Pré-leitura – Cada moto possui características específicas e cada pessoa que a utiliza tem diferentes experiências. Por isso cada conjunto piloto-motocicleta resulta em uma experiência única. As pessoas tem preferências e gostos diferentes e por isso o Motonline acredita que a escolha da moto é uma escolha pessoal e que não existe uma moto que seja boa igualmente para todos. Por isso nossos comparativos não trazem uma moto “vencedora”. Motonline traz informações sobre diferentes quesitos das motos – visual, performance, dirigibilidade, consumo e “custo x benefício”. O objetivo destas informações é ajudar você a fazer sua escolha e abrir a discussão. O Motonline sempre incentiva a discussão, mas uma discussão construtiva. Sua opinião pode ser diferente da dos demais motociclistas e é isso que enriquece a discussão. Expresse sua opinião, respeite a opinião de todos e Boa leitura!
Vamos ver como se comporta a segunda moto 250 mais vendida contra a que desafia o status das duas líderes. A Honda CB300 já foi comparada com a Dafra Next 250, agora é a vez de compararmos a Yamaha Fazer 250 contra essa desafiante, a Dafra Next 250. Mas se você quiser saber a opinião dos proprietários destas duas motos, vá ao Guia de Motos do Motonline e consulte.
O nome já incita esse desafio, ela quer ser a sua próxima 250, mas para isso tem que dar conta de duas gigantes do mercado. E ela está num distante terceiro lugar. Nos emplacamentos acumulados de janeiro e fevereiro de 2013, temos 8.091 unidades da CB300, 3.564 da Fazer e apenas 633 motos Next 250. Ou seja: há muito para ser feito em termos de esforço de vendas e serviços para diminuir a distância entre elas. Tarefas para a Yamaha e Dafra.
Mas independente do número de concessionárias e do serviço pós-venda que sabemos que o da Dafra tem bastante a melhorar, vamos ver máquina por máquina como essas duas se confrontam.
A Yamaha tem mais tempo em produção e teve mais desenvolvimento e resolução dos possíveis problemas que eventualmente aparecem num produto. A moto é leve, ágil e tem um desenho que demonstra isso. As grandes abas laterais canalizam o vento para o motor e completam o desenho anguloso com o resto da moto.
A Next 250 vem com o peso da marca taiwanesa SYM que consagrou o scooter Citycom 300 também da Dafra. Conseguiram desfazer a má imagem que essa marca vinha tendo no mercado por causa de alguns maus produtos anteriores.
Revertendo essa tendência a Next adiciona novos bons atributos à marca. Arrefecimento líquido e seis marchas são seus maiores destaques, mas o desenho da moto é um ponto que agrada bastante também. A proteção do radiador lembra um pouco as nakeds maiores do mercado e a carenagem sob o motor reforça esse visual mais agressivo.
Na posição do piloto dá para perceber em cada uma delas que o banco é levemente mais alto na Yamaha (1,5cm), mas os assentos são ambos confortáveis e proporcionam conforto também para um eventual garupa até para viagens mais longas. Na Dafra a coluna fica bem ereta, contra uma posição de pernas um pouco travada, posicionadas muito para trás.
A Fazer tem o motor arrefecido a ar e talvez por isso parece fazer mais barulho mecânico do que a Next. Na saída, acelerando de baixa rotação, tanto a Next quanto a Fazer crescem devagar, mas com firmeza. A partir da média até a alta rotação, a aceleração se torna mais forte até chegar no fim da faixa útil de rotação. Conta ainda com a opção do modelo Blue Flex que pode ser uma boa idéia quando o preço do etanol estiver conveniente.
A Next, que tem uma marcha a mais, continua até um pouco além, mas já sem força. Pode-se usar essa gama maior de rotação disponível apenas em ladeiras ou em vento a favor, pois no plano o motor não consegue vencer a barreira do vento. No meio das rotações, na faixa mais gorda, a disposição dos dois motores se assemelham muito.
Suspensão – Nesse quesito a Yamaha sai na frente. Tem ação mais equilibrada nas duas rodas e não mergulha tanto nas frenagens. As duas motos absorvem bem as irregularidades do terreno, mas a Next sofre um pouco mais, principalmente na frente.
Freios fortes e sensíveis nas duas motos, com destaque dos flexíveis revestidos por malha de aço na Dafra. Ainda assim sofre um pouco de excesso de curso, mas a atuação é forte e bem controlada. Na Yamaha eles têm mais sensibilidade, mesmo com os flexíveis normais, e pode-se aplicar com mais vontade o dianteiro porque o mergulho da suspensão é menos pronunciado. Bons resultados com ótimo controle na pilotagem.
As duas motos tem as suas geometrias muito parecidas. Há uma diferença de meio grau no ângulo do rake, 10 mm a mais na medida da distância entre eixos e no comprimento da balança da Yamaha. Mas a maior diferença está na medida do trail que na Next tem 97mm contra 104,5mm na Fazer. Até ai tudo bem, então a Dafra tem mais esportividade na sua pilotagem, mas nem tanto.
Dai acarreta um problema que se não fosse o sistema construtivo do chassi das duas motos o resultado poderia ser outro. O trail menor da Next demanda uma estruturação mais rígida do chassi, para suportar as forças internas maiores. A geometria levemente mais rápida (esportiva) provoca essas forças adicionais na estrutura da direção que a Yamaha acaba por suportar melhor. Tanto pela medida maior de trail quanto pela própria construção do chassi, que com o berço duplo e amarração mais convencional do eixo da balança, dá maior estabilidade estrutural, ao contrário do tubo único tipo “backbone” da Dafra, com barras transversais para a amarração da balança.
O resumo dessa ópera é bem definido. A música do motor da Next 250 é mais forte do que o da Yamaha, que por sua vez tem menor peso, diminuindo a vantagem mínima da Dafra que tem que levar 28 gramas a menos. E com a sexta marcha da Dafra ela aproveita um pouco melhor o motor e proporciona maior economia, cerca de 8%. Mas motor não é tudo e há que se ver o conjunto que na Fazer é mais homogêneo. Mas no final, quem manda é a preferência do consumidor.
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