O roubo de motos segue como uma grave preocupação no Brasil, impulsionado pelo comércio ilegal de peças. Apesar de avanços no combate ao crime, números expressivos mostram que ainda há muito a ser feito. Entenda o impacto do problema.

O Crescimento do Roubo de Motos no Brasil

Roubo de Motos - Foto: Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo
Roubo de Motos – Foto: Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo

O roubo de motos, um problema que afeta e assusta milhares de brasileiros, está diretamente ligado ao comércio clandestino de peças. Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram que, na cidade de São Paulo, entre janeiro e setembro de 2024, houve uma leve redução nos casos: 30.482 ocorrências, contra 32.541 em 2023. Apesar da queda, o número ainda é alarmante, especialmente considerando que São Paulo lidera o ranking nacional de roubos desse tipo. Esses são os dados oficiais mais recentes que encontramos.

No Brasil, a venda de motos alcançou números recordes em 2024, com 1.875.903 unidades comercializadas, de acordo com a Fenabrave. Esse cenário impulsiona tanto o mercado legal quanto o ilegal, sendo este último alimentado por desmanches clandestinos e peças sem procedência, que sustentam uma economia paralela criminosa.

A prática do desmanche ilegal é central nesse contexto. A cada operação policial que encerra uma oficina clandestina, o impacto é direto na redução do crime. No Ceará, por exemplo, a Polícia Militar conseguiu desarticular um desmanche e recuperar quatro motos graças a denúncias anônimas. Em São Paulo, operações semelhantes ocorrem regularmente, mas ainda enfrentam desafios diante do volume expressivo de ocorrências.

Roubo de Motos - Foto: Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo
Roubo de Motos: peças em desmanche ilegal – Foto: Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo

Como Funciona o Crime de Desmanche?

Mesmo com a regulamentação da Lei do Desmonte (Lei nº 12.977/2014), que exige rastreabilidade e controle no comércio de peças usadas, muitos desmanches ilegais continuam operando no Brasil. Esses locais utilizam motos roubadas como principal fonte de matéria-prima para abastecer o mercado clandestino.

A legislação prevê as seguintes penas:

  • Receptação: Reclusão de 1 a 4 anos e multa (Art. 180 do Código Penal).
  • Receptação Qualificada: Se praticada no exercício de atividade comercial, reclusão de 3 a 8 anos e multa.
  • Outras Infrações: Podem incluir adulteração de sinal identificador de veículo e formação de quadrilha.

A lei também prevê multas e a interdição de estabelecimentos que não seguem os requisitos legais. Cada operação de fechamento de um desmanche ilegal deve ser celebrada, pois contribui para enfraquecer essa cadeia criminosa que prejudica milhares de motociclistas.

Os Desafios no Combate ao Roubo de Motos

Os Desafios no Combate ao Roubo de Motos
Os Desafios no Combate ao Roubo de Motos – Foto: Divulgação

Embora o combate ao roubo de motos avance, os números mostram que a situação é crítica. Apenas em São Paulo, entre 2020 e 2023, os casos mais que dobraram, passando de 15.660 para 37.987. Isso reforça a necessidade de ações coordenadas entre autoridades e a população.

Denúncias anônimas são uma das ferramentas mais eficazes no combate ao crime. A maioria das cidades brasileiras oferece o número 181 para esse tipo de denúncia, garantindo anonimato. A participação ativa da sociedade pode ajudar a frear o avanço do comércio ilegal e, consequentemente, reduzir o roubo de motos.

O roubo de motos é mais do que uma estatística; é um problema que afeta a segurança pública e a economia nacional. Para combatê-lo, é essencial a colaboração entre a população, as autoridades e o setor privado. Antes de comprar a próxima peça de moto “baratinha”, pesquise muito sobre o local que está vendendo e claro, lembre-se desses números.

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Jornalista, web designer, desenvolvedor web e editor ao mesmo. Já fui radialista, publicitário e até metalúrgico metaleiro. Acabei entrando e abraçando o mundo 2 rodas por influencia do meu irmão mais velho.
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