Lançamentos Por Guilherme Augusto 11/03/2023 15:00 (há 1 ano).

A Honda oferece um grande leque de modelos no Brasil, com opções de 110 cc a 1.800 cc, de R$ 10 mil a R$ 300 mil. Um dos nomes em destaque é a Africa Twin, representante da marca no crescente e disputado segmento das big trail. E agora há novidades.

 

Africa Twin DCT nacional

A aventureira segue oferecida em duas versões, Africa Twin e Adventure Sports. Ambas podem sair da loja com câmbio tradicional (manual de 6 marchas) ou automatizado de dupla embreagem (DCT), exclusividade da marca.

As manuais há tempos são montadas na moderna fábrica de Manaus (AM), mas as DCT eram importadas até 2022 e passaram a ser fabricadas aqui. Aliás, todas as motos Honda com câmbio DCT à venda em qualquer lugar do mundo eram fabricadas no Japão. Agora, a Honda do Brasil é a primeira subsidiária a montar motos com a tecnologia e começou os trabalhos pela Africa.

 

 

 

Africa é fabricada ou montada em Manaus?

O conceito de ‘fabricação’ é interpretativo. Se o levarmos ao pé da letra veremos que o Brasil tem pouquíssimas fábricas de motos, onde há complexos processos de usinagem, fundição, estamparia e outros procedimentos. Onde entram barras de metal e saem motos, basicamente. Na maioria dos casos (e das fábricas) há apenas montagem de kits, com pequenos procesos de secundários (como pintura ou injeção de plásticos).

A Africa Twin passa a ser nacionalizada em todas suas versões, inclusive as com câmbio DCT. Manaus é a única fábrica fora do Japão a montar modelos com a tecnologia

As Honda de baixa cilindrada são fabricadas em Manaus, com índices de nacionalização que passam os 95%. Já modelos maiores e de menor volume têm processos mais simples. É o caso da Africa Twin. Apesar de montada aqui, ainda há muitos componentes (especialmente do motor) que vêm do exterior em kits. E não há nada de errado nisso, estamos apenas esclarecendo dúvidas que frequentemente chegam até a redação.

 

Novidades na Africa Twin 2023

A principal novidade da big trail para o modelo 2023 é a nacionalização, uma vez que ela segue com o mesmo conjunto mecânico e eletrônico. Além disso, recebeu novidades no setup do câmbio, com relação mais curta nas primeiras marchas.

Assim, a Africa Twin segue movida pelo motor de 2 cilindros em linha, OHC, de 1.084 cm³. Ele gera 99,3 cv de potência e 10,5 kgf.m de torque, a 7.500 rpm e 6.000 rpm. Pode ser equipada com câmbio manual de 6 marchas ou automatizado de dupla embreagem, também de seis.

A Africa 1100 segue sendo a ótima moto que já era. Possivelmente, a mais trail de todas as big

É uma big trail de respeito. Tem longas suspensões Showa (230 mm na dianteira e 200 mm atrás), rodas raiadas de 21″ e 18″ e 250 mm de vão livre do solo. Na tecnologia, conta com 4 modos de pilotagem (mais 2 personalizáveis), painel TFT de 6,5″ integrado com Apple Car Play e Android Auto, iluminação full LED, cruise control, wheelie control, ABS comutável e mais.

Quem optar pela versão Adventure Sports ainda terá outros recursos. Na lista, cornering light, suspensões eletronicamente ajustáveis, tanque de 24,6 litros (6 litros a mais), manoplas aquecidas e protetores de mão. Veja as principais diferenças entre a Africa Twin de entrada e a AS aqui.

 

Porque nacionalizar o modelo

O fato de ter a Africa Twin (especilamente na versão DCT) nacionalizada é particularmente interessante por dois fatores. O primeiro: mostra o quão moderna e tecnológica é a fábrica brasileira, a ponto de ser a única do mundo fora do Japão a conquistar o direito de montar modelos com câmbio DCT. Já o segundo é mercadológico.

Dominante nas pequenas, a Honda ainda tem espaço para conquistar entre as motos de alta cilindrada. E investir na Africa Twin parece um degrau para isso

Apesar de dominar o mercado brasileiro historicamente, com market share entre 70% e 80% (75,8% em 2022), a Honda trava grandes embates com concorrentes em segmentos específicos. Na alta cilindrada, por exemplo, afirma ter mais de 30% de share, mas para isso considera o volume das médias CB 500F e CB 500X, que emplacaram quase 6 mil motos ano passado.

Nacionalizar uma moto importante como a Africa Twin DCT, que representa a Honda no crescente e exigente segmento das big trail, mostra que a marca está disposta a fazer grandes investimentos para atrair o público de maior poder aquisitivo. Além disso, ressalta o próprio câmbio automatizado de dupla embreagem, uma exclusividade sua entre as motos. Por fim, vem ao encontro de outras ações, como o reforço da rede de concessionárias Honda Dream e o lançamento de outros modelos simbólicos por aqui, como a CBR 1000 RR-F Fireblade 30th Anniversary.

 

Vantagens para quem compra

E para o consumidor, onde sai ganhando com o fato da Africa Twin ser nacionalizada em todas suas versões? Basicamente, em dois pontos.

O primeiro é o maior volume de motos no mercado, uma vez que montá-la aqui é mais efetivo que esperar motos inteiras virem do Japão. Assim, a Honda pretende suprir a demanda reprimida do modelo. Em bom português, o consumidor irá esperar menos para ter sua Africa DCT.

A nacionalização deve deixar o modelo mais resistente às flutuações de preço do exterior. Além disso, aumentar o volume de motos à disposição das lojas

Já o segundo é o preço. Nacionalizar a moto pode até não deixá-la expressivamente mais barata, mas irá torná-la mais resistente às flutuações do mercado internacional. Então se ela não ficar mais barata, ao menos não deve se tornar mais cara.

Veja também:

 

Preços e versões da Africa Twin 2023

Como dito, a Africa Twin 2023 segue com a receita que já conhecemos. Assim, é encontrada nas lojas nas versões de entrada e Adventure Sports, ambas podendo ser equipadas com câmbio manual ou DCT – que deixa o modelo cerca de R$ 7 mil mais caro. Segundo os preços sugeridos, custa:

– Africa Twin manual: R$ 81.100
– Africa Twin DCT: R$ 88.100
– Africa Twin Adventure Sports manual: R$ 102.130
– Africa Twin Adventure Sports DCT: R$ 109.130

Preço sugerido da Africa Twin varia de R$ 81 mil a R$ 109 mil. Quem optar pelo câmbio DCT precisa investir, em média, R$ 7 mil a mais

Já o preço final, encontrado nas lojas, é difícil mensurar. Isso porque a tabela Fipe não considera as opções de câmbio e organiza os valores apenas pelos modelos. Segundo ela, uma Africa Twin custa em média R$ 96.775, enquanto a Adventure Sports é vista por R$ 118.209.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza
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