O fim de uma era chegou. Valentino Rossi, um dos maiores nomes da história do Mundial de Motovelocidade, não competirá mais em uma moto de fábrica a partir de 2021. A informação foi divulgada pela Yamaha nesta semana, quando apresentou Maverick Viñales e o jovem prodígio Fabio Quartararo como seus pilotos da equipe oficial na MotoGP a partir do próximo ano.
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A escolha da equipe, porém, é totalmente compreensível diante do fenômento Quartaro. O piloto tinha no currículo apenas uma passagem sem brilho pelas classes Moto2 e Moto3, somando só uma vitória, e chegou sem grandes expectativas na MotoGP. Porém, descobriu-se ao guiar um protótipo da MotoGP e logo na sua estreia, a bordo de uma Yamaha satélite, obteve seis poles e sete pódios, garantindo o quinto lugar ao fim do campeonato.
Naturalmente, várias equipes de fábrica demonstraram interesse em assinar com Fabio. Então antes que alguém, provavelmente a Ducati, levasse o jovem de 20 anos a Yamaha se viu pressionada a convidar o garoto ao seu time oficial a partir de 2021. Assim, uma vaga estava ocupada.
O segundo espaço ficou com Viñales. O atleta está na equipe desde 2017 e, em três temporadas, obteve 29 pódios. Diante de um retrospecto (não brilhante, mas ainda assim) consistente, a Monster Energy Yamaha MotoGP renovou o contrato com o espanhol por mais dois anos, se estendendo até 2022. Desta forma, Rossi sobrou.
MotoGP: Valentino Rossi e Yamaha
A relação de Rossi com a marca de Iwata é profunda – a ponto de quase nos fazer esquecer que o italiano obteve três campeonatos mundiais com a Honda, por exemplo. Valentino foi acolhido pelo time em 2003, já como tricampeão na classe principal, e assegurou mais quatro títulos na equipe azul. O relacionamento foi abalado pela chegada de Jorge Lorenzo e Rossi optou em assinar com a Ducati. Depois de duas temporadas desastrosas, com apenas um pódio, retornou à Yamaha.
Agora, a negociação com o eneacampeão foi, segundo ele próprio, à altura dessa história. Antes de assinar com Quartararo a empresa consultou Valentino, que abriu mão da prioridade ao pedir mais tempo para decidir sobre seu futuro. Então, com a carta branca do #46, firmaram a parceria com o jovem francês.
Rossi pretende continuar
Estar longe de toda a estrutura oferecida por uma equipe de fábrica reduz as chances de um piloto ser competitivo, atingindo o altíssimo desempenho que é esperado. Se o atleta estiver com 41 anos, por mais brilhante que seja, o cenário se agrava. E isso pode custar caro para Rossi, afinal, obter o décimo título lhe consagraria como o maior campeão da história do Mundial – na categoria principal ao lado de Giacomo Agostini, com oito troféus -, conquista que ele persegue desde 2009.
Contudo, Rossi não se vê fora das pistas. Em 2020 ele seguirá na equipe de fábrica da Yamaha e, se quiser, em 2021 poderá assinar com sua divisão satélite, a SIC, lhe rendendo mais alguns anos de contrato. Contudo, Valentino só estenderá sua participação na MotoGP se estiver sendo competitivo. “Fico feliz que, se decidir continuar, a Yamaha está pronta para me apoiar em todos os aspectos, me dando uma moto com especificações de fábrica. Nos primeiros testes farei o possível para fazer um bom trabalho junto à minha equipe e estar pronto para o início da temporada”, disse.