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A Ducati Multistrada 950 S é uma moto que respira performance e desempenho. Como bônus, a italiana chama a tenção por onde passa, seja pelo design de alto nível ou som estalado do motor de dois cilindros em L. Mas onde entra sua aptidão para diferentes usos, fazendo jus ao nome “multistrada”? Confira no teste.

Multistrada 950 S, linda, bruta, vermelha

A Multistrada 950 S agrada muito aos olhos. O vermelho clássico da Ducati está presente (porem também disponível da cor Cinza, bem mais discreta) e divide espaço com aa identidade visual tradicional das Multistrada, famosa pelo bico desde a 1000 DS de 2003.

Como marca registrada da marca, o acabamento é muito bom. Todas as peças se encaixam perfeitamente e não existem espaços desnecessários. Tem até alguns easter eggs, como uma pequena bandeira da Itália próxima ao bocal do tanque.

Teste Multistrada 950 S

De cara, a Multistrada 950 S impressiona pela sua beleza e alto nível de acabamento

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Para ajudar em viagens, bolha alta e banco largo e confortável. Destaque também aos curiosos protetores de manoplas, que possuem os piscas integrados.

Outra peculiaridade que chama a atenção logo no início são os espelhos retrovisores. Possuem formato e forma de ajustar diferente do padrão, onde é necessário mexer o seu braço principal para dar a profundidade e altura e a ponta dele para melhorar o posicionamento. Um pouco complicado mas logo se acostuma.

Teste Multistrada 950 S

Os protetores de manoplas que possuem os piscas integrados e retrovisores têm ajuste ‘fora do padrão’. São curiosidades da 950S

Como é rodar com a ‘pequena’ Multistrada

Vamos começar pela posição de pilotagem. Eu tenho 1,76 m e não senti dificuldades de alcançar os pés no chão. A posição do tronco é bem confortável e o largo guidão mostra que você está a bordo de uma bigtrail. Mas não espere passar horas sobre ela. As pedaleiras são bem elevadas (o que garante mais esportividade, é verdade) deixando os joelhos mais dobrados, o que aumenta o cansaço e obriga paradas para esticar as pernas.

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E o conforto? Ele ganha pontos com as proteções aerodinâmicas do tanque e do protetor de manoplas. E também com a a bolha, que possui regulagem simples, mas acaba jogando boa parte do vento para o meio do capacete. Assim, causa turbulência e muito ruído.

Como é rodar com a Multistrada 950 S

Posição de pilotagem do tronco é bem confortável, mas pernas ficam encolhidas demais

 

Motor apimentado

No motor, pura esportividade. O Testatretta é um bicilíndrico em L, de 937 cc, que gera 113 cv de potencia e 9,7 kgf.m de torque máximos, a 9.000 rpm e 7.750 rpm. Ele gosta de trabalhar cheio, principalmente em rotações acima dos 4 mil giros. Girando a manopla do acelerador acima dessa faixa o ronco do motor é música aos ouvidos e você precisa se segurar com força nas manoplas.

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É neste momento que toda a esportividade da Multistrada 950 vem à tona. Sua aceleração é muito rápida e o quick shifit ajuda a trocar as marchas de forma rápida sem precisar cortar a aceleração. Uma crítica: encontramos alguns “neutros” a mais, onde por vezes o motor ficava perdido entre as trocas de marchas.

 

Consumo e velocidade máxima

Como boa esportiva que é, o top speed da Multistrada 950 S fica na casa dos 210 km/h. Já o consumo médio do nosso teste foi de 19,9 km por litro.

multistrada 950s é pura esportividade

A 950S é um convite para acelerar forte e fazer curvas. Mesmo sendo oficialmente um big trail, sai da concessionária pronta para devorar um track day

Em suas melhores passagens, a Ducati fez 20,5 km por litro. Já nas ruins, pouco mais de 18 km/litro. Considerando o tanque com capacidade de 20 litros, temos autonomia próxima dos 400 km sem a necessidade de reabastecer.

 

Tecnologia embarcada

A Ducati sempre foi pioneira em trazer tecnologias inovadoras ao mundo das duas rodas, como por exemplo os modos de pilotagem. Logo, este é um assunto que sempre gera expectativas quando falamos de uma italiana vermelha.

Em sua versão “básica” (sem malas laterais e outros acessórios para viagem) a Multistrada 950 S traz o Ducati Safety Pack, composto por: DCT (Ducati Traction Control) e ABS adaptável às curvas através da plataforma inercial de 6 eixos que medem aceleração, inclinação, velocidade para ajudar a corrigir possíveis erros do piloto. Os freios também são combinados, onde a central determina a pressão adequada para cada roda.

Painel da Multistrada 950 S

Painel TFT 5″ de fácil leitura, modos de pilotagem, suspensão eletrônica, piloto automático, tudo acessível pelo punho retro iluminado

A lista de itens continua com o Power Mode (formas de entrega de potencia que o piloto pode escolher), quatro modos de pilotagem pré definidos – e que podem ser ajustados da forma que o piloto achar melhor -, DCl (Ducati Conering ligths) farol adaptativo que ilumina a curva ao inclinar a moto e VHC (Vehicle Hold Control). Através do sistema, ao acionar a alvanca de freio duas vezes seguidas em uma subida a moto segura por alguns segundos, assim o piloto consegue sair com maior tranquilidade.

Calma, tem mais. A Multi vem equipada com suspensões eletrônicas semiativas que a Ducati chama de (DSS, Ducati Skyhook Suspension Evo), quick shift bidirecional, chave de presença, piloto automático, retro iluminação dos punhos, desligamento automático dos piscas e painel TFT de 5″. Para fechar, iluminação full LED.

 

Quem preferir ainda pode levar para casa itens e pacotes opcionais. Assim, é possível adicionar recursos como aquecimento de manoplas, sistema de pareamento com o painel (para ouvir musicas e atender ligações, seguir itinerários, e acompanhar os parâmetros da moto através do app Ducati link), malas laterais, top case, protetor de carenagem, faróis auxiliares e cavalete central.

Acelerando na estrada com a Multistrada 950 S

Nesse teste levamos a Multristrada 950 S para uma viagem de 1.400 quilômetros, colocando ela à prova em diversas situações. Saímos de São Paulo e fomos até Penha (SC), passando pelo Parque Estadual Carlos Botelho, Curitiba (PR) e Estrada Bonita, em Joinville (SC). Foram 3 dias passando por rodovias duplicadas, simples e vias com bloquetes, com temperaturas entre 12ºC e 25ºC, sol, chuva e vento. Assim conseguimos ter uma percepção muito forte dos pontos fortes e a melhorar dessa italiana.

Teste Multistrada 950 S

Está longe de ser a melhor big trail do mundo em trechos off road, mas encara alguns leves trechos de terra

No primeiro dia seguimos de São Paulo até Curitiba em uma viagem noturna descendo o Parque estadual Carlos Botelho na chuva. No dia seguinte fomos visitar a Estrada Bonita e depois aceleramos para Penha via Pomerode. Passamos o sábado na praia e voltamos no domingo direto para São Paulo.

No primeiro dia de viagem pegamos chuva a noite e o pacote de segurança e faróis deram conta do recado

Pontos fortes da Multistrada 950

Logo escureceu foi possível comprovar a eficiência dos faróis e a grande ajuda que o conering ligths traz à pilotagem. Já o motor responde muito bem acima de 4 mil giros, pedindo maiores trocas de marchas em trechos mais travados e com velocidades menores.

Modos de pilotagem, corning lights, painel TFT, ABS adaptado a curvas e assitente de partida em aclive. Uma Ducati com a eletrônica que uma Ducati deve ter

O banco é muito bom e traz bastante conforto mesmo durante longos deslocamentos, seu formato é ótimo para se movimentar em cima da moto em curvas mais rápidas ou para buscar aderência no piso molhado. Os pneus Pierlli Scorpion Trail 2 são excelentes para a proposta da motocicleta, trazem muita confiança no seco ou molhado e combinados com as rodas aro 19 na dianteira e 17 na traseira contornam as curvas com maestria.

Pneus Pirelli Scorpion Trail 2

Detalhe do nome Multistrada no banco e o compartimento

Faróis full led com conerring ligth

Bolha de fácil ajuste

Suspensões semiativas

 

O peso de 230 Kg em ordem de marcha são anulados pela excelente ciclística dessa Ducati. Não se sente peso demasiado mesmo em manobras de baixa velocidade. As suspensões se adaptam muito bem ao terreno e em tocada mais esportiva fazem a moto seguir o trilho com segurança.

O painel TFT possui uma excelente leitura, mesmo com sol forte sobre ele – o sensor que mede a luminosidade e alterna entre o modo escuro ou claro funciona muito bem sem nenhum tipo de delay. A interface é simples e fluída, todas as funções estão bem fáceis de utilizar. A embreagem hidráulica é excelente, seu acionamento é muito suave e progressivo, fácil de dosar e com ótimo tato.

 

Pontos a melhorar

A posição das pernas é um ponto bem critico na moto. Os joelhos ficam dobrados demais e causam fadiga mais rápido do que esperamos, principalmente se você precisa se movimentar muito em cima da moto. Melhoramos a situação ao retirar a borracha da pedaleira, assim foi reduzida a altura em pelo menos 1,5 centímetro, mas transmitiu um pouco mais de vibração aos pés. Além disso, a posição do pedal de freio é muito baixa, exigindo movimentar  muito o pé direito para acionar o freio traseiro com eficiência.

As suspensões semi ativas que possuem curso de 170 mm na dianteira e traseira são muito rígidas, o que favorece uma tocada mais esportiva porém prejudica no conforto, principalmente em estradas com mais buracos ou lombadas… E conforto é importante, afinal esta é uma Multistrada, não Panigale.

Por fim, o câmbio. Em vários momentos ele encontrou ‘falsos neutros‘ entre as marchas, em diferentes rotações, utilizando o quick shift ou não. Então era necessário acionar a embreagem e tentar baixar uma ou duas marchas para ele voltar – pode ser uma característica do modelo ou falha apenas na unidade avaliada.

Veja também:

Conclusão: vale a pena comprar a Multistrada?

A Ducati Multistrada 950 S é uma bigtrail que briga entre as 800/900 e as 1000/1100. Seu uso será muito mais apreciado por fãs de desempenho, provavelmente vindos de esportivas e nakeds, ou seja, motociclistas que querem mais conforto e não estão dispostos a perder nada em esportividade.

Teste Multistrada 950 S

Multistrada 950 S conhecendo a estrada Bonita

Claramente o foco da moto é desempenho e alta performance. Com ela seria totalmente possível viajar para uma pista distante de casa e passar um dia andando forte em um track day, na volta pegar uma estradinha de terra batida até um sitio ou cachoeira.

Assim, quem já está no mundo das bigtrails sentiria falta de maios aptidão off road, como as encontradas nas Tiger 900 Rally ou uma F850 GS, por exemplo. Porém, teria desempenho superior no asfalto e seria penalizado no quesito conforto pela posição de pilotagem, motor que gosta de trabalhar mais cheio e suspensões de menor curso.

 

Preço: quanto custa a Multistrada 950 S

O valor sugerido da Multistrada 950 S é de R$ 102.990, sem acessórios ou pacotes eletrônicos adicionais. Quem quiser ainda mais potência e eletrônica sem sair do lineup italiano, irá encontrar a Multistrada V4S por R$ 144.990, numa diferença de R$ 42 mil.

ducati multistrada 950 s cinza

Distante das demais big trail de 800 a 1000cc, o preço da Multistrada 950S não é competitivo. Inclusive, seus R$ 102.990 chegam perto dos R$ 109.500 da BMW R 1250 GS de entrada, a big trail líder de vendas no país

É um preço alto se considerarmos as outras big trail desta faixa de cilindrada. A Tiger 900 Rally Pro custa ‘apenas’ R$ 59.990, enquanto a BMW F 850 GS Adventure Premium sai por R$ 82.500. A prória BMW R 1250 GS, líder isolada entre as big, tem preço próximo. Parte dos R$ 109.500.

Entretanto, o preço acima da média do mercado não impediu que cerca de 150 unidades fossem vendidas em 2021. É um público que valoriza desempenho, quer mais conforto do que numa esportiva ou naked e até planeja roles pouco convencionais para a categoria, como track days.

 

Ficha técnica Multistrada 950 s

A Ducati oferece 2 anos de garantia que podem ser estendidos para 5 anos. As revisões são feitas em intervalos de 15 mil km ou 12 meses ou oque ocorrer primeiro.

Motor

Testastretta 11°, bi-cilíndrico com acionamento de válvulas desmodrômico, 4 vávulas por cilindro com refrigeração líquida.
Cilindrada 937 cc
Diâmetro x Curso 94 x 67.5 mm
Taxa de compressão 12,6 : 1
Potência 113 CV @ 9.000 rpm
Torque 96 Nm @ 7.750 rpm.
Injeção de combustível: Sistema de injeção eletrônica Bosch, corpos de injeção de 53mm de diâmetro com o sistema ride-by-wire
Sistema de escapamento Abafador único em aço inoxidável com catalisador e 2 sensores lambda (sonda lambda)
Transmissão 6 velocidades com a tecnologia Ducati Quick Shift (Up/down)
Transmissão primária Engrenagens de dente reto, razão 1.84 : 1
Relação de transmissão 1=37/15, 2=30/17, 3=28/20, 4=26/22, 5=24/23, 6=23/24
Transmissão secundária Corrente, pinhão z=15, coroa z = 43
Embreagem Lubrificada a óleo, multiprato com acionamento hidráulico

Chassis
Chassi Treliça em aço tubular
Suspensão dianteira eletrônica invertida, Ø48mm controlada eletronicamente com auxílio da tecnologia Ducati Skyhook Evo (DSS).
Roda dianteira Liga leve 3” x 19 “
Pneu dianteiro Pirelli scorpion Trail ll 120/70 ZR 19
Suspensão traseira Totalmente ajustável, Compressão eletrônica, retorno, amortecimento e ajuste de pré- carga controlados pelo Ducati Skyhook Suspension EVO (DSS), balança berço duplo.
Roda traseira Liga leve fundida 4.5” x 17”
Pneu traseiro Pirelli Scorpion Trail ll 170/60 ZR 17
Curso das rodas (dianteira / traseira ) 170 mm / 170 mm
Freio dianteiro 2 Discos, 320mm diâmetro semi flutuantes, monobloco Brembo, 4 pistões, cilindro mestre radial e Bosch Cornering ABS.
Freio traseiro Disco de 265mm de diâmetro, pinça flutuante brembo de 2 pistões e Bosch Cornering ABS
Instrumentos Painel TFT 5 polegadas

Dimensões
Peso seco 207 kg
Peso em ordem de marcha 230 kg
Altura do assento 840 mm (Ajustável para 820 mm e 860 mm como acessório).
Entre-eixos 1.594 mm
Rake 25°
Trail 106 mm
Capacidade do tanque de combustível 20 L

Equipamentos de segurança
Ducati Safety Pack: ABS Cornering Bosch, Ducati Traction Control (DTC). Riding Mode, Power Mode, Ducati Cornering Lights (DCL), Vehicle Hold Control (VHC)
Equipamentos padrão
Ducati Skyhook Suspension Evo (DSS), Ducati Quick Shift up/down (DQS), Cruise control, Hands-Free, Pulsanti al manubrio retro-illuminati, Display TFT a colori da 5″, proiettore Full LED, desligamento automático dos piscas.
Pronta para Sistema anti furtos e medidor de pressão dos pneus e Ducati Multimedia System (DMS)

Ricardo Kadota (Rock)
@rock_sp_motociclista -> Amante das duas rodas desde muito cedo! Mototurista que curte uma boa estrada e as amizades que ela traz. Apaixonado por aventuras e sem noção de kilometragem.