Então como seria recebida pelo público uma moto de cross que, não faz barulho, deve andar em circuitos fechados, pois necessita de um Box com carregador. Coisa já considerada normal, pois hoje em dia a prática do esporte tem sido feita em circuitos por causa da segurança e suporte que um parque fechado oferece.
Sem o barulho, sinal da presença do “visitante indesejado” da zona rural, certamente serão mais bem recebidos. Uma opção mais “amigável”, sem dúvida.
Na última quinta feira, dia 29, fomos convidados a um test-ride nas duas disponíveis para a imprensa, uma Zero X, de cross e uma do modelo DS, ou Dual Sport. Cheguei na hora marcada, pronto para andar.
A Zero X
São duas chaves, uma para torque com posição alta e normal, e outra para velocidade, com limite de até 25 milhas (MPH unidade de velocidade americana) e outra até 50 MPH. Uma seqüência de LEDS vai do vermelho ao verde, indicando a condição da bateria.
Com essa programação pode-se adequar o uso da moto a um aproveitamento melhor da carga da bateria, de acordo com o tipo de uso. Sentando na moto, sente-se quase como numa mini moto, mas a sua altura na verdade é para gente grande, mas tal é a leveza que fica essa sensação.
Ao acelerar a velocidade cresce bem, mesmo com o acionamento do limitador de torque e velocidade superior. Bom para trilhas fechadas, lisas e com muitos obstáculos; assim não se desperdiça energia com derrapadas em excesso.
Para locais onde há mais subidas o seletor de torque na posição alta vai favorecer uma aceleração maior para transpor esses obstáculos, ainda em trilhas travadas, pois para lugares mais abertos você vai querer colocar o seletor de torque e velocidade no máximo para as manobras mais radicais.
Isso dá ao condutor não acostumado, uma insegurança na transposição dos obstáculos porque o motor não responde na mesma posição de aceleração em qualquer velocidade. Algo parecido com o acelerador dos antigos motores diesel, que davam trabalho aos motoristas não avisados.
Os pilotos que vierem das bicicletas off-road, tipo downhill, acho que vão se adequar mais rapidamente, pois sabem prescindir de “costurar” o trecho com o motor.
Quem vier das motos a gasolina vai estranhar mais essa característica, até conseguir jogar apenas com o peso bem reduzido da moto em relação às outras. Vão ter que aprender o estilo Stephan Everts… o mestre da suavidade no motocross, que provou que dá certo.
As suspensões são tão boas quanto às das melhores motocicletas atuais, com curso adequado e amortecimento equilibrado entre as duas rodas. O chassi dá uma segurança incrível na abordagem de qualquer obstáculo, seja com ou sem motor.
Aquela máxima do off-road, que diz “na dúvida dá lhe gás”, pode ser dispensada nessa moto porque a estrutura do chassi e o peso reduzido do conjunto colocam a postura do piloto como elemento primordial da maneabilidade. O transpor dos obstáculos surpreende pela facilidade e absorção dos choques na suspensão e chassi. Assim se ganha confiança; e na dúvida, não duvide – ela passa. O limite está tão longe assim.
A Zero DS
Esse modelo promete mais por ser uma moto de uso misto … cidade e campo.
Críticos dos scooters elétricos estão dizendo que se torna perigoso não emitir ruído no trânsito, pois os motoristas à frente não percebem que a moto se aproxima. Eu acho que isso é sinal de despreparo dos nossos motoristas e motociclistas, porque se andassem observando melhor as leis de trânsito e o ambiente que os cercam jamais seria perigoso essa aproximação silenciosa, seria sim sinal de civilidade.
Todos deveriam colaborar com a imagem do motociclista evitando usar o acelerador e escape esportivo como buzina, coisa muito comum por sinal. Cada coisa tem sua hora e lugar.
É tão revolucionária essa moto que a Izzo ainda não conseguiu homologar no Denatran. Este se serve das características de motor a explosão para classificar os veículos e como na maioria dos países, espera-se que no Brasil também haja incentivos fiscais para as motos e scooters elétricos, pois eles não poluem e dependendo da fonte da energia elétrica (Hidroelétrica como no Brasil) colaboram na redução de emissão de Carbono. Cabe-nos esperar as autoridades resolverem esse impasse, vamos aguardar.
Coisa do gênio Neal Saiki. Peças do chassi usinadas em alumínio de liga aeronáutica, soldadas à mão e acabadas com tratamento térmico que aumenta a rigidez do conjunto, não é mais privilégio das quatro grandes marcas; resulta numa construção esmerada.
O painel é digital e todas as funções normais aparecem no display de cristal líquido, menos a velocidade que aparece no grande visor redondo. A autonomia e tempo de carga oferece uma relação até hoje não encontrada nas scooters elétricas, perto de 100 km com uma carga de 4 horas.
Dá perfeitamente para cumprir um trecho normal para ir ao trabalho e deixando em carga, pegar no fim do dia e voltar para casa. Sem gasolina, emissão de poluentes e barulho nenhum.
No trânsito essa moto tem um porte de uma 250 Trail, um pouco alta como vem de fábrica, mas pode ser facilmente ajustada a altura. Um pouco pesada para o que anda, conserva boa maneabilidade e é muito fácil de conduzir.
Os freios são bem dimensionados e novamente o material utilizado impressiona; coisa de primeira. Por exemplo, o sensor do velocímetro é óptico e a linha hidráulica do freio é coberto de malha de aço inox como nos comandos aeronáuticos.
O disco é flutuante estilo margarida, e na traseira verifica-se o estilo Off das lanternas e pára-lama; bem dimensionados.
A suspensão é do tipo invertida e totalmente ajustável, do tipo que raramente se vê em motos de uso misto. Se mostra muito adequada ao peso do conjunto e oferece conforto suficiente para o período que a carga oferece.
Para que a carga possa ser feita numa tomada comum o transformador que na X é externo foi incorporado ao sistema embarcado. Com isso apenas um fio, com conector do tipo de computador (cabe num bolso ou mochila) é necessário para carregar a bateria, bem maior que a do modelo X também, vejam nas especificações abaixo.
ZERO X | ZERO DS | |
MOTOR | ||
Tipo | Elétrico de magneto permanente com escovas | |
Potência | 23 CV | 31 CV |
Torque | 67,7 Nm | 84,6 Nm |
Velocidade máxima | 90 km/h | |
TRANSMISSÃO | ||
Transmissão | Uma marcha sem embreagem | |
Transmissão secundária | Corrente | |
SISTEMA ELÉTRICO | ||
Bateria | Íons de lítio | |
Capacidade | 2 kWh ( 58 volts @ 35Ah) | 4 kWh ( 58 volts @ 70Ah) |
Autonomia | Até 64 km ou duas horas de uso | Até 80 km |
Tempo de recarga | Inferior a 2 horas | Inferior a 4 horas |
Alimentação | 110 / 220 volts | |
CHASSI | ||
Quadro | Alumínio aeronáutico com tubos hidroformados | Alumínio aeronáutico |
Suspensão dianteira | Hidráulica Invertida com 203 mm de curso e regulagem de compressão e retorno | Hidráulica Invertida com 254 mm de curso e regulagem de compressão e retorno |
Suspensão traseira | Balança de alumínio com 229 mm de curso e amortecedor a gás com regulagem de pré-carga e retorno | |
Freio dianteiro | Disco simples com pinça de quatro pistões | Disco flutuante com pinça flutuante de dois pistões |
Freio traseiro | Disco simples com pinça flutuante de um pistão. | |
PNEUS E RODAS | ||
Roda dianteira | Raiada, aro 20 | Raiada, aro 17 |
Pneu dianteiro | 20”x 3” | 03/25/17 |
Roda traseira | Raiada, aro 17 | Raiada, aro 16 |
Pneu traseiro | 17”x 3,5” | 110/90-16 |
DIMENSÕES E PESO | ||
Altura do assento | 910 mm | 902 mm |
Angulo de caster | 24 graus | 26 graus |
Trail | N/D | 82,8 mm |
Peso | 68,5 Kg | 122,5 Kg |
INFORMAÇÕES ADICIONAIS | ||
Características: | Painel de fácil visualização; Quadro de alumínio endurecido e anodizado; freio dianteiro e traseiro com acionamento no guidão; Botão localizado no painel para seleção da potência e velocidade | Painel analógico/digital; Sensor de temperatura do motor; Baixo centro de gravidade; Carenagem frontal com farol redondo |
Garantia | 2 anos | 2 anos |
Preço sugerido | R$ 31.900,00 | R$ 39.900,00 |