Uma empresa americana 24M anunciou uma tecnologia de bateria que promete atingir inacreditáveis 1.600 km de alcance com uma única carga – número que pode redefinir o futuro da mobilidade elétrica. Para ter uma ideia, com essa autonomia, um veículo seria capaz de sair de São Paulo e chegar em Belo Horizonte e voltar sem precisar recarregar. Uma promessa nada modesta. Vamos olhar mais de perto.
Autonomia: um grande problema das motos elétricas
Enquanto os carros elétricos vêm evoluindo e já se aproximam da autonomia dos modelos a combustão, nas motocicletas a distância ainda é enorme. Apenas para fins de comparação, lembre que uma Yamaha NMAX 160 a combustão percorre cerca de 300 km com um tanque. Já a Yamaha NEO’s Connected elétrica possui 71 km de autonomia. Esse abismo ajuda a explicar porque as elétricas ainda se popularizam lentamente em países como o Brasil.

A tecnologia ETOP
A inovação da 24M, chamada ETOP (Electrode-to-Pack), resolve um problema crítico: até 70% do volume das baterias atuais é ocupado por materiais que não geram energia – invólucros, divisórias e componentes estruturais.

O sistema ETOP elimina esse desperdício usando “pares de eletrodos e separadores selados em películas finas”, criando bolsas de energia compactas. O resultado é uma bateria com praticamente só material ativo, sem volume e peso desnecessários.
Veja também:
Os ganhos prometidos:
- 35% mais eficiência
- 40% menos custo
- Maior segurança contra incêndios
- Formato flexível e adaptável
Impacto nas motos
Para motos, essa tecnologia é ainda mais relevante. Com baterias menores e mais leves, seria possível criar scooters e motocicletas elétricas com autonomia comparável aos modelos a combustão, sem os volumes estranhos e problemas de distribuição de peso que afetam os modelos atuais.
Imagine uma scooter elétrica percorrendo os mesmos 300 km da NMAX, mantendo peso e tamanho compactos. Seria a revolução que o segmento precisa.

Quando chega ao mercado?
Segundo a 24M, a tecnologia está pronta. Inicialmente desenvolvida para aeronaves eVTOL, pode ser facilmente adaptada para carros e motos. O desafio agora é convencer os fabricantes a reestruturar suas linhas de produção – algo que historicamente enfrenta resistência, mesmo com números promissores.
