Editorial Por Mário Sérgio Figueredo 11/03/2016 12:31 (há 9 anos).

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Motonline em maio de 2015 pelo Presidente da CBM, Firmo Henrique Alves, perguntamos-lhe se a CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) estaria pensando em criar um Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, administrado pela própria, como acontece no motocross. A resposta do presidente foi a seguinte: “Estamos bastante satisfeitos com o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade sendo organizado pela empresa Moto 1000 GP. Hoje não existe essa possibilidade”.

A motovelocidade brasileira precisa ser repensada – arquivo

Entretanto, daquela data para cá muita água passou por baixo da ponte e a realidade mudou, tendo como desfecho a migração da Equipe BMW Motorrad Alex Barros Racing, que deixa a Moto 1000 GP (detentora da chancela de Campeonato Brasileiro de Motovelocidade) e passa a competir no SuperBike Brasil já em 2016.

Apesar de reunir as principais equipes oficiais de fábrica (Honda, Kawasaki, Suzuki e agora a BMW) e há muito tempo ser o principal e maior campeonato de motovelocidade no país, o SuperBike Brasil não tem o reconhecimento da CBM como Campeonato Brasileiro, fato que não entendemos e desconhecemos as forças que trabalham contra o desenvolvimento da motovelocidade no Brasil. Não encontramos justificativa para termos dois grandes campeonatos que disputam entre si a preferência do torcedor e têm que ficar concorrendo para obter datas propícias no calendário das poucas pistas de motovelocidade existentes em nosso país.

Chegou então a hora de repensar o tema e tomar medidas em prol do esporte e do torcedor, que da arquibancada está de olho nessa disputa comercial envolvendo o Moto 1000 GP e o SuperBike Brasil.

É preciso que a CBM assuma efetivamente seu papel de gestora da motovelocidade no Brasil e crie um Campeonato Brasileiro por ela administrado, ou reavalie qual campeonato efetivamente reúne as melhores condições de ostentar a chancela de Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, sob pena de perder credibilidade junto aos torcedores, pilotos, equipes, patrocinadores e federações estaduais.

Com essas providências veremos uma concentração de talentos em um único campeonato, em busca do título de Campeão Brasileiro, fortalecendo e dando credibilidade à imagem da motovelocidade, e também da CBM. Quem ganhará com tudo isso é o torcedor, objetivo principal do esporte, que poderá concentrar sua atenção e a sua torcida em um único campeonato, que reúna os principais nomes da modalidade em atividade.

O Motonline coloca desde já espaço editorial disponível para as organizações citadas neste editorial ou outras ligadas ao tema, para que divulguem sua posição sobre esse assunto.

Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.
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