Elas têm motor exposto, desempenho esportivo e prometem mais agilidade que suas irmãs carenadas, com agilidade satisfatória para encarar ruas e avenidas. As motos naked são uma boa pedida para quem quer rodar no dia a dia ou pegar estradas no final de semana com a garantia de muita diversão no asfalto. Mas quais as naked mais vendidas do Brasil em 2019?
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Aí você lê este título e pensa que vai dar de cara com a Yamaha MT 03, líder isolada no segmento, certo? Errado – e muito errado, aliás. Fruto das movimentações no segmento (como a atualização da Z 300 pela Z 400 ou a reestilização da MT 03) o resultado da lista é um tanto surpreendente ao estabelecer uma nova líder ou colocar a Z 900 na frente de suas irmãs menores, por exemplo.
Antes, é importante conceituar naked e explicar porque motos como a Honda CB Twister ou a Yamaha Fazer 250 não estão aqui. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas), naked é uma ‘motocicleta sem carenagem, com motor propositalmente exposto e de alto desempenho… Semelhante a uma motocicleta versão Sport, sem a carenagem’. Como os dois modelos não têm versões carenadas ou foco em alta performance, as agrupamos no segmento das Street. Outra observação: essa lista considera os emplacamentos realizados de janeiro a outubro deste ano, conforme dados da Fenabrave.
Vamos à lista!
As dez motos naked mais vendidas do Brasil em 2019
1 – Honda CB 500F (6.929 unidades)
Destaque na categoria naked, a Honda CB 500F conta com regulagem na suspensão dianteira, faróis e lanternas em LED, ABS, manete de freio dianteiro com regulagem de altura e painel digital. O motor de 471 cm³ gera 50,4 cv de potência máxima a 8.500 rpm e 4,55 kgf.m de torque a 7.000 rpm. O peso da marca japonesa, consolidada e líder em vendas no país, se converte em um atrativo a mais na hora da compra. O valor da moto parte dos R$ 25.770.
A renovação da linha 500 deve dar as caras ainda este ano, no Salão Duas Rodas, de 19 a 24 de novembro, seguindo atualizações já apresentadas no exterior. Entretanto, o motor bicilíndrico poder perder alguns números de potência… provavelmente 3 cv, sacrifício para oferecer mais torque e potência entre 3.000 e 7.000 rpm. Em 2020 ele deve chegar com 47 cv e 4,38 mkgf de torque.
2 – Yamaha MT 03 (5.984 unidades)
Histórica líder do segmento, as vendas da Yamaha MT 03 foram freadas pela chegada de novidades de concorrentes e também com as especulações de uma nova geração, já mostrada no exterior mas ainda não confirmada para o Brasil. Atualmente, o preço sugerido é R$ 22.290.
O modelo tem motor 321 cm³, de dois cilindros paralelos, arrefecido a líquido e que produz 42,01 cv de potência a 10.750 rpm e 3,02 kgf.m de torque máximo a 9.000 rpm. Para mantê-la no páreo de vendas, a Yamaha dispõe de lanterna em LED e painel de conta-giros analógico com shift light. A nova geração irá trazer, além de visual inédito e novo painel totalmente digital, há avanços mecânicos pontuais, como a adoção de suspensão invertida.
3 – Honda CB 650F (1.649 unidades)
Logo em terceiro lugar, saltamos para uma tetracilíndrica de 650 cilindradas. Com um motor de 649 cm³ ela produz potência máxima de 88,5 cv a 11.000 rpm e torque máximo de 6,22 kgf.m aos 8.000 rpm. O pacote conta ainda com suspensão dianteira Showa (Dual Bending Valve) e painel digital com dois displays. O preço também está um degrau acima, partindo dos R$ 36.377.
Assim como a linha CB 500, a nova geração da 650 está a caminho, agora como CB 650R. Totalmente renovada, o modelo adota o mesmo design (Neo Sports Café) já visto na nova geração da CB 1000R que, adivinhe só, também está nessa lista. A nova geração ainda não tem data para chegar ao Brasil.
4 – Yamaha MT 07 (1.320 unidades)
A MT 07 tem o estilo street fighter da Yamaha, com linhas agressivas e partes do motor e do chassi em destaque. O painel é apresentado em uma peça única com display em LCD. Única representante da marca no segmento de naked de até 700 cm³ após a aposentadoria da XJ 6, que aconteceu no início de 2019, seu preço parte dos R$ 34.890.
As quatro válvulas por cilindro e virabrequim “crossplane” do motor herdaram tecnologias das Yamaha da MotoGP. O resultado é mais potência e torque em uma ampla faixa de rotações. Assim o propulsor dois cilindros, de 689 cm³, tem capacidade de gerar potência máxima de 74,8 cv a 9.000 rpm e torque máximo de 6,9 kgf.m a 6.500 rpm. É outro exemplo que pode ganhar uma nova geração. A família MT está totalmente renovada lá fora, novidades que devem chegar aqui no decorrer do próximo ano.
5 – Suzuki GSX-S750 (1.126 unidades)
Ela chega à lista com seus 114 cv para quebrar o revezamento de Honda e Yamaha. A naked GSX-S750 apresenta linhas agressivas no design, carenagem frontal ventilada, retrovisores moldados e luzes de LED. Herdeira da GSX-R, é clara sua vocação para alto desempenho e pura felicidade em estradas sinuosas.
Seu motor de 749 cm³ gera potência máxima de 114 cv a 10.500 rpm, com torque máximo de 8,26 kgf.m a 9.000 rpm. O modelo tem cinco opções de cores, sempre variando entre as combinações de azul, branco e preto. O valor de compra parte dos R$ 37.875.
6 – Kawasaki Z900 (857 unidades)
A Z900 tem o estilo “Z” da Kawasaki e elementos do design “Sugomi”, descrições da marca para um visual forte. A naked desfruta de um chassi ultra-leve e motor de 948 cm³, que produz 125 cv a 9.500 rpm e 10,1 kgf.m a 7.700 rpm. Para lembrar, o modelo também tem uma versão café racer com receita de ótimo gosto, a Z 900 RS; veja mais sobre ela aqui.
O painel de instrumentos da Z900 possui tacômetro analógico com shift-light e indicador de marchas na tela de LCD multifuncional. Acabamentos com painéis em fibra de carbono dão toque racer a moto. O preço da Kawasaki Z900 é apresentado a partir dos R$ 42.490.
7 – Yamaha MT 09 (782 unidades)
A posição da MT 09 na lista de naked mais vendidas do Brasil torna claro o sucesso da família MT, afinal suas três representantes estão entre os sete modelos mais vendidos de um disputado segmento. Atualmente, a 09 vendida no mercado nacional se destaca visualmente das menores da linha, a 07 e 03. Com painel de instrumentos totalmente digital, a top da gama MT tem funções para gerenciar os sistemas eletrônicos como quickshift e controle de tração. Além disso, conta com três modos de pilotagem.
Com destaque à eletrônica, o motor tricilíndrico de 847cm³ rende 115 cv a 10.000rpm e 8,9 kgf.m de torque a 8.500rpm. Faróis e lanterna traseira em LED também estão presentes na MT 09. O modelo tem na linha as cores Matt Black (preto fosco), Racing Blue (azul) e Ice Fluo (branco, com as rodas em vermelhas). O preço parte dos R$ 44.190. Recentemente rodamos com o novo modelo e você pode saber qual é a sensação aqui.
8 – Kawasaki Z300 (653 unidades)
Antes de você julgar a naked de entrada da Kawasaki pensando ‘poxa, só 653 unidades?’ é importante lembrar que suas vendas sofreram grande impacto negativo com a chegada de sua sucessora, a Z400. A 300 possui design inspirado nos modelos maiores da série, as Z1000 e Z800. e conta com carenagem frontal compacta – com cobertura para o painel de instrumentos, o elemento chave no desenho.
A naked é equipada com pacote esportivo para o painel de instrumentos, mesclando tacômetro analógico com uma tela de LCD multifuncional. A motorização da Z300 tem o propulsor de 296 cm³ gerando 39 cv a 11.000 rpm e 2,8 kgf.m de torque a 10.000 rpm. A faixa de preço inicia nos R$ 20.990.
9 – Honda CB 1000R (528 unidades)
A Honda CB 1000R é outro exemplo da Honda com visual inspirado no conceito Neo Sports Café. O modelo conta com painel digital e acelerador eletrônico Throttle by Wire para uma maior precisão na entrega de torque e potência. É possível ainda desligar o sistema e pilotar sentindo tudo que a CB 1000R proporciona – mais força nas marchas iniciais que sua versão esportiva, a CBR 1000RR Fireblade, inclusive.
O motor 998,4 cm³ rende 141,4 cv a 10.500 rpm e torque máximo de 10,2 kgf.m aos 8.000 rpm. Ainda, há suspensões ajustáveis, três modos de pilotagem (que permitem mais de 36 combinações de controle de tração, freio motor e entrega de potência). A Honda CB 1000R tem preço a partir de R$ 60.900. Relembre o teste do modelo aqui.
10 – BMW G 310 R (418 unidades)
A G 310 R busca inspiração na S 1000 R, seja para a carenagem esportiva do farol, ou mesmo nas demais linhas da moto. No caminho da esportividade, o modelo tem banco curto, garfo telescópico invertido anodizado e a pinça de freio em dourado. Os números, bastante aquém das concorrentes diretas com o mesmo tamanho de motor, levaram a marca a reduzir o preço do modelo para R$ 20.900.
Sua motorização conta com propulsor de 313 cm³, arrefecido a líquido, um cilindro com comando duplo de válvulas e injeção eletrônica de combustível. O motor gera 34 cv de potência a 9.200 rpm e torque máximo de 2,85 kgf.m disponíveis a 7.500 rpm. A BMW G 310 R está disponível em três cores, Azul Strato, Preto Cósmico e Branco metálico perolado.
Bônus – Kawasaki Z400 (368 unidades, de agosto a outubro)
Deixar a Z400 fora dessa lista seria uma injustiça, afinal, o modelo chegou às concessionárias apenas na segunda quinzena agosto e, em três meses, conseguiu vendas suficientes para figurar entra as 11 naked mais vendidas do Brasil. Aproveitando, relembre o lançamento dela aqui.
A naked da Kawasaki situa-se no segmento das motos urbanas premium de baixa cilindrada, competindo diretamente com Yamaha MT-03 e a BMW G 310 R. Ela utiliza como base o mesmo motor visto na Ninja 400, um bicilíndrico de 399 cm³ que rende 48 cavalos de potência, contra os 39 da antiga Z300. Um aumento de 23% em relação ao modelo anterior. No torque está o principal ganho: 40%, dos 2,8 kgfm para 3,9 kgfm.
Completando o conjunto, freios ABS de série e faróis de LED. Além de novo painel com tacômetro digital que simula conta-giros analógico, indicador de marchas ao centro e tela LCD na parte inferior. O preço da novidade parte dos R$ 23.290
Qual moto naked comprar
Felizmente, opções não faltam. As naked de entrada dessa lista cumprem com louvor o propósito do segmento, citados no início da matéria, e as demais garantem eletrônica e potência de sobra para quem desejar mais diversão em estradas sinuosas sem abrir mão de relativo conforto em matéria de suspensões e posição de pilotagem. Os preços também refletem essa mesma variedade.
É importante ressaltar que o Salão Duas Rodas está chegando e ele é, historicamente, a ocasião que montadoras aproveitam para revelar seus principais lançamentos dos próximos anos. As novas MTs 03 e 07, assim como a CB 650R (a Sports Café) já são realidade no exterior e estão aguardadas por aqui com grande expectativa. Vamos aguardar.