Lançamentos Por Bitenca 16/10/2014 12:00 (há 10 anos).

Chegam as novas CB650 F e CBR 650 F e ao mesmo tempo a Hornet sai de cena. Parece uma substituição mas não é. Quem conhece a Hornet e a CBR 600 F anterior e olha para os novos modelos vai entender.

Dois novos modelos são totalmente redesenhados

Como a Yamaha, que tirou de linha a FZ6 para colocar no lugar a XJ6, a Honda seguiu a mesma estratégia. Trata-se de um “overspec”, ou seja, essas motos traziam especificações acima do que o mercado exige, e a Yamaha, na época, identificou o problema e o corrigiu. Agora é a vez da Honda.

Nas cores da HRC a CB650 F fica mais bonita ainda

Alguns aficcionados ficarão frustrados pois não abrem mão da suspensão invertida, toda regulável, o chassi em alumínio e os mais de 100cv no motor. Mas muito satisfeitos estarão outros, em maioria, que vão achar suficientes os 87 CV para a sua diversão, e mais. A potência vai estar mais à mão, será mais fácil encontrar do que nas Hornets. Já a 4000 rpm você tem uma boa parte dos 87cv disponíveis e não vai ter que girar o motor muito alto para fazer a moto andar. O pico de torque (6,4 Kgf.m) já está em 8000 rpm os 87 CV estão em 11.000 rpm. Facilita bastante a pilotagem e a diversão se torna maior, por causa disso.

A CBR650 F combina esportividade com conforto

Elas não perdem nada em estilo, conferem um design moderno e que respira tecnologia. O chassi tem dupla viga em tubos de aço que se mostram aparentes como nas mais esportivas e a bela balança em alumínio escovado se contorce para dar espaço ao escapamento, saindo logo atrás do motor. Esse é talvez o maior destaque no design que a Honda projetou para essas motos, e que sobressai mais ainda na Naked, CB 650 F. Os quatro tubos descendo pelo lado esquerdo da moto lembram muito a clássica CB400 Four dos anos 70. Dá um toque retrô nas novas CB650 F e CBR 650 F.

Motor tem configuração classica de virabrequim – pistões sobem e descem dois a dois, configurando 180 graus de defasagem nas explosões

As duas motos compartilham da mesma mecânica. O motor DOHC arrefecido a líquido de quatro cilindros em linha, com 16 válvulas tem os mesmos diâmetros de pistãos da Hornet. Única semelhança, porque no curso ele teve um bom aumento e continua super quadrado, com 67mm x 46mm de diâmetro e curso, respectivamente. Girando ao limite de apenas 11.000 rpm (comparando com a Hornet) recebeu aumento na área do radiador que agora é curvo, não tem mais eixos balanceiros, por causa da rotação mais baixa e novos contrapesos do virabrequim. Os eixos primário e secundário do câmbio estão em posição mais triangular em relação ao virabrequim, para maior conpactação do conjunto propulsor.
O câmbio de seis posições tem a relação entre as marchas bem intercaladas, favorecidas pelo amplo torque do motor que já em 4000 rpm está com bastante força e a embreagem, bastante leve, traz mais facilidade ainda.

Chassi de dupla barra periferica tem placas de sustentação da balança em ferro fundido

No chassi as placas laterais que suportam a balança são fundidas em aço. Tubos de perfil largo fazem a estrutura periférica e o motor colabora com sua estrutura pela parte mais baixa do chassi. Um conjunto de tubos mais finos e redondos fazem a estrutura traseira.

Freios são duplos na dianteira e simples na traseira e os grandes discos se impõem, com um visual atraente. Fazem bem o seu trabalho e exigem apenas um pouco mais de pressão para responder com mais força quando necessário.

Suspensão traseira tem o amortecedor bastante inclinado, isso diminui a necessidade do link, aumentando a pressão da mola ao longo do curso

Suspensão bem calibrada absorve bem as irregularidades do terreno, e apenas na traseira há regulagem na pré carga da mola. O amortecedor é diretamente afixado na bela balança de alumínio, sem link. Quase imperceptível a sua ausência, uma vez que o amortecedor é conectado em um bom ângulo, quase na horizontal.

Diferenças principais: Na CBR 650 F a posição é mais abaixada do que na CB650 F

As CB650 F e CBR650 F são motos iguais mas com vários aspectos diferentes. O “R” presente no modelo carenado lembra “racing” mas ela está mais próximo de uma “Sport Touring” do que uma RR ou “Racing Replica”. A posição do piloto é mais abaixada sim, mas está longe de uma esportiva. Você consegue manter uma postura bastante confortável e a boa proteção da carenagem ajuda contra as intempéries.

Painel completo com computador de bordo é compartilhado com os dois modelos

A instrumentação também atende de forma completa ao motociclista. Um grande mostrador à esquerda informa a velocidade e as rotações, no lado direito os dados do computador de bordo, relógio e luzes de advertência estão disponíveis nas duas motos. Além disso, a chave tem um chip que se identifica ao sistema da moto, liberando a ignição.

Com a saída da Hornet e CBR 600 F e a entrada desses dois modelos, muitos vão pensar que esses vieram para substituir as seiscentas. Porém há de se entender que são especificações diferentes para um público diferente e que para esses, menos pode ser mais. Mais diversão, mais economia em um pacote bem atraente e que atende a um público maior. Os aficcionados pelas Hornets e especificações mais avançadas vão ter que aguardar ou então partir logo para uma CBR600 RR.

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.
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