Apesar de suas ótimas qualidades de simplicidade (muito menos peças do que num motor reciprocante convencional), alta potência e torque por deslocamento, capacidade de alta rotação e inerente suavidade de marcha lenta a faixa vermelha, sua propensão a ‘beber’ e emitir mais poluentes do que o reciprocante definiram seu fim.
Felix Wankel foi um engenheiro praticamente auto-didata extremamente inteligente. Ele ainda estava com 17 anos quando teve a idéia do motor rotativo, ‘meio turbina, meio reciprocante”. Em 1929, apesar do nazismo e da juventude hitlerista, ele conseguiu sua primeira patente – mas foi só em 1951, seis anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, que a NSU resolveu iniciar um programa de desenvolvimento de seu motor. No meio dele, desbocado e bravo, ele ainda teve coragem de criticar a empresa dizendo que “vocês fizeram de meu cavalo uma égua de arado.” Ele obviamente preferiria que o desenvolvimento fosse para um carro de corridas, não para um carrinho popular.
O primeiro carro de produção com motor Wankel foi o NSU Spider, um lindo carrinho esporte de motor traseiro, mais suave de rodar e desempenho do que qualquer limusine imperial. Depois dele, a NSU fez o Ro80, um magnífico sedã de aparência avançada. Nesses dois casos, o problema era a durabilidade (ou falta dela) do motor Wankel. Na Alemanha, ao tempo, se você estivesse com um dos dois carros, era comum alguém em sentido contrário passar com a mão esquerda fora da janela, com dois ou mais dedos indicando o número de motores que já tinha utilizado. A NSU praticamente quebrou.
O Wankel, porém, ainda não está morto, já que está achando nichos de mercado fora dos automóveis – snowmobiles (carros de neve) e aeronaves autônomas, que encontram nos Wankel simplicidade, leveza e durabilidade mais do que suficientes e não têm (até agora) de se preocupar com emissões.