Aventurismo Por Guilherme Augusto 21/02/2019 11:17 (há 6 anos).

O que é felicidade para você? Foi essa pergunta que aguçou o motociclista Marcello Garutti a fazer uma busca pelo ‘Brasil real’, um país de dimensões continentais e realidades discrepantes, numa experiência onde a superficialidade cedeu lugar ao envolvimento. O paulista percorreu 16 estados brasileiros numa viagem de 8.500 quilômetros, conversou com centenas de pessoas sobre o que as faz feliz, numa espécie de exercício antropológico sobre duas rodas, e registrou tudo em fotografias que acabaram criando a exposição “As caras do Brasil”.

Viagem percorreu mais de 8.500 quilômetros, cruzando 16 estados do País. Para conhecer o ‘Brasil real’, trip trocou rodovias por estradas secundárias, cruzando cidades e vilarejos

A mostra fotográfica pode ser conferida no Santana Parque Shopping (em São Paulo, capital) até o dia 02 de março. A visitação gratuita ocorre de segunda a sábado das 10h às 22h e das 12h às 20h em domingos e feriados. A exposição ocupa 40 m² no segundo pavimento do centro de compras, com uma série de painéis registrando em imagens e textos curtos os conceitos de felicidade captados durante a viagem que foi realizada ao longo de 50 dias no final de 2014 e início de 2015.

O que é felicidade para você? Resultados de respostas a essa pergunta podem ser conferidos na exposição ‘As caras do Brasil’, que acontece em São Paulo até o dia 02 de março

Acesse o site oficial da exposição, clicando aqui.

– Veja fotos da exposição ‘As caras do Brasil’:

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– Bastidores da viagem:

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Entrevista com o motociclista Marcello Garutti

Motociclista desde cedo, o paulista Marcello Garutti, de 36 anos, é publicitário e sócio-diretor da Pict Estúdio. Viagem foi em busca de viver a diversidade do Brasil

1 – Como tudo começou?

Ando de moto desde sempre e viajo desde os anos 2000, e já tive a oportunidade de conhecer vários estados do Brasil e outros países da América do Sul, como Uruguai, Peru, Argentina, Chile e Bolívia. E sempre tive vontade de conhecer nosso país numa visão mais humana, mais próxima de como o Brasil e os brasileiros realmente são.

2 – E o roteiro da viagem, como foi?

Fiz em duas partes, a primeira com a esposa e fotógrafa Marta Lopez Guellie e depois com o amigo Fabiano Kenzo e sua BMW F 800 GS – eu sempre rodando em minha BMW G 1200 GS.  Fizemos o caminho por estradas paralelas, em lugares não convencionais e 75% em estrada de terra, para fugir das rodovias expressas e saber como realmente são as cidades e as vidas das pessoas. Assim, passamos por RS, SC, PR, SP, MG, MS, GO, TO, BA, PI, PE, CE, MA, PA, AP, PI.

3 – O que te motivou a criar a exposição?

Aquela era uma época em que muita gente no País tinha saído da pobreza, recebeu acesso a crédito e acabou conquistando novas coisas. Não só bens materiais, mas também coisas como ter um filho na escola, ter acesso à agua em casa ou luz. Então isso me chamou a atenção e eu queria saber o impacto desse avanço em cidadania na prática, como isso tocou a vida das pessoas.

4 – Então, o que é felicidade para o brasileiro?

Ouvi mais de 300 pessoas durante a viagem e a imensa maioria foi muito receptiva, fez questão de responder. Interessante é que para a maioria das pessoas felicidade tem a ver com questões emocionais e não materiais, como fatores veiculados à saúde, família, proximidade de filhos… e isso mexe um pouco com a gente, porque você volta pra casa pensando na ganância de algumas pessoas e como isso é diretamente proporcional ao lugar onde elas estão inseridas.

No roteiro, sete parques nacionais em seis estados do Brasil. Na lembrança, memórias que ficarão para sempre

5 – Foi uma experiência voltada ao humano, num exercício de conhecer as pessoas com proximidade e sensibilidade. Como as descobertas tocaram você?

Foi um grande crescimento pessoal. É impressionante o tamanho do País e a discrepância da realidade das pessoas que vivem aqui e a distância de como a gente acaba se dirigindo ao brasileiro – como se fosse uma pessoa só, não entendo definições, opiniões políticas de cada um. Pude absorver várias realidades que o Brasil tem e vivenciar a diferença entre ver de fora uma comunidade e a conhecer de verdade, conhecer de ouvir falar ou de entrar na casa do cara e tomar o café dele, aquele que está na sua mesa todos os dias.

6 – E o que o público pode esperar da exposição?

Se ver como parte de cada uma daquelas pessoas que estão fotografadas. É um contato com as diferenças, que estão dentro do Brasil e distante de nós, um contraste de realidades. Também, um reflexão sobre suas certezas em relação ao seu próprio país.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza
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