Então, vamos continuar a falar sobre técnicas para fazer curvas? Este é o segundo artigo da série 5 Segredos das Curvas, que explica detalhadamente a melhor forma de fazer curvas em uma pilotagem defensiva. Assim, ela foi pensada especialmente aos iniciantes no motociclismo e pilotos de scooter, afinal esta categoria está em pleno crescimento no Brasil e vem sendo escolhida por muitos como sua primeira moto.
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Acesse o primeiro artigo da série aqui. Do mesmo modo, vale a pena lembrar quais são os cinco ‘segredos’, que estamos desmistificando aqui:
1- Três partes da curva;
2- Olhar que atrai ou distrai;
3- Dois limites de inclinação;
4- Movimentação do corpo;
5- Contra esterço
Como fazer curvas de moto e scooter: olhar que atrai ou distrai?
Outra vez ia ao trabalho em uma das avenidas de São Paulo, no Centro, onde havia muitas pessoas caminhando pelas calçadas e ocupando até partes das ruas. Estava em uma velocidade compatível ao trânsito local, entre 30 a 40 km\h. Mesmo assim, de repente olhei para uma linda mulher na calçada e enquanto olhava a moça continuei em aceleração. Bem, preciso dizer o que aconteceu? Errei a entrada de uma curva. Assim, o resultado foi um tombo que doeu mais o ego do que a perna: fui parar atrás de um carro estacionado.
A importância de olhar para o ponto certo
Essas duas experiências têm um ponto em comum: a importância de se olhar para o local certo e com atenção enquanto se faz uma curva. No primeiro caso, meu erro foi deixar meu olhar ser atraído para a valeta (enquanto, no segundo, foi ‘distraído’), ao invés de mantê-lo sempre na parte final da curva. O correto, portanto, é ‘escanear’ a pista, aproveitando os ângulos de sua visão para ver e seguir a sinuosidade das curvas e bailar com sua moto ou scooter, procurando sempre o ponto final da curva.
Mas e quando a curva for cega? Boa pergunta. Quando não conseguimos enxergar o fim dela (independente do motivo, como pilotagem à noite, pista muito sinuosa ou algum obstáculo à frente) é preciso prezar pela segurança. Vá mais devagar já na entrada da curva e contorne-a calmamente de forma que consiga explorar ao máximo seu ponto de visão, por mais limitado que seja, até avistar o fim da curva ou algo como uma sinalização de solo, um guard-rail, etc.
Cuidado com distrações
Neste sentido, tem uma frase que gosto muito: ‘O ser humano nunca está desatento, apenas dá atenção ao que é menos importante’. O exemplo que dei sobre a moça ilustra uma realidade comum, especialmente no trânsito urbano, onde há muitos elementos que podem desviar nossa atenção, sejam pessoas, carros, prédios, parques, placas, outdoor, etc.
Então, o olhar atrai ou distrai?
Portanto, podemos concluir que o olhar correto é essencial para que consigamos fazer a curva de uma forma segura, seja de moto ou scooter. Seremos automaticamente atraídos para o ponto no qual mantemos nosso olhar, por isso a importância de olhar fixamente ao ponto final da curva. Então, sempre, olhe para onde quer ir.
Da mesma forma, precisamos focar no que realmente importa, no que está a nossa frente, evitando distrações e reduzindo as chances de causarmos acidentes, como colisões com objetos que estão a nossa frente. Lembre-se: ninguém é desatento, apenas não foca sua atenção no que realmente importa.
Agora que já aprendemos sobre os 3 pontos da curva (no artigo 1) e a respeito da importância de manter o olhar correto na pilotagem defensiva, vamos abordar os dois tipos de limite de inclinação que há em motos e scooter. Na próxima semana, fique ligado!
Texto Carlos Amaral
Carlos Amaral, responsável pedagógico e instrutor de pilotagem defensiva Porto Seguro Cia de Seguros Gerais e Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training. Geórgia Zuliani, fotógrafa e administradora da Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training.