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Ligar a moto no frio, especialmente em manhãs, pode ser uma tarefa árdua e suada – caso necessite de um tranco. Como em vários outros casos, eis mais um exemplo de situação em que o ideal é prevenir e não remediar, mas como ninguém está livre de imprevistos separamos algumas dicas que podem ajudar.

 

Moto no frio: o melhor é prevenir

São sete da manhã, você está atrasado para o trabalho ou àquele esperado passeio com amigos, pressiona o botão de partida e não tem ninguém em casa. Um dica importante para evitar que isto ocorra é destinada especialmente às motos flex.

Assim, se este é o seu caso, verifique o combustível, evitando altas concentrações de etanol. Além disso, independente de sua moto e cilindrada, use sempre óleo recomendado pelo fabricante e mantenha a bateria sempre (s-e-m-p-r-e) em boas condições.

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Lembre-se também que pilotar no frio requer roupas e cuidados especiais - foto: Carlos Kelm

Lembre-se também que pilotar no frio requer roupas e cuidados especiais – foto: Carlos Kelm

Ela bate arranque, mas tá difícil de ligar a moto no frio

O problema é mais comum em motos carburadas, hoje praticamente extintas dos catálogos de lançamentos, mas ainda comuns nas ruas. Desse modo, motos alimentadas por carburador podem apresentar falhas na partida a frio, devido ao circuito do afogador.

Então, deve-se sempre usar o afogador quando as condições não forem favoráveis. Cada modelo tem suas características próprias nas partidas e o motociclista deve ter sensibilidade de quando deve, ou não, usá-lo. Dica importante: nunca acione o acelerador para ajudar na partida, mesmo nas carburadas.

 

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Para rodar no frio cuidados preventivos são ainda mais importantes. Assim, fique atento e evite problemas

 

Trancos e barrancos

Se o caso for de ligar a moto no tranco, um empurrão é sempre bem vindo

Se o caso for de ligar a moto no tranco, um empurrão é sempre bem vindo

Caso a moto não ligue, logo pensamos em fazê-la pegar no tranco, mas nem todas as motos ligam no susto. Isso porque é preciso ter condições de virar o motor sem travar a roda traseira.

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Assim, motos pequenas e monocilíndricas são mais propensas a pegar no tranco, mas tente apenas se tiver certeza de que a falha seja no sistema elétrico de partida e não em outros componentes, como na injeção eletrônica, por exemplo, senão será apenas perda de tempo e de calorias.

Desse modo, quem optar pelo tranco deve deixar a moto em segunda marcha. Motos grandes de um, dois ou mais cilindros são mais difíceis de ligar dessa forma, então definitivamente essa não é a melhor opção.

Continua difícil de ligar a moto no frio? Evite a chupeta!

Muito cuidado com as chamadas “chupetas” para fazer ligar sua moto no frio, afinal há o risco real de tocar fogo na motocicleta. Execute o serviço só se tiver conhecimento do que está fazendo.

Assim, conecte primeiro o cabo negativo, partindo do doador até um ponto de massa (terra) bem firme na sua moto e depois conecte o positivo, partindo do veículo doador da partida. Em seguida conecte a garra do positivo no terminal correspondente (positivo) da sua bateria. Só então acione a partida o veículo com problema.

Dada a partida, desconecte o polo positivo da moto com problema e em seguida do veículo doador. Se o motor não morrer pode ser que a bateria se recupere. Senão, uma carga lenta pode ajudar, antes de descartar definitivamente a bateria que estará condenada. Desse modo, ligar a moto no frio pode ser um problema, mas tenha sempre cuidado para não criar outros.

Bateria e vela, a dupla dinâmica

Além da bateria, responsável por alimentar o sistema elétrico da motocicleta, é preciso estar atento ao estado de conservação das velas, afinal elas (ou ela) são quem conduzirá a faísca promovendo a explosão dentro do motor.

Se sua bateria estiver com problemas a melhor forma de “recuperá-la” é dar uma carga lenta. Faça isto em período de 12 a 24 horas, em baixa amperagem, o que irá variar entre 500mA a 1,5A, dependendo do tamanho da bateria. Nessa condição a carga se dará com maior propensão de se manter com energia.

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Se ela não ressuscitar, troque. Esteja atento, afinal a bateria nova tem que ser compatível com a original quanto às dimensões, capacidade de carga e voltagem. A grande maioria dos modelos é de 12 volts, mas a amperagem/hora é o que varia.

Portanto, veja no código da sua bateria o número de Amperes/hora que está indicado (Ah). Também há diferenças quanto a qualidade na fabricação, sendo que as de melhor qualidade têm mais poder de partida no frio. Atenha-se às marcas com mais credibilidade no mercado.

Velas

Além disso, quando o assunto é vela é preciso manter o mesmo cuidado. Utilizar modelo específico para sua motocicleta, informação que pode ser consultada no manual do proprietário. Ainda, quem procura por velas compostar por materiais nobres, configurando protudo de alto desempenho, pode optar pelas velas de irídio.

Nova vela da NGK, G-Power, intermediária entre as comuns e as de iridium

Nova vela da NGK, G-Power, intermediária entre as comuns e as de iridium

Geralmente conhecidas no mercado como “velas de iridium“, são o que há de mais moderno no segmento. O produto possui ponta de irídio, um metal nobre altamente resistente, e eletrodo central de 0,4 a 0,6 milímetros, proporcionando alta performance, além de aumentar a eficiência de queima do motor, proporcionando economia de combustível.

Segundo a NGK, marca referência no segmento, a Iridium também contribui para a redução das emissões de poluentes, além de apresentar maior durabilidade. Falando nela, a empresa lançou recentemente um produto intermediário entre velas comuns e as de iridium, apostando no custo-benefício.

Trata-se da vela G-Power. Conforme informações oficiais da marca, o modelo é fabricado com metal nobre e possui ponta de platina, altamente resistente ao desgaste. Além disto, seu eletrodo central de 0,6 milímetros proporciona o que a fabricante chama de alta ignibilidade, ou seja, entrega partidas rápidas e respostas ágeis em aceleração.

Mas se o assunto de melhorar o desempenho de sua máquina lhe interessou, lembre-se de consultar qual o modelo de vela é específico para a sua motocicleta antes de fazer o investimento.

Não deixe a moto parada por muito tempo

Longos períodos em desuso serão prejudiciais à motocicleta. Ligue-a constantemente, mas caso seja preciso deixá-la mais de uma semana parada, desconecte a bateria – e se for carburada esvazie o carburador. Nas injetadas não há muito o que fazer a respeito da alimentação, mas quando for acionar a moto novamente verifique se os bicos funcionam. Se a moto falhar, não funcionar corretamente na lenta, uma limpeza pode ser necessária.

Aquela história de deixar a moto um tempo ligada parada (sem rodar) antes de pegar a estrada é quase um mito. Quase. Deixar o motor esquentando antes de rodar não é mais necessário em quase todas as motos em uso, mesmo assim, ande mais devagar no início e acione a embreagem uma ou duas vezes acelerando, para descolar os discos antes de engatar a marcha para sair.

Chame os amigos e pegue a estrada! Se não for possível, ao menos ligue a moto uma vez na semana, para evitar complicações no conjunto mecânico

Chame os amigos e pegue a estrada! Se não for possível, ao menos ligue a moto uma vez na semana, para evitar complicações no conjunto mecânico

Ligar o motor uma vez por semana é preciso para manter os dutos de combustível limpos. A nossa gasolina produz resíduos que são prejudiciais ao funcionamento do motor. Mais de uma semana parada já é tempo suficiente para gerar essa borra que entope e corrói o material das peças em contato. Alguns fabricantes mais competentes protegem melhor seus componentes do que outros contra a corrosão, mas contra os resíduos apenas a limpeza física ou química pode resolver.

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza