Motovelocidade Por motonline 25/01/2013 11:58 (há 12 anos).

Othon “Voador” Russo é como sou conhecido na motovelocidade brasileira. Sou piloto veterano, corro nas pistas brasileiras desde 1976 e já participei de varias categorias nos campeonatos Carioca, Paulista e Brasileiro nesses 37 anos de motociclismo. Já fui campeão carioca, paulista e brasileiro, corri com as lendárias Yamahas TZ 350 e RD 350 LC, mas ainda tenho muita vontade de correr de motocicleta, está no sangue.

Na parte chuvosa do 500 Milhas: corrida sem sustos e um 12º lugar

Resolvi participar da 500 Milhas em Interlagos no dia 13 de janeiro de 2013 com uma Hornet 600. Resolvi  tudo em cima da hora e só pintou uma grana no final da prorrogação. Decidi ir naquele clima de aventura, no espirito de guerreiro dos anos 70, nossa época de ouro. Naqueles tempos a nossa vontade era mais forte que as dificuldades e invoquei aquele espírito.

Na disputa de uma curva na pista de Jacarepagua (RJ), numa etapa da Copa RD 350

Sai do Rio de Janeiro à um hora da manhã de sábado (12/1) e cheguei às 7 da manhã em São Paulo. Minha van deu problemas no alternador na metade da viagem, mas cheguei em Interlagos. Fiz a inscrição meio apressado e perdi os treinos cronometrados. Assim, tive que largar em último lugar no grid. Meu parceiro foi o Manuel Romão, que é do Rio, mas mora em São Paulo há mais de 20 anos e junto com o meu patrocínio do GE Park garantiu as despesas da corrida. Além dele, no final da tarde de sábado chamamos o piloto e preparador paulista, Herbert Zangrossi, o Herbão.

Experiência conta muito em provas de endurance

Herbão foi meu parceiro da 500 Milhas de 2009 e 2010 e nesse ano não ia participar da prova. Ela tava por alí, se preparando para ir embora no final da tarde quando o chamamos para correr conosco. O Manuel Romão correu de moto no Rio de Janeiro há 20 anos e só tinha dado 20 voltas em Interlagos fazia muito tempo.

Além da formação do trio de pilotos, tudo foi organizado no sábado os amigos de São Paulo formaram a equipe de box e arrumaram o galão de abastecimento, ferramentas e tudo o mais. Fizemos uma revisão rápida na moto – troca de óleo e ajustes gerais – e fomos para a largada.

Largada em prova dos anos 70 em Jacarepagua

Mesmo em último, consegui largar bem e deixei varias motos para trás. Após algumas voltas começou a chover muito, tipo dilúvio e várias motos caíram e outras pararam para troca de pneus. Consegui me manter na pista na raça, não enxergava nada, até que o box sinalizou a parada para a troca de pneus. Com os pneus de chuva mantive um bom ritmo e ganhei até algumas posições. Parei para troca de pneus com 17 voltas, abastecemos a moto e voltei para a pista. Acabei dando quase 50 voltas até trocarmos de piloto.

No pódio ao final da odisseia em Interlagos

Meus parceiros Manuel Romão e Herbert Zangrossi – o “Herbão” – fizeram uma ótima prova, sem erros e mantendo um bom ritmo. Assim conseguimos terminar a corrida sem nenhuma queda e para a nossa estrutura, tudo correu muito bem. Inclusive fomos bem rápidos nas três paradas para a troca das rodas e na troca de pilotos e abastecimento. Os amigos de São Paulo foram muito competentes, apesar de tudo ter sido no improviso e de última hora.

Prova disputada na década de 70

No final da prova e com a confusa cronometragem, conquistamos a 12ª posição na classificação geral, 3º na categoria “Força Livre” e 5º na Super Sport 600cc. Para nós foi uma vitória pois terminar uma prova dessas com um esquema montado da noite para o dia contra equipes bem estruturadas e com motos de 1000 cc chegando atrás de nós não poderia ter sido melhor. Só o prazer de largar na tradicional 500 Milhas de Interlagos onde até pilotos estrangeiros participaram não tem preço. Foi mesmo uma aventura e tanto, uma emoção indescritível.

Só para finalizar a aventura, na volta para o Rio de Janeiro, a van deu pane no alternador na Serra das Araras às 3:30 da madrugada. A van, eu e o meu amigo – a lenda viva William “Cabelinho” James – , só fomos rebocados de manhã. Resolvemos o problema comprando uma bateria nova que funcionou bem e pudemos chegar até o Rio de Janeiro. Valeu a pena!

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