A Segunda Guerra Mundial apresentou a todos o poderio que fabricantes conseguiam proporcionar em novos projetos. No mundo das motos não foi diferente. Em especial nos Estados Unidos, onde a Harley-Davidson construiu máquinas destinadas à guerra que hoje estão enraizados na cultura americana. Entre elas, as XLA e XA.
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Harley-Davidson WLA
Em 1940 a Harley-Davidson mantinha uma pequena produção da WLA, uma moto já destinada ao uso militar. Mas assim que os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial a fabricante se viu obrigada a elevar o ritmo de produção.
Foram montadas cerca de 90 mil unidades da moto, todas destinadas ao Exército Americano. O modelo de guerra retirava o traje civil da WL e adotava cores militares. Eram acrescentadas as luzes de combate blackout e o cárter era modificado para que pudesse levar água. Também eram realizadas várias adaptações para carregar armas e outros equipamentos úteis em combate.
A Harley do Capitão América
A série W era a mais nova encarnação do motor de flathead de 740 cm³, desenvolvido a partir da família R anterior, em produção de 1932 a 1936. O propulsor de dois cilindros em ‘V’ gerava cerca de 24 cv de potência a 4.600 rpm. A transmissão era mecânica de apenas três velocidades, fazendo o conjunto atingir a velocidade máxima de 105 km/h – reais.
A motocicleta era relativamente barata, especialmente diante da produção em larga escala. Quando a guerra terminou, soldados americanos andaram com o modelo pela Europa – recentemente libertada – fazendo-a ficar conhecida como a “Libertadora”. Décadas depois, a WLA surgiu no filme “Capitão América, O Primeiro Vingador”, de 2011, onde Steve Rogers acelera pelo campo de batalha.
XA – uma Harley de motor boxer
Durante a Segunda Guerra Mundial o Exército dos EUA pediu à Harley-Davidson para projetar uma nova especificação de motocicleta, muito parecida com as BMW usadas pelas forças alemãs.
O pedido era para um modelo com eixo de transmissão, um motor boxer e vários outros recursos que tornavam as BMW excepcionalmente confiáveis e máquinas de baixa manutenção. A Harley já estava produzindo a WLA, mas era o momento de uma evolução.
Assim, a empresa produziu a XA, cujo motor e transmissão foram baseados na BMW R71, montada de 1938 a 1941. Equipada com um propulsor boxer bicilíndrico de 740 cm³, o conjunto gerava 23 cv a 4.600 rpm.
A Harley-Davidson construiu ao todo mil unidades da XA e até utilizou a plataforma para testar o seu primeiro garfo telescópico. Entretanto, o Exército substituiu a moto pelo Jeep – outro modelo que ficou clássico na guerra. A partir daí, o projeto da motocicleta foi caindo no esquecimento.