e link acima do braço oscilante atrás. Por falar em ajuste, as posições para as alavancas de freio e embreagem também são personalizáveis: há seis posições para a primeira e outras cinco para a segunda.
Na eletrônica, destaque para o controle de tração KTRC, com dois modos de funcionamento e várias combinações possíveis. Resumidamente, o modo 1 prioriza aceleração máxima e 2 visa segurança, facilitando uma condução suave em superfícies escorregadias – ou o motociclista também pode optar por desligar o sistema. No Modo 2, o KTRC permite ao piloto alternar trechos escorregadios curtos com segurança (trilhos de trem ou tampas de bueiro) e extensões maiores em estradas ruins (pavimento molhado, paralelepípedo, cascalho) e o sistema também é capaz de distinguir entre os wheelies (quando a roda dianteira perde contato com o solo) de torque, que são suaves, e outros wheelies (impedindo todos de ocorrerem). No Modo 1, wheelies de torque são permitidos “desde que a aceleração esteja em nível aceitável para segurança”.
Z900 RS chega às lojas em 1º de julho
Para os saudosistas mais empolgados com o lançamento da Z900 RS no Brasil, a Kawasaki também apresentou uma coleção de roupas e acessórias exclusivas – sob o tema retrô, logicamente. Os bonés e camisetas, influenciados pela nova moto, chegam às lojas um pouco mais tarde, a partir da segunda quinzena de julho. Já a Kawasaki Z900 RS, que está nas concessionárias a partir do dia 1º de julho, será vendida na cor Candytone Brown.
Ficha técnica Kawasaki Z900 RS |
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MOTOR |
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Tipo | 4 cilindros DOHC |
Diâmetro x curso | 73,4 x 56,0 mm |
Cilindrada | 948 cm3 |
Potência máxima | 80 kW {109 cv} a 8.500 rpm |
Torque máximo | 95 Nm {9,7 kgƒ.m} a 6.500 rpm |
Taxa de compressão | 10,8:1 |
Alimentação | Injeção eletrônica (4x 36 mm) |
Transmissão | 6 velocidades |
DIMENSÕES |
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Comprimento total | 2.100 mm |
Largura total | 865 mm |
Altura total | 1.150 mm |
Distância entreeixos | 1.470 mm |
Altura do solo | 130 mm |
Altura do assento | 800 mm |
Peso (ordem de marcha) | 215 kg |
Capacidade do tanque | 17 litros |
CHASSI E FREIOS |
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Tipo do chassi | Diamante (treliça tubular de aço) |
Suspensão dianteira | Garfo telescópico upside-down regulável de 41 mm (10 ajustes de compressão, 12 de retorno e pré-carga de mola) |
Suspensão traseira | Monoamortecida com link, |
Curso susp. dianteira | 120 mm |
Curso susp. traseira | 140 mm |
Caster | 25° |
Trail | 98 mm |
Ângulo de esterçamento (esq./dir.) | 35°/35° |
Pneu dianteiro | 120/70ZR17 M/C (58W) |
Pneu traseiro | 180/55ZR17 M/C (73W) |
Freio dianteiro | 2 discos de 300 mm (diâmetro efetivo 267 mm) |
Freio traseiro | 1 disco de 250 mm (diâmetro efetivo 216 mm) |
PREÇO |
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Preço Sugerido (julho/2018) | R$48.990,00 |