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A MotoGP proporciona verdadeiros espetáculos do esporte a motor. A categoria máxima de motocicletas é a classe elite do Campeonato Mundial de Motovelocidade e, com isso, lida com somas astronômicas.

Sem dúvidas as máquinas mais caras e fascinantes de todo o Grande Prêmio são as motos. Vamos então colocar os valores na mesa.Pronto para saber o preço de uma MotoGP?

De antemão, avisamos que não é barato – ainda mais porque tudo é em Euro, deixando as cifras em reais ainda mais estratosféricas. Além disso, diferente do que acontece em outras competições, no Mundial correm apenas protótipos. Ou seja, são motos desenvolvidas especialmente para as competições – e não adaptações de motos de rua para as pistas.

MotoGP

Ter um equipamento digno para ser campeão não sai barato na MotoGP. Só a moto custa cerca de R$ 3 milhões

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As motos oficiais dos times de fábrica 

A categoria principal da motovelocidade conta com a participação das fabricantes Honda, Yamaha, Ducati, KTM e Aprilia. Entre elas o poderio investido para o desenvolvimento e competições varia de acordo com o orçamento e ambições de cada uma.

quanto custa uma motogp

Para ganhar é preciso investir alto. A Honda, maior campeã do Mundial, sabe bem disso… e é por isso que deixou cerca de R$ 500 milhões nas pistas (apenas no último calendário)

Mas já vamos informando que as motos de fábrica têm normalmente um custo total de 3 milhões de euros (mais de R$ 19 milhões). Cada moto. Somente a eletrônica de um modelo de MotoGP pode custar mais de 100 mil euros em itens como sensores e cabos. Só os painéis podem custar 2.500 euros.

Em resumo nenhuma peça eletrônica custa menos de 1.000 euros, e você precisa delas para domar os motores de 1000cc, que tem custo variando entre 200 mil e 250 mil euros (R$ 1,2 e R$ 1,6 milhões). Tudo depende da fabricante, pode ser um propulsor quatro cilindros em linha ou com inclinação em L ou V.

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Por ordem crescente, as marcas que mais investem na MotoGP são: Aprilia, Suzuki, Ducati, Yamaha e Honda

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Orçamento de time oficial da MotoGP

Para desenvolver uma moto e ir a cada GP tem que ter se estar disposto a investir, investir muito… A Suzuki no ano passado conseguiu, 20 anos depois, conquistar os títulos de pilotos e de equipes. Mas de acordo com ‘La Gazzetta Dello Sport’, gastou entre 35 a 40 milhões de euros (de R$ 226 a R$ 259 milhões) desenvolvendo a GSX-RR.

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MotoGP

Para faturar o título em 2020, a Suzuki precisou investir muito. Cerca de R$ 250 milhões, para ser mais preciso

Parece muito, mas os japoneses só gastaram mais que a Aprilia nesta classificação de 2020. A marca italiana colocou apenas entre 15 a 20 milhões de euros (de R$ 97 a R$ 129 milhões) no desenvolvimento da RS-GP.

No outro extremo está a consagrada Honda, fabricante com maior número de títulos na categoria, que geriu uma conta de polpudos 70 a 80 milhões de euros (de 453 a R$ 518 milhões) abrangendo também a RCV123V. E sequer pôde contar com o astro Marc Márquez, afastado quase a temporada inteira por lesão.

Motogp

Atualmente a Honda é quem mais coloca valores e estrutura em volta da sua RCV123V

 

A Yamaha atual campeã do campeonato de pilotos 2021, colocou em 2020 cerca de 10 a 20 milhões de euros ( de 64 a R$ 129 milhões) em investimentos. Enquanto isso, a KTM teve orçamento de 50 milhões de euros (cerca de R$ 324 milhões). O número ficou um pouco acima da quantia trazida pelos italianos da Ducati.

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Montando seu time satélite 

Agora chegou a hora de saber quanto os times satélites – as equipes independentes, não oficiais de fábrica – investem. Apesar de entrarem na MotoGP como clientes, elas têm relações muito próximas com as marcas principais, ou seja, não ficam devendo na entrega na pista. Mas ter apenas uma moto completa pode custar até 2 milhões de euros (mais de R$ 12 milhões) por temporada.

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Time da Avintia é um dos mais modestos da categoria, nem por isso sai barato essa aventura na MotoGP

Segundo o chefe da Avintia, Ruben Xaus, o seu time tem orçamento mínimo no campeonato de cerca de 11,5 ou 12 milhões (cerca de 71 ou R$ 77 milhões). Disso tudo, 65 ou 70% vai direto para o leasing das motos.

Com ela na garagem do paddock agora vamos equipá-la. A Federação Internacional de Motociclismo limitou o preço do kit de freios dianteiros a 70 mil euros (cerca de R$ 453 mil). São três pares de pinças, três cilindros, 10 discos de carbono e 28 jogos de pastilhas. Se um time precisa de mais peças na temporada tem que somar nesta conta.

Márquez

Márquez é atualmente a estrela mais bem remunerada da classe principal

As MotoGP têm pneus específicos para cada circuito, são compostos criados exclusivamente para a competição. E isso naturalmente não é barato. Para fornecer pneus a todas as equipas, a fabricante Michelin coloca mais de 1,2 milhões de euros (mais de 7 milhões) em cada GP. Despesa que inclui desde pneus até pessoal técnico e assistência.

Se a moto já está pronta, agora falta um bom piloto para montar. Uma revisão nos salários da MotoGP 2020 mostra que tem opções para todos os bolsos. Um nome consagrado como Márquez, com contrato vigente até 2024, não custa menos que 12 milhões de euros (mais de R$ 77 milhões). No outro lado da gangorra estão novatos como Iker Lecuona da satélite da KTM Tech 3, custando ‘apenas’ 200 mil euros (pouco mais de R$ 1,2 milhões) por ano.

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MotoGP: evite os acidentes!

Um acidente na MotoGP não sai barato, literalmente. Uma leve queda que exija reparo em tampas, manetes e outros elementos custa entre  15 e 20 mil euros (cerca de 97 a R$ 129 mil). Você já viu o preço que está a fibra de carbono hoje em dia? São 20 euros o quilo, só a tela amigos, sem contar o tratamento térmico e de vácuo necessário para dar forma.

MotoGP

Uma pequena queda e pronto, lá se vão cerca de R$ 100 mil. Se a moto tiver perda total, o rombo chega aos R$ 3 milhões

Então concluímos que uma queda violenta pode significar uma despesa de meio milhão de euros, ou cerca de R$ 3 milhões. Um preço caro então se houver danos no quadro, no braço oscilante e na caríssima eletrônica. Sem falar que reparos no motor podem levar muitas notas do orçamento.

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Outras despesas (sim tem mais despesas)

Sem dúvidas o espetáculo que a MotoGP proporciona em seus fins de semana é magnífico. Mas vindo da parte administrativa dos times isso é um custo com viagens, pessoal, mantimentos e organização.

Somente os equipamentos para erguer um hospitality (o ponto de apoio da equipe) tem valores superiores a 600 mil euros (cerca de R$ 3,8 milhões) por temporada. As equipes têm que bancar uma verdadeira caravana de pilotos, gestores e mecânicos para garantir que o show aconteça a cada corrida.

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Investimento pode ser alto, mas hoje é o que garante uma categoria com motos de ponta em termos de tecnologia e velocidade

Patrocínios na MotoGP

Como você já viu um protótipo da MotoGP não sai barato, muito menos colocá-lo na pista. Mas todos os times recebem receita da competição. Somente de direitos televisivos da Dorna – promotora do mundial – já chegou a destinar 2,5 milhões de euros por piloto (mais de R$ 16 milhões).

Além disso, segundo a empresa especializada RTR Sports Marketing, o patrocínio total de um time oficial ronda os mais de 12 milhões de euros (mais de R$ 77 milhões) por temporada. Uma parceria menor numa moto de fábrica pode render contratos de 2 a 4 milhões. Enquanto num time menor é possível garantir exposição partindo dos 200 mil euros (mais de 1,2 milhões).

Ficou empolgado? Então confira tudo o que rola no universo da MotoGP!

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]