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A fabricante indiana Bajaj está chegando no Brasil. Com isso, motociclistas e até mesmo concorrentes já estão de olho no que pode acontecer ao passo em que a marca vem divulgando ao poucos novas informações. No entanto, já adiantamos aqui 5 coisas importantes sobre a chegada em terras brasileiras.

1 – Bajaj terá representação oficial no Brasil

Segundo o diretor-executivo da Bajaj, Rakesh Sharma, as operações brasileiras da marca terão início entre o meio de agosto e o início do mês de setembro. E aqui no Brasil, a fabricante terá uma operação própria, aos moldes já conhecidos das Honda, Yamaha, Kawasaki, Harley e outras marcas.

Narayan Sundararaman (chefe de marketing), Rajiv Bajaj (gerente da marca) e Rakesh Sharma – juntos com a nova linha Pulsar 250

Ou seja, ao contrário do que acontece em outros países da América do Sul, como Colômbia e Chile, a Bajaj por aqui vai atuar diretamente e não por meio de distribuidores. Uma aposta alta da Bajaj, mas mostra estar disposta a vir para ficar.

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Vale lembrar que algumas marcas no país operam com representates. O caso mais clássico é da Suzuki, que agora também se uniu com Kymco e HaoJue. Aqui, todas elas são representadas por uma empresa privada – no caso, a JTZ.

2 – Modelos de motos Bajaj no Brasil

Afinal, quais serão as motos que a Bajaj vai disponibilizar no Brasil? De antemão, podemos aguardar a vinda de ao menos 4 modelos, de 160 a 400 cilindradas. Inicialmente, a marca vai trazer motos das suas gamas Dominar e Pulsar ao país.

Bajaj Dominar 400 já surgiu nas redes sociais da marca no país

Até agora, a Dominar 400 é a única que já está confirmada para o nosso mercado. Mas ela pode ter a companhia da sua versão de 250cc. Já a família Pulsar inicia com motos de 125cc. No entanto, deve desembarcar a mais potente NS 160, uma provável concorrente da Honda CG 160 Titan.

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Enquanto isso, a Pulsar N250 é cotada a vir para tirar o sossego das Honda CB 250F Twister e Yamaha Fazer 250. Mas a Bajaj também tem pequenas motos ao estilo custom, a Avenger Street 160, que também pode vir suprir esse instinto nicho no país.

Visual esportivo, painel completo, freio ABS, motor de 17 cv. Você trocaria sua CG ou Fazer 150 na Pulsar 160?

3 – Bajaj com fábrica própria no país

As primeiras motos da Bajaj no Brasil serão montadas na fábrica da Dafra em Manaus. Por aqui, os modelos virão no esquema CKD (Complete Knocked Down), ou seja: serão produzidas na fábrica matriz que fica na Índia, trazidas desmontadas e montadas aqui.

Esse sistema já foi utilizado pela BMW, que chegou também construindo suas motos na unidade da Dafra, antes de ter sua fábrica. É claro, em tempos de dólar alto, tudo isso tem um custo alto. Quem ainda usa o formato (e a planta da Dafra) é a KTM.

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A famosa fábrica da Dafra em Manaus, já foi berço das mais variadas marcas no Brasil…

Por isso, os indianos da Bajaj querem seguir os passos dos alemães e já declararam estudar a instalação de uma fábrica própria por aqui também, no Polo em Manaus. Entretanto, tudo vai depender do desempenho das vendas no Brasil.

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4 – A Bajaj é uma gigante internacional

O nome Bajaj pode não ser muito conhecido ainda do grande público brasileiro, mas é grande e respeitado no exterior. A empresa tem por exemplo parceria comercial com a KTM, afinal a Bajaj Auto International Holdings BV detém 48% de participação na fabricante austríaca.

CEO da KTM Stefan Pierer e Rajiv Bajaj

Com isso, a ‘Baja’ é responsável pela produção de alguns modelos da KTM e subsidiárias Husqvarna e em breve GasGas. Não chega ser surpresa então que a fabricante foi a 5ª maior em volume de motos produzidas em 2021, logo atrás da Yamaha.

Mas não para por aí. A marca indiana também tem parceria com os britânicos da Triumph. Uma união visando fabricar futuros modelos de entrada e pequena e média cilindrada. A cooperação vai repetir o feito da BMW e os indianos da TVS, que juntos criaram a linha G 310.

5 – Pode mexer com o mercado de motos

Uma vez que a Bajaj é um peixe gigante no mar das fabricantes de motos, sem dúvida promete fazer uma grande onda no mercado brasileiro. Claro, tudo depende do número de vendas e resposta do público ao produtos da marca.

No entanto, se tudo ocorrer como os indianos planejam, um sucesso possível da Bajaj pode respingar em grandes nomes, como Honda e Yamaha. A primeira, detém mais de 75% do nosso mercado e a segunda, 17%. A Bajaj quer entrar aí no meio!

Rally da Economia aconteceu em Santa Catarina, na sede da Yamaha Geração. Cada proprietário trouxe sua Factor 150

Não vai ser agora, mas se Bajaj tiver sucesso vai escalar junto da Yamaha ao longo do tempo – a eterna rival da dominante Honda no Brasil

Assim como pode também, nesse percurso, que algumas marcas menores se afogarem e fiquem para trás dos indianos. Ironicamente, a indiana Royal Enfield será uma rival direta da Bajaj logo de início, mas o movimento pode atingir também a Haojue e linha de entrada da BMW.

Enquanto isso, será curioso ver como Triumph, KTM e os representantes da Husqvarna e GasGas podem se beneficiar com a vinda da parceira e dona lá de fora. Segundo o diretor-executivo da Bajaj, a marca tem a intenção de se tornar “top of mind” no mercado brasileiro.

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]