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A Kawasaki Ninja ZX-25R já pode ser reservada para a compra na Nova Zelândia e, em breve, deva ser levada a outros mercados. Trata-se de uma pequena esportiva de 250 cm³ e 4 cilindros, apresentada no ano passado, e que tem causado grande repercussão (e expectativa) global desde então. Contudo, vale lembrar que quase 30 anos antes outra ‘mini-superbike’ já descarregava adrenalina a até 20 mil rpm: a Honda CBR 250 RR.

Novas Ninjas ZX-25R estão à venda na Nova Zelândia. Ainda não há previsão de quando (e nem se) chegarão ao Brasil

Novas Ninjas ZX-25R estão à venda na Nova Zelândia. Ainda não há previsão de quando (e nem se) chegarão ao Brasil

A Ninja ZX-25R foi revelada no Salão de Tóquio, no Japão. Entretanto, dificilmente o modelo chegará ao mercado braileiro. Isso porque o valor de referência neozelandês é de NZ$ 15.990, cerca de R$ 51 mil em conversão direta, elevado demais para uma moto da categoria por aqui. Vale lembrar que no Brasil a Ninja 400 parte dos R$ 25.490, enquanto a Ninja ZX-6R tem preço de R$ 50.990.

30 anos antes da ZX-25R a CBR 250 RR já rodava a 20 mil rpm!

30 anos antes da ZX-25R a CBR 250 RR já rodava a 20 mil rpm!

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A ZX-25R não teve ainda todas as suas especificações reveladas. Estima-se que seu motor de 250 cm³ e 4 cilindros produza de 50 a 60 cv. Assim, a motocicleta chama a atenção pela faixa de rotação do propulsor, com o ponteiro batendo na faixa vermelha com 17 mil rotações por minuto. Apesar disso, essa Kawasaki não foi a primeira 250 a produzir tanta potência – nem a gritar tão alto.

Antes da ZX-25R, a Honda CBR 250 RR

A CBR 250RR nasceu no início da década de 1990 como um tributo às motos de corrida de cilindros múltiplos da Honda. A Babyblade de motor quatro cilindros em linha, 16 válvulas e de 249cm³, arrefecida a líquido, atingia 45 cv a 14.500 rpm. O conjunto tinha 2,5 kgf.m de torque a 12.000 rpm e era alimentado por quatro carburadores Keihin 29mm.

Conta-giros para ultrapassar os 20 mil rpm fazia a alegria de qualquer piloto - incluindo do próprio Soichiro

Conta-giros para ultrapassar os 20 mil rpm fazia a alegria de qualquer piloto – incluindo do próprio Soichiro

Com essa receita, acelerava de zero a 100 Km/h em 5,3 segundos, tendo rotação máxima batendo na casa dos 20.000 rpm. Esse resultado reservava influência no fundador Soichiro Honda, que tinha predileção por motores de rotações ultra altas.

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Uma pequena usina capaz de produzir cerca de 50 cv e alimentada por 4 carburadores

Uma pequena usina capaz de produzir cerca de 50 cv e alimentada por 4 carburadores

Assim, já na nostálgica década de 90 a CBR 250 RR tinha uma rival, a Kawasaki ZX-R 250. Sim, uma quatro cilindros em linha, com 45 cv de potência a 15.000 rpm e girando aos 21 mil rpm! Porém, apesar das especificações ligeiramente semelhantes, a Honda se tornou mais popular nas ruas, ao menos no Japão. Isso porque o conjunto CBR possuía um projeto melhor resolvido no quesito durabilidade.

Pode parecer estranho, mas na época os potentes propulsores Kawasaki se tornam barulhentos para o mercado e às Ninja perderam espaço nas ruas. A CBR 250 RR, por sua vez, não pode ser considerada uma referência em baixo sonido. Na verdade, no pico de rotações ela lembra os nostálgicos sons da Fórmula 1.

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Mini Super Blackbird

Propositalmente, o design da CBR 250 RR remetia à principal esportiva da Honda na época, a CBR 900RR Fireblade. Algumas 250, inclusive, adotavam grafismos e cores praticamente idênticos. Além disso, a CBR1100XX Super Blackbird também foi fonte de inspiração e referência para a pequena esportiva, lhe rendendo o apelido de “Mini Super Blackbird”.

 Por vezes visual lembrava a CBR1100XX Super Blackbird

Por vezes visual lembrava a CBR1100XX Super Blackbird

Dessa forma, debaixo de todo este visual estava um conjunto de 158 kg (seco) com engenharia sofisticada, mas ainda distante de toda a tecnologia que as motos dispõem atualmente. Assim, os freios eram a disco e duplos na frente, com pinças potentes e um único disco na traseira.

CBR 250RR voltou em 2017 com motor de dois cilindros

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CBR 250 RR nova geração

Assim, a saudosa CBR teve sua potência reduzida para 40 cv ao longo do tempo, no motor que equipou as Hornet 250 até 2008, ano que este parou de ser produzido. Entretanto, o nome CBR 250RR ressurgiu em 2017, agora sendo uma bicilíndrica. Mesmo se tratando de um projeto recente, esta já sofreu um upgrade, passando dos 38,7 cv de potência a 12.500 rpm para 41 cv. O motivo? Naturalmente, brigar com a recém-chegada Kawasaki Ninja ZX-25R.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza