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Eles queriam fazer uma competição que testasse a habilidade e resistência dos pilotos em motos off-road no Brasil. Já havia o motocross mas eram pouco conhecidas as competições tipo cross-country como em Baja California e Enduros FIM (Federação Internacional de Motociclismo).

Para comemorar o 7 de setembro em 1983 o Trail Clube de Minas Gerais imaginou fazer nos mesmos moldes que tinham feito algumas competições regionais. Um teste de resistência onde se seguia um mapa com referências de direção em cada quilometragem importante, mostrando a situação da referência com desenhos que resolveram chamar de tulipas.

Largada do primeiro Enduro da Independência em 1983

Largada do primeiro Enduro da Independência em 1983

A tulipa é um desenho que indica a direção a seguir em uma dada referência de quilometragem

A tulipa é um desenho que indica a direção a seguir em uma dada referência de quilometragem

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O percurso seria o mesmo que em 1822 D. Pedro I fez para chegar do Rio de Janeiro até Belo Horizonte para defender a causa da Independência, percurso que posteriormente foi batizado de Estrada Real. Mas para maior segurança dos competidores os organizadores resolveram fazer as inscrições em duplas. A pior situação apresentada pelos dois competidores seria registrada como tempo de passagem nos postos de controle.

Nesses postos de controle (PC) se fazia a anotação da hora de passagem de cada dupla. Com perdas de pontos se adiantados ou atrasados em relação ao seu tempo ideal, marcado por médias determinadas pela organização conforme o nível de dificuldade de cada trecho.

Hoje em dia, esse processo ficou muito simplificado. As categorias se modificaram. De acordo com a experiência e habilidade dos pilotos as categorias se dividiram em Master, Senior, Over 40, over 50, over 55, Feminina, Júnior, Dupla Graduado, Novatos, Dupla Estreante.
As motos andam com GPS e uma planilha que é impressa em um rolo de papel que por meio de um aparelho de dois rolos trabalha a fita de papel de modo que com o pressionar de um botão o piloto mostra a referência (tulipa), o tempo de passagem e a média a fazer em cada trecho. Adicionalmente um outro aparelho mantém o controle da posição do piloto em relação à velocidade média de cada trecho. Assim, ele sabe se está atrasado ou adiantado. Um sinal sonoro lhe avisa da situação.

Os postos de controle hoje são invisíveis, existem apenas virtualmente numa posição geográfica determinada pela organização de forma que o competidor não pode se preparar para eles. Têm que estar sempre no lugar certo e na hora certa. Na pontuação perdem 900 pontos no máximo, para cada posto de controle que podem ser de roteiro (sem marcação de tempo) ou de tempo de passagem propriamente dita. Os dias são divididos em oito etapas. O registro de passagem se dá pelo rastreador identificando a moto pelo GPS na posição do mapa da prova, controlado pela organização. (veja regulamento na CBM)

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Aparelhos modernos de navegação facilitam o trabalho dos pilotos, com GPS e alarme sonoro se estiver atrasado

Aparelhos modernos de navegação facilitam o trabalho dos pilotos, com GPS que fornece sua localização à organização e alarme sonoro para quando estiver atrasado

Essa forma de Enduro de regularidade é única no mundo. Apenas no Brasil se pratica essa modalidade inventada pelos Mineiros do TCMG. Evoluiu com a técnica dos GPS e com novos modelos de motos especiais para Enduro (modalidade FIM) são facilmente adaptadas para o Enduro de Regularidade.

Então, nessa edição, de 30 anos se comemora mais do que a trigésima edição. A data marca a maturidade de uma modalidade brasileira que deu certo, reconhecida por milhares de participantes e provas realizadas no Brasil todo. Um esporte que envolve a família pois o piloto necessita de apoio nos pontos de descanso ao longo da prova, tanto quanto a ajuda nos momentos de dificuldade. Atrai público porque passa por cidades  e vilarejos por onde se divulga a motocicleta e o esporte.

O percurso do Enduro da Independência comemorativo dos 30 anos partiu e chegou  no mesmo lugar no segundo e terceiro dias

O percurso do Enduro da Independência comemorativo dos 30 anos partiu de Belo Horizonte, chegou a Nova Lima, retornando ao mesmo lugar para em seguida partir para Mariana e Sabará onde terminou

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Ultimamente essas provas têm mostrado uma tendência em simplificar a logística. Nesta edição por exemplo, foram feitas nos dois primeiros dias, voltas que retornaram ao mesmo lugar, no bairro de Alphaville, em Nova Lima. Largaram pela manhã do dia 5 de setembro, partindo de Belo Horizonte, no Parque das Mangabeiras e chegaram a Nova Lima à tardinha. Dali, saindo do mesmo ponto, fizeram um trajeto em torno dessa região para no dia seguinte seguir para a cidade de Mariana.

No sábado, 8 de setembro os pilotos sairam com destino a Sabará. Foi um dia duro, com 140Km de extensão apenas nesse dia. No total foram quase 600 km de trilhas, asfalto e estradinhas de terra.  333 pilotos inscritos de diversas localidades do país.

Veja os vídeos produzidos pela Corrosivo filmes durante o EI 2012

video primeiro dia

video segundo dia

video terceiro dia

Video quarto dia e chegada