Há cerca de duas décadas vivemos um momento de ouro das motos custom no Brasil, afinal tínhamos um leque de marcas disputando as preferências do nosso mercado. Motos que se tornaram lendas e fizeram história no motociclismo nacional.
- Corrida de motos custom: conheça o King of the Baggers
- Midnight Star 950: review com ficha técnica, teste e consumo
- Suzuki Intruder 125: preço, ficha técnica, customizadas e mais
Anos 2000, época dourada das motos custom no Brasil
O mercado de motos custom brasileiro dos anos 2000 ficou marcado pelas custom de olhos puxados, uma vez que as grandes marcas japonesas Honda, Kawasaki, Yamaha e Suzuki lutavam pela coroa. As companhias apresentavam motos de grande desempenho e com preços cada vez mais adaptados à realidade do brasileiro.
Sejam customizadas como a da foto ou mantidas com sua originalidade à risca, as motos custom estão entre as preferidas do público brasileiro
Um parênteses. Em algum momento dessa história também tivemos a Kasinski (representante da Hyosung) lutando para entrar no mercado. Por aqui, a marca criada em 1999 por Abraham Kasinsky, mesmo fundador da empresa de autopeças Cofap, chegou a fazer sucesso com suas motos coreanas, especialmente de 250 cilindradas.
Bora lembrar algumas motos custom eternizadas por aqui?
Honda: Shadow 600 e 750
Lá pela metade dos anos 1990 as motos custom ganhavam mais força no Brasil, seguindo uma tendência evidente no resto do planeta. Sensível aos desejos de seus clientes, a Honda não perdeu tempo e passou a oferecer modelos importados, mas logo dando início à produção da Shadow no Brasil.
Primeiras unidades da Shadow 600 foram produzidas no Brasil em 1997
Entre as diversas versões do consagrado modelo disponíveis mundo afora, com motores bicilíndricos em V e capacidades variando de 500 a 1.100 cm3, a escolha recaiu sobre a VT 600C, também conhecida como VLX 600. Seus primeiros 28 exemplares saíram da fábrica da Honda em Manaus (AM) em agosto de 1997 – veja o review do modelo aqui.
A Honda Shadow VT 600 foi produzida de 1997 até 2005, ano em que foi substituída pela VT 750 Shadow. Na prática a substituta representava um salto à frente não só em termos técnicos, mas também uma pequena revolução estética.
Shadow 750 tinha motor mais potente, tanque mais generoso e alguns avanços como injeção eletrônica. O visual também mudou completamente
No design, a VT 750 ficou mais clássica, imponente, com para-lamas maiores e envolventes, e o grande tanque de combustível recebeu em sua porção superior o painel de instrumentos, formado por um vistoso velocímetro circular. O motor mais poderoso e as modificações na parte ciclística deixou esta 2ª geração das Shadow nacionais mais gostosa de pilotar e ainda mais confortável em uso estradeiro, o preferencial para motos custom.
Yamaha: Drag Star 650 e Midnight Star 950
A Drag Star 650 estreou no Brasil em 1997 com design tipo long & low, substituindo o estilo chopper da XV 535 S Virago. O peso e dimensões a tornam mais adaptada para viagens em estrada do que no uso em centros urbanos, ao contrário de sua antecessora. Mecanicamente, seguiu uma receita já conhecida desta categoria: motor V2 refrigerado a água, suspensão traseira com duplo amortecedor e transmissão por eixo cardã. Foi comercializada no Brasil até 2008 quando foi substituída pela XVS 950 Midnight Star.
Drag Star esteve à venda por aqui de 1997 a 2008, substituindo a Virago 535 e antecedendo a Midnight Star 950
A 950 fez parte de um seleto grupo de motos custom que deixaram de lado o estilo clássico e apostaram suas fichas na fluidez das formas com uma pitada de esportividade. Disputou o público jovem que queria uma moto com personalidade forte, traduzido por um design exclusivo.
Midnight tinha outra pegada. Com visual moderno e linhas ousadas, mirava no público jovem
Ela parece ter conquistado a preferência do público. Tanto que, em 2012, foi a moto mais vendida da categoria, com 1.142 unidades emplacadas. Com porte imponente, visual moderno, conforto e tecnologia de ponta, o modelo também contava com uma ciclística bem equilibrada.
Kawasaki: Vulcan 900 Classic
A família Vulcan teve início em 1984, com o lançamento do modelo 750. Em 2006, chega ao mercado a Vulcan 900 Classic, que substitui a irmã 800. Todos os modelos, incluindo irmãs e primas, obedecem fielmente ao estilo custom, um segmento que fez questão de manter a receita de motorização com dois cilindros em V. É uma moto emblemática, desejo de consumo de muitos.
Vulcan 900 Classic era uma das motos custom da Kawasaki mais desejadas entre os apaixonados pelas estradas
A Vulcan Custom 900, com rodas em liga leve, pintura preto fosco, banco em duas cores e outras pequenas diferenças fez sucesso entre os jovens, com uma pegada mais esportiva. Também deixou um legado para a família Vulcan, que hoje tem em seu portfólio nacional somente a Vulcan 650S.
Em emados dos anos 2000 a Kawasaki fazia sucesso por aqui com suas ‘grandes’ Vulcan. Atualmente restou apenas a 650S, movida pelo motor (nada custom) das Z e Ninja 650
Suzuki: Intruder e Boulevard
Em 1986 surge a Intruder VS 750 GL, uma custom parecida com uma Harley, mas com modificações como motor em “V” com dois cilindros, quatro válvulas por cilindro, refrigeração líquida, e mais tarde, em 1987, é lançada a Intruder VS 1400 GL.
As Suzuki tinham outra proposta. Com visual esguio e grande roda dianteira, apostavam no estilo chopper
A trajetória das motocicletas Intruder da Suzuki tiveram início no mercado brasileiro em meados da década de 1990. Entretanto, no Japão, os modelos custom começaram a ser produzidos e comercializados no ano de 1985, sendo descontinuados em 2005 para dar lugar à linha Suzuki Boulevard.
Boulevard M800 deu sequência à história das Marauder e Intruder. Hoje a Suzuki oferece apenas uma custom no Brasil, a Boulevard M1800R
A M 800 Boulevard, também designada Boulevard M 50, foi introduzida em 2005 para substituir a VZ 800 Marauder, da qual herda o motor, porém dotado de injeção eletrônica e transmissão cardan ao invés de corrente. A suspensão dianteira continuou invertida. O design tende ao esportivo com rabeta alta e peças metálicas pintadas em preto. Esta primeira geração ficou em produção até 2009.
