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Escape amarelado, aro e potência / torque

Escapamento amarelo – Olá equipe do Motonline!! Parabéns pelo trabalho aí no site, beleza! Bem, estou com uma dúvida cruel: acho que todo mundo conhece o problema de amarelamento precoce do escapamento da Dafra Kansas 150. Tem gente que, em uma semana rodando, já observa a parte quase preta, uma coisa horrível para uma peça nova. Porém, agora o suporte da montadora está enviando mensagens para os proprietários que reclamam, dizendo que “constatamos que o amarelamento é comum em motos custom” etc etc. Isso é verdade, principalmente em motos que nem atingiram os primeiros 1000 km? Fiquei encabulado com a resposta…Aglisson de Souza Lopes (26) Vila Velha, ES
– Realmente é inevitável o amarelamento ou azulamento do cromo do escapamento. Existem motos que realmente amarelam menos, outras mais. Depende da qualidade do cromo, espessura do cano, temperatura atingida e que material contaminante entra em contato com o metal quente, como querosene, óleo ou algum material como outras resinas conservantes. Alguns outros canos são feitos de aço inoxidável que dá um resultado ainda melhor, mas sempre tem alguma alteração na cor do metal, principalmente perto do cabeçote. A empresa pode ter escolhido um processo mais barato e portanto mais comprometedor, nesse caso.

Aro
Observei q a cbr450 tem as mesmas medidas de aro q a cbx250, seria possível colocar as rodas da cbr na cbx juntamente com todo o sistema d freios e suspensão? Assim eu teria uma cbx com freios duplos (disco) na dianteira e freio a disco na traseira da cbx, sei q o valor a ser pago pode ser alto mais já q a twister de 2001/02 ate o modelo 2008 são muito semelhantes mudando apenas algumas peças de plástico no kit aerodinâmico porem na parte mecânica são idênticas. Murilo Rodriques (28) Uberlândia, MG
– Acho que seria possível, sim. No tocante à rodagem creio que seria mais fácil, porém para substituir toda suspensão, ai você teria que rever a geometria do chassis, alinhamento da balança, bengalas, espaçadores das rodas e inclusive a distribuição de peso entre elas, principalmente se for substituir a balança traseira. Precisará de um bom profissional de solda para fazer as alterações sem prejudicar a resistência do chassis. Boa sorte

Potência ou Torque
Minha pergunta é simples, o que é melhor numa moto muito torque ou muita potência? Qual delas é a mais divertida? Tipo vc prefere uma MT-01 com torque de 15 kgfm e potência de 96 CV ou uma ou uma mil com torque de seis kgfm e potência de 200 CV? Sei acima de certa rotação o motor passa a não “respirar” direito, ele não elimina e nem inala os gases eficientemente, não há tempo. Daí, o máximo torque ocorre na rotação onde ele melhor respira. Acima disso o torque cai. Mesmo assim a potência sobe porque o aumento da rotação compensa a queda do torque. Mesmo o motor não respirando tão eficientemente, o maior número de explosões no mesmo espaço de tempo compensa a perda de força de cada uma, logo o torque e potência estão sempre unidos?Eddie Alessandro Miranda Carvalho (35) Campo Grande, MS
– Acho que você está fazendo confusão, mas a dúvida é bastante comum, veja: Para uma definição simples e de fácil assimilação entenda o Torque como a capacidade de realizar um trabalho mecânico independentemente do tempo gasto. Entenda a Potência como a capacidade de realizar um trabalho mecânico num tempo determinado. De modo que a diferença entre torque e potência está na variável “Tempo” que se insere no cálculo. Para ter um exemplo prático, imagine uma bicicleta dessas com câmbio de 18 marchas. A potência da perna do ciclista representa a capacidade de vencer uma subida no menor tempo possível, já o torque indica a possibilidade de subir a rampa, se utilizando das marchas mais reduzidas para facilitar na subida. Só que ele gasta mais tempo, isso é: A potencia da perna dele é a mesma, mas o torque aumenta quando ele muda de marcha, pondo uma mais leve para o pedal, mas que diminui a velocidade final. Para ele utilizar toda sua potência é preciso escolher a marcha certa, que favoreça o trabalho final no menor tempo possível. Assim ele entrega toda potência disponível ao serviço de subir a rampa.
É assim com os motores também, a curva de torque não tem o máximo valor na mesma rotação que a potência e tampouco são planas, com o mesmo valor em qualquer rotação. Por isso se faz necessário o uso do câmbio para adequar o torque final na roda, à potência do motor. É fácil perceber que quanto maior o motor, maior as duas características dele, mas existem também as diferenças inerentes à construção dos motores, de forma que um multi-cilíndro deslocando o mesmo volume que um mono, tem a propensão de ser mais potente em detrimento do torque, fazendo com que ele tenha a necessidade de um câmbio (ou variador de torque) mais elaborado para entregar o serviço à roda.
O fator “diversão”, que você se refere acho que tem a ver com a eficiência que se executa o trabalho. Se a mesma potência for entregue num torque menor, implica num “trabalho” maior do piloto em casar o pico da potência com o torque necessário fazendo diversas trocas de marcha. Dá a impressão de uma pilotagem mais agressiva ou competente, mas nem sempre é verdade.

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Carlos Bittencourt é administrador de empresas e motociclista desde 1968, participou na década de 70 do grupo pioneiro do fora de estrada no Brasil, em parceria com Carlão Coachman, Julio Carone, Ronnie Hornet Kopenhagen, Emílio Camanzi entre outros, hoje tem junto com os irmãos Mario e Marcos Baptista de Castro uma empresa de prestação de serviços em motocicletas.