Lançamentos Por Bitenca 03/03/2016 10:47 (há 9 anos).

Depois de 30 anos na Europa o novo Honda SH 300i tinha que aparecer pelo Brasil. Lá começou com o SH50 em 1984, se desenvolveu com uma ampla família de scooters de vários tamanhos: 100, 125, 150, 200 e, em 2007, a Honda lançou o SH 300, numa categoria até então inédita na Europa. Desde então, várias outras marcas entraram no mesmo segmento com produtos similares, mas o SH 300i continua liderando a categoria.

No Brasil o novo scooter foi mostrado no Salão Duas Rodas 2015 como lançamento da Honda, mas agora chega de fato para concorrer no segmento dos scooters médios. O seu grande diferencial está no acabamento requintado e em itens sofisticados como o sistema “Smart Key” (sem chave) e todo sistema de iluminação em LEDs. No lugar da chave você carrega um pequeno transmissor que, ao se aproximar do veículo, ele permite dar a partida, destravar o guidão e ter acesso ao compartimento sob o banco. Esse pequeno dispositivo vai no bolso ou mochila do motociclista e, ao desligar o motor (apenas desligado, por segurança) e se afastando do veículo, ele fica bloqueado automaticamente.

Para o Honda SH 300i não há tempo feio, para fugir do trânsito ele tem boa proteção e muitos atrativos que facilitam o uso diário

Honda SH 300i: sofisticação

Muitos mimos esse scooter ainda oferece, além do sistema smart key. O motor tem exatos 279,1 cm³ e sua construção é muito compacta, sendo que o único eixo que há dentro do motor, além do virabrequim, é o comando de válvulas, que aciona as válvulas por meio de balancins roletados. A embreagem é automática, centrífuga e o câmbio é tipo CVT, sem trocas de marchas. A variação das velocidades nesse sistema da transmissão se dá por polias de diâmetro variáveis servidas por uma correia em V.

Estilo com funcionalidade

O seu estilo é bem desenvolvido, desenhado com detalhes muito bem acabados, como o adorno do farol, os frisos cromados pelas laterais e um painel que combina mostradores analógicos com informações vindas do computador de bordo. As rodas grandes, de 16 polegadas proporcionam um rodar mais macio porque elas superam obstáculos e imperfeições do piso com mais facilidade e a suspensão, com maior curso (115 mm na dianteira e 114 mm na traseira), ajudam mais ainda nessa questão. Aliás, esse é um diferencial favorável ao SH 300i frente aos outros scooters com rodas pequenas. Apesar do tamanho e do peso, ele não perde em agilidade e impressiona bastante a facilidade de o conduzir por caminhos mais congestionados nos centros urbanos.

Visibilidade, funcionalidade e design muito bem aplicados no painel

A distância entre eixos é menor – apenas 1.438 mm – e isso, aliado às rodas maiores, permite com que o SH 300i tenha quase tanta agilidade quanto o seu irmão menor, o PCX, líer de vendas no segmento no Brasil pela grande versatilidade, desempenho e agilidade. Outro destaque do SH 300i é o bom espaço sob o banco, onde a engenharia da Honda fez um ótimo trabalho e soube tirar proveito do motor compacto e da distribuição dos componentes, abrindo espaço para o conforto do motociclista de forma muito inteligente.

Uma análise mais detida dos componentes e do seu posicionamento mostram algumas curiosidades e explicam em parte porque sobrou pouco espaço para o piloto. Há o grande radiador para arrefecimento do líquido que circula para manter o motor na temperatura ideal com suas longas mangueiras e as rodas com curso maior que ocupam um bom espaço na suspensão e obrigam um vão compatível sob os para-lamas. Tudo foi muito bem pensado para agregar todos os componentes de forma inteligente e tornarem o SH 300i um veículo atraente, mas há alguns pequenos desafios. O banco é um pouco alto, o que pode inibir o interesse de pilotos com menor estatura e de ambos os sexos, pois não vão se sentir seguros sem conseguir colocar com facilidade os dois pés no chão. Mas o charme e a funcionalidade do SH 300i ainda assim são grandes apelos do scooter.

O espaço da plataforma para os pés é um pouco menor, mas o fato de ser “flat” (Lisa) permite maior liberdade de movimentos. O piloto fica bem acomodado no confortável banco, mas fica próximo demais do para-brisa. É estranho no começo, mas depois se acostuma. O test-ride foi realizado sob chuva e, de fato, a proteção do vento e da chuva é um aspecto muito importante e essa proximidade acaba ajudando na visibilidade porque a sujeira ou água sobre o plástico transparente não atrapalha tanto a visão quanto o faria se estivesse mais longe dos olhos do piloto.

Geometria e dinâmica de uso

De geometria rápida o chassi permitiu a aplicação de uma distância entre eixos reduzida (1.438mm), mas um rake (27,5º) e trail (98mm) são até que bem generosos para boa estabilidade em retas e em velocidade. O efeito aerodinâmico do para-brisa é que afeta um pouco essa condição sob vento lateral, mas o SH 300i se porta bem nas estradas, com bastante firmeza e velocidade condizente com o fluxo.

Essa combinação de fatores permite muita agilidade para o trânsito congestionado das grandes cidades, com facilidade para manobras fechadas e rápidas com o uso do freio traseiro e da embreagem automática. Se tornam até divertidas as manobras e impressiona a facilidade que o veículo flui pelos espaços apertados. A estrutura do chassi acaba por ter uma função adicional para manter estável essa estrutura, mesmo com a plataforma que em tese seria um ponto fraco na estabilidade do SH 300i. Esse tipo de plataforma dificulta a isolação das flexões do canote da direção em relação ao resto do scooter.

Por muitas vezes o apoio dos pés se torna uma técnica de pilotagem para minimizar esse efeito nos scooters mais problemáticos por essa característica. Mas isso não ocorre no SH 300i porque a combinação do chassi muito bem estruturado com o trabalho mais competente das suspensões, que tem ainda a vantagem das rodas aro 16″, resulta em uma dirigibilidade pouco comum nos veículos dessa classe.

O motor empurra bem e destaca-se pelo seu grande torque de 2,6 kgf.m já em 5000 rpm, que leva o scooter a ganhar velocidade rapidamente e, segundo a fábrica, a autonomia de um tanque de combustível do SH 300i, que tem capacidade de 9 litros, chega perto de 300 km, o que se configura um consumo de 33,3 km/litro. Mas isso é um dado a ser confirmado num teste do Motonline. O valor de venda do SH 300i ainda não está definido e será divulgado apenas no dia 8 de março.

 Detalhes

Ficha técnica Honda SH 300i

Motor

Tipo…………………………………….. Monocilíndrico arrefecido a líquido, 4 tempos, SOHC
Diâmetro x Curso………………….. 72 x 68,5 mm
Alimentação…………………………. Injeção eletrônica PGM-FI
Taxa de Compressão………………. 10,5 : 1
Cilindrada……………………………. 279,1 cm³
Potência máxima………………….. 24,9 cv a 7.500 rpm
Torque máximo……………………. 2,59 kgf•m a 5.000 rpm
Partida………………………………… Elétrica

Transmissão

Embreagem………………………….. Automática, centrífuga
Cambio……………………………….. V-Matic (tipo CVT)
Transmissão final………………….. Por correia em V

Chassi

Tipo…………………………………….. Underbone em tubos de aço
Dimensões (CxLxA)………………. 2.131 x 728 x 1.193 mm
Rake…………………………………… 27,5°
Trail…………………………………… 98 mm
Distância entre eixos…………….. 1.438 mm
Vão livre do solo…………………… 130 mm
Tanque de combustível…………. 9 litros
Peso em ordem de marcha……… 170 kg (FR.: 65kg; TR.: 104 kg)
Altura do assento…………………. 805 mm

Suspensão e rodas

Suspensão dianteira………………. Garfo telescópico de 35 mm, curso 115mm
Freio dianteiro……………………… Hidráulico, disco perfurado de 256 x 4,5 mm, com pinça de dois êmbolos, pastilhas em resina moldada e ABS
Roda dianteira – tipo……………… Liga de alumínio fundido, com 6 raios
Medida da roda dianteira……….. 16 x MT2.75
Pneu dianteiro……………………… 110/70 16
Suspensão traseira………………… Braço oscilante com duplo amortecedor, curso 114mm
Freio traseiro………………………. Hidráulico, disco de 256 x 5 mm, com pinça de um êmbolo, pastilhas em resina moldada
Roda traseira – tipo……………….. Liga de alumínio fundido, com 6 raios
Medida da roda traseira………….. 16 x MT3.50
Pneu traseiro………………………… 130/70 16 (61S)

Sistema elétrico

Bateria………………………………… 12 V/11,6 AH
Luzes………………………………….. Todas em LED

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.
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