Editorial Por motonline 07/03/2006 17:15 (há 20 anos).

Foto: Lifan Group

A chinesa Lifan acaba de assinar um acordo com a Kasinski para a venda de motos e tecnologia no Brasil.

Ela come‡ou em 1992 com o sugestivo nome de Lifan Hongda Vehicle Assembly Research Institute. Em pouco tempo se transformou em Chongqing Lifan Group e se consolidou como a maior empresa individual (sem parcerias estrangeiras) de motos da China, capaz de fabricar motos, carros, “nibus, m quinas, motores, quadriciclos e ferramentas. M gica? NÆo, ‚ a incr¡vel voracidade vivenciada pelos chineses para crescer e dominar os mercados externos.

Tudo se baseia em pre‡o baixo e produto honesto. Sofistica‡Æo e estilo nÆo sÆo as principais preocupa‡äes, pelo menos por enquanto. Os produtos sÆo tecnicamente simples, mas conquistam pelo pre‡o acess¡vel. Imagine uma 125 quatro tempos a R$ 2.500! Essa ‚ a expectativa para o primeiro lote de 10 mil unidades que a Kasinski espera importar ainda em 2006. Segundo reportagem publicada no jornal Valor Econ“mico, de SÆo Paulo, o executivo de vendas da Lifan, Yufeng Sun, ficou cinco meses na cidade negociando o acordo com a Kasinski, empresa de Abraham Kasinsky, que j  compra motos da coreana Hyosung. De acordo com a reportagem, uma 125 da Lifan ser  vendida … Kasinski por US$ 400 (cerca de R$ 900) para chegar ao mercado por volta de R$ 2.500.  uma previsÆo arriscada e muito otimista, pois certamente o chinˆs nÆo previu toda a montanha de investimentos que dever  vir na garupa desse neg¢cio, como pe‡as, pontos de venda, forma‡Æo de mecƒnicos, assistˆncia, garantia etc. Duvido que uma Lifan-Kasinski 125 chegue ao mercado por menos de R$ 4.000!

Atualmente a Lifan produz um milhÆo de motos e dois milhäes de motores por ano, mas est  longe em termos de qualidade das marcas brasileiras, como Honda e Yamaha. O departamento de desenvolvimento da Lifan produz motores de todos os tipos de 50 a 250 cc para abastecer o mercado chinˆs. Seu mais recente motivo de orgulho ‚ um motor V2 arrefecido a l¡quido, 3 v lvulas por cilindro e com inje‡Æo eletr“nica, pioneiro na China.

Nacionalizadas?
O otimismo da Lifan pode esbarrar na in‚rcia apresentada pela Kasinski nos £ltimos meses. Os produtos anunciados no final de 2005 ainda nÆo estÆo … venda e o processo de nacionaliza‡Æo caminha muito lentamente. Com tanto tempo de parceria com a Hyosung coreana j  era hora de a Kasinski ter apresentado sens¡vel melhora em seus produtos, aproveitando a experiˆncia acumulada por aqui.

At‚ o momento ainda nÆo vi a preocupa‡Æo da empresa em desenvolver suas motos de acordo com o mercado brasileiro. At‚ mesmo a reposi‡Æo de pe‡as nÆo representa uma prioridade da marca, uma vez que na apresenta‡Æo realizada em 2005 o executivo da empresa foi de uma honestidade tocante ao afirmar que as pe‡as de Honda e Yamaha sÆo compat¡veis aos de seus produtos.

D  pra imaginar o interesse da Lifan em nosso mercado, afinal, deveremos fechar 2006 com algo em torno de 1,2 milhÆo de motos comercializadas e a hegemonia da Honda, com 80% desse mercado ‚ algo inexplic vel aos olhos dos chineses, acostumados a brigar por fra‡äes de mercado com uma d£zia de concorrentes. Atualmente a Lifan j  exporta para 90 pa¡ses, inclusive na Am‚rica do Sul, no Peru e Argentina. Ela ‚ l¡der de mercado no Vietnam e as exporta‡äes crescem exponencialmente a cada ano.

Se a Kasinski mantiver uma pol¡tica de importar produtos a pre‡os competitivos ser  um grande benef¡cio para o mercado. Mas enquanto insistir em ignorar as particularidades e exigˆncias do consumidor brasileiro, sua representa‡Æo no mercado vai continuar incipiente. Vamos torcer para que os ventos do oriente tragam mudan‡as na filosofia da empresa brasileira.

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