Conheça a curiosa história da scooter criada para cair de paraquedas nos campos de batalha! Isso mesmo, um modelo de pequeno porte, mas com a dura missão servir tropas num ambiente extremo e sem margens para erros.
Scooter para cair de paraquedas na guerra
Toda a curiosa trajetória da scooter Cushman teve início quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial. Locais do país como o Nebraska começaram a procurar contratos militares, enquanto desejavam também maneiras de colaborar no esforço de guerra.
Diga-se de passagem, na época, a Comissão de Publicidade de Nebraska prometeu um grande aporte financeiro para trazer a indústria de guerra para o estado. Então a capital Lincoln fez lobby para trazer essa estrutura para a cidade.
Empresas como a Goodyear e Western Electric se instalaram por lá nesse período. Mas já haviam indústrias existentes na cidade, como a Cushman Motor Works – uma fábrica que tinha começado a fabricar scooters ainda em 1936. Então estavam bem estabelecidos quando o Exército começou a procurar suplementos para carros e caminhões.
Como a Cushman já montava scooters pequenas, leves, silenciosas e manobráveis, a marca conseguiu o contrato! Imediatamente os engenheiros da fábrica de Lincoln começaram a trabalhar e assim nasceu Airborne, conhecida como modelo 53, a scooter que surgiu para ser jogada de paraquedas na guerra!
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Cushman Airborne 53
A Cushman Airborne modelo 53, chamada também de Parascooter, era uma scooter monocilíndrica com motor a gasolina. Uma pequena com 4,6 cavalos de potência, caixa de duas velocidades e velocidade máxima de 40 km/h…
No entanto, a scooter de guerra podia suportar uma inclinação de 25% e carregar mais de 100 kg de carga. O modelo 53 também era capaz de viajar 160 km com um tanque cheio de pouco mais de um galão de gasolina.
Em seu conjunto, a moto usava pneus do mesmo tamanho dos aviões, para que pudessem ser trocados mais facilmente. E um engate traseiro permitia a scooter rebocar carros e caminhões pequenos em marcha lenta.
E como o modelo deveria ser lançado de paraquedas, muitos testes foram feitos para garantir que sobrevivesse à queda. Os lançamentos aconteciam com as unidades dentro de uma caixa ou mesmo por meio de ganchos com os referidos paraquedas atrelados na estrutura da scooter.
No final das contas, a Cushman forneceu aos militares quase 15.000 unidades. As 101ª e 82ª divisões aerotransportadas lançaram algumas 53 na França, após o famoso episódio do Dia D. E, claro, muitas motos foram simplesmente abandonadas lá depois da guerra.
Além de scooter: carrinhos e até carcaças de bombas
Além do Airborne, a Cushman também fabricava os modelos 32, 34 (que tinham sidecar), 39 (de três rodas) e um adaptador que permitia ao modelo 53 carregar uma metralhadora calibre 50. Não era brincadeira!
Vale ressaltar que a Cushman ainda forneceu carcaças de bombas, fusíveis de bombas e demais itens. Eles foram um dos três maiores produtores durante a guerra. Aliás, a Cushman foi a única fabricante autorizada a vender veículos motorizados para civis durante o conflito.
No entanto, após a guerra a Cushman apresentou o Modelo 53-A, uma versão mais confortável do Airborne para civis. Mas essa versão de rua não teve tanto sucesso quanto se esperava.
A scooter de Bruce Willis
A marca teve sucesso mesmo foi com o modelo Eagle – uma curiosa scooter que já teve donos como o ator Bruce Willis. A empresa também apostou em modelos para uso nos correios e entregas comerciais. E até o início dos anos 2000, a Cushman forneceu pequenos veículos, como unidades vistas à serviço da polícia de Nova Iorque.