Aventurismo Por motonline 10/09/2013 23:25 (há 12 anos).

Texto de Kleber Ribeiro Cunha.

O que vocês lerão nas linhas a seguir é a história da uma viagem, de 22 dias que fiz no mês de agosto de 2013, rodando 5,489 km, à bordo de uma Yamaha XJ6, que chamo carinhosamente de “Maria Antonieta”. Foram, talvez, os momentos mais emocionantes da minha vida, vivendo de perto a realidade do povo brasileiro que vive no interior do país, passando pela linda costa brasileira, enfrentando desde o início o caos de nossas estradas, totalmente esburacadas,passando por trechos com alto índice de assaltos, entrando no sertão, vendo de perto a miséria no Brasil – a triste realidade da seca -, passando pela Chapada Diamantina e finalmente seguindo rumo ao Centro-Oeste, com destaque para a chegada a Brasilia em meio a protestos.

Vou contar em detalhes como foi viver essa realidade e sentir na pele a vida sofrida do nosso povo mais humilde e conhecer os ”diversos países” que existem dentro do nosso Brasil.

Kleber e a "Maria Antonieta"

Após a despedida dos familiares, o primeiro dia de viagem começou pela congestionada Marginal Tietê, em São Paulo. Logo,em seguida entrei na Ayrton Senna e lá na frente peguei a Dutra até o Rio de Janeiro, com destaque pra descida da linda e recheada de curvas fechadas Serra das Araras. Motociclista paga pedágio nas duas rodovias e a qualidade das duas dispensa comentários.

Chegando no Rio de Janeiro, travado no trânsito, vi uma realidade mais cruel. Conversando com um rapaz que trabalha no posto de gasolina, perguntei-lhe se ele tinha acesso a sinal wi-fi, ao que ele me respondeu que nem sabia o que era aquilo. Em seguida me respondeu que ele e os seus amigos nunca tiveram acesso à internet. Como pode um dos estados mais importantes do país excluir milhares de pessoas que vivem fora da zona sul, nos morros e periferia cariocas? Infelizmente essa e uma das realidades das capitais brasileiras. A partir daí, peguei muito trânsito proveniente da Dutra na Av. Brasil e em um trecho da BR 101. O dia chegava ao fim com 600 km percorridos, pernoitando na cidade de Casemiro de Abreu (RJ).

Onde há cobrança de pedágio as estradas são ótimas

O segundo dia foi com destino ao Estado do Espirito Santo. A BR 101, até então pedagiada, estava perfeita e o calor já aumentava. Entrando no Espiríto Santo, a BR 101, muda de cara e começa apresentar curvas mais fechadas. Até Guarapari ela fica estreita e cheia de curvas. O número de caminhões é enorme. Chegando em Guarapari me apaixonei pelo que eu vi: encontrei-me com o “Jeguinho”, dos Bucaneiros MC, que me mostrou as belezas daquela cidade maravilhosa, com belas praias, tranquilidade e boa infraestrutura. Chegava ao fim o segundo dia. Fiquei por lá mais um dia e saí de lá encantado com a cidade.

Na sequência da viagem, vi, como eu esperava, uma estrada com mais curvas e muitos caminhões. Em um momento fui parar no acostamento depois de uma ultrapassagem criminosa de um caminhoneiro que estava indo para o Rio. Uma estrada perigosa, que não dá margem a erros, e sabia que ela pioraria ainda mais lá pra cima. Mas com prudência e responsabilidade, tinha em mente que isso seria irrelevante perto da beleza dos lugares que me esperavam. À noite, com os amigos capixabas do motociclismo, caminhando pela cidade, encontrei uma praça com forró e as pessoas dançando ao ar livre, cultura popular no Brasil. Depois de me apaixonar por Guarapari e a cultura capixaba, segui para uma passagem por Vila Velha e a capital Vitória, com destaque para a visita ao Convento da Penha, que se chega através da linda Rodovia do Sol (asfalto impecável e moto paga pedágio).

A visão de acidentes em estradas tão perigosas como as que andei é inevitável

Essa história continua.  Para ler a segunda e última parte, CLIQUE AQUI

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